23.12.19
21.12.19
Foto trabalhada. Autor: J. A. M. em Cuba * 2018 |
"O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, disse que 2019 foi "um ano carregado de desafios, tensões e agressões" por parte dos Estados Unidos, que atiraram na ilha "para matar" (...) ""Que as nossas praças se encham de música e de alegria! Temos todos os motivos para festejar.(...)"
20.12.19
~ 1º pedaço de mais um diário perdido ~
Com meia-dúzia de estrelas nos bolsos caminho. Algures. Haverá uma terra & um céu onde eu possa ficar mais leve.
É necessário ter
os 2 pés bem poisados na divina terra que me aconteceu e, por vezes, abrir as asas
e esquecer-me nos amplos e leves caminhos das águias.
Procurar sem
procurar, ir indo à toa e ao tom belo das paisagens e do que me vai acontecendo,
até que Deus me sopre o lugar mais próprio.
Aí plantarei estas estrelas no chão hoje imundo do Mundo, para que 1 dia destes brotem pequenas plantas, que depois serão árvores e ainda depois, darão os frutos de luz que tanta falta nos fazem.
2019
(4º
raskunho)
18.12.19
to Greater AFRICA
17.12.19
Msg a Garcia
Autor: dr. zé kalunga |
" (...) Quem olhasse este passo para o mar e para a terra, e visse na terra os homens tão furiosos e obstinados , e no mar os peixes tão quietos e tão devotos, que havia de dizer?
Poderia cuidar que os peixes irracionais se tinham convertido em homens, e os homens não em peixes, mas em feras. Aos homens deu Deus uso da razão, e não aos peixes; mas neste caso os homens tinham a razão sem o uso, e os peixes o uso sem a razão. (...)
Peixes, quanto mais longe dos homens, tanto melhor: trato e familiaridade com eles, Deus vos livre!"
( " Sermão de Santo António aos Peixes", Padre Antóno Vieira . Col. Portugal, Nº38, Joaquim Ferreira)
16.12.19
o regresso
Pintura: J. A. M. - 2019 |
Mais uma viagem aproxima-se caminho lentamente
para o barco amparado pelas águas da Vida
ao lado
as redes rendilhadas & sempre frágeis do mundo.
Como um simples sopro tento apenas
ser o seu alento.
Parece-me que quem assim respira
talvez possa encontrar, encontrar-se, encantar-se.
A Natureza e os Outros serão
sempre a sua medida.
( poema inicial: 2008. Transformado em 2012 até 2019)
13.12.19
homenagem visual, ao sol & ao sangue do Povo de Cabo Verde
Cabo Verde. Dezembro de 2019. Autor: J. A. M. |
TERCEIRO ABRAÇO
No ar
o arquipélago escuta o pé
Da tua partida
Se o sol traz um arco à roda do teu rosto
E com lábios de pedra
céu & secura
As nascentes aguardam-te à boca das ribeiras
Onde! os violões
Antes do meio-dia
Devolvem às árvores o verde da melodia
Isto é
Da raiz da tua memória
partem rios
Partem aves de sol & sombra
como flores Do arco-íris
( in, " Árvore & Tambor ", de Corsino Fortes)
Un mOnde
Obra de pintura de um colega de Cuba *, cujo nome esqueci. Com uma pequena intervenção da minha parte. ( devidamente autorizada, claro).
* País que eu Amo do Coração e tão mal-visto e tão mal-tratado continua a ser,
com a "ajuda" dos media do Ocidente & da ganância dos seus verdadeiros Sr.s.
e a eterna cumplicidade ingénua de milhares de escravos.
|
7.12.19
SELFIE em S.to Antão ( Cabo Verde)
Autor: J. A. M. ~ In Cape Verde : zé kalunga ) TED: https://www.ted.com/talks/greta_thunberg_the_disarming_case_to_act_right_now_on_climate_change#t-75939 P.S. Greta Thunberg (Pirralha) começou a protestar contra o aquecimento Global no ano passado, Entretanto, "contaminou" cerca de 4 milhões de pessoas em 160 países, à-volta desta causa. A menina, por coincidência, tem atualmente 16 anos, salvo erro. |
1.12.19
20.11.19
~ Não Sei se Volto ~
" Monte Cara ". Mindelo. Cabo Verde. Foto: J. A. M. - 2005
Algures no Brasil cheguei a estar no Paraíso. E regressei. Agora encontrei outro Paraíso. Não sei se volto a voltar.
Começo por um dos lados: o mar sem fundo, no compasso di roncu di mar [1] a chegar claraMente até mim. Depois há coqueiros esguios, altaneiros nas suas tranquilas danças com a aragem muito ao de leve, afinal quem sopra por lá? E há as tamarineiras com os fortes braços erguidos para os céus & os seus frutos tombados doados à espera de quem lá chegue. Palmeiras com as suas folhas dobradas em devoção às 7 portas que iniciam as noites. Balançam-se também aos sons do mar, da lua que começa a ser maior no céu indefinito do meu olhar.
Estou nu, sentado com os pés apoiados na varanda azulzíssima e tomara eu estar assim tão nu por dentro. Agora vou colher uma cana de açúcar aqui do meu quintal e depois talvez vá soprá-la numa flauta vazia por aí adiante.
O pássaro que me visita todos os dias, merece agora toda a minha atenção. E ele já está ali, na sua árvore de eleição, misturado com as flores vivas cor-de-laranjas-acesas, pelo meio da folhagem verde escura porque efetivamente já é noite e tudo está demasiado claro para mim.
raskunho Nº217.
(Sidády Vêlha. Ilha de Santiago. Cabo Verde . 2013)
[1] “nos sons compassados das ondas do mar”. (crioulo do Sotavento).
13.11.19
27.10.19
22.10.19
pequena homenagem à Amazónia : reino mineral, vegetal, animal (humano) e divino.
6.10.19
25.9.19
Exercício Alegórico à Beleza
Desenho. Anos /80 . Autor: J. A. M. |
Longos dedos têm o silêncio no meio
das muitas palavras acordadas. Inventam
rios de peixes completos na cor
estrelas austeras como cardos
e das fontes por onde bebemos
não a água, mas a sede
chega-nos ao rosto esse anónimo jardim
com sementes sonhadoras ainda
em exercícios geométricos e sonâmbulos
onde invisíveis mãos já tocam extasiadas
uma repentina beleza para os nossos olhos.
( in, " As Mãos e as Margens", Editora Limiar - 1991 )
18.9.19
12.9.19
Imagens Afundadas na Memória ( 15º )
Pintura de J. A. M. |
como um navio deixa nos olhos uma sombra em movimento
a memória é um cais iluminado só por um lado crescem as
raízes das estrelas que os dedos não tocam apesar das palavras
agora falo-te assim como um navio que vai de imagem em imagem
lentíssimamente, atravessando um instante sempre atrás de outro
o tempo é um gesto parado que não pára de navegar.
(in, "A Primeira Imagem", Editora Sol XXI, Lisboa-1998)
3.9.19
Imagens Afundadas na Memória ( 3ª)
Os dias acordam as várias faces
da luz.
O poder inexorável do Mundo
vem das raízes
do sol.
Dias absolutos
nos seus fulgores errantes
impelidos par além
de todos os gestos dos mortais.
Todos os tempos da memória
são espasmos próximos à madeira
quando aumenta os anéis
nos troncos das árvores. - Todos
os segredos da Terra
são gerados em silêncio.
Em geométricas forças moleculares.
E o jeito dos olhares...- o enredo
toca o centro
e o dia desprende-se
para todos os lados
em luzes aliadas com as sombras.
Olhamos, respiramos, toda a vida
toda a arte é
transparente. E depois apaga-se
o lugar repentino
que mal se vê
e já não se encontra. Nem
o caos. Nem a ordem
ou a lembrança.
( in, A PRIMEIRA IMAGEM, Editora Sol XXI, Lisboa -1998)
1.9.19
30.8.19
XXI BIENAL ARTES PLÁSTICAS, Festa do Avante ( 6,7,8 Setembro ~ 2019)
" H de HOMEM " ( 100X100 cm). Obra de de : J. A. M. |
Júri de Seleção:
Andreas
Stöcklein, ( pintor que cursou a
Academia de Belas-Artes de Dusseldorf e actualmente ocupa um lugar de destaque
na renovação da azulejaria portuguesa);
Jaime Silva ( pintor, coordenador e docente da Área de
Pintura da Sociedade Nacional de Belas Artes e vice-presidente do seu Conselho
Técnico;
Sérgio
Vicente (artista plástico e
professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.)
18.8.19
9.8.19
onde o sOl é mais perto
" O Olhador " . Autor: J. A. M. |
ás vezes à noite, pego no
bloco pego na caneta. Fico assim, horas a fio a olhar para o céu, depois a
incerta altura, desço o olhar
agora:
1 pirilampo aqui outro acolá na espessura da noite por detrás da sebe deste
jardim há 3 sobreiros unidos com troncos rugosos onde a cortiça respira e
cresce sem darmos por isso e as folhas todas juntas formam uma cabeleira que
estremece & dança, muito espaçadamente, com a aragem que sopra dos lados do
mar enquanto pedaços de algodão dos álamos esvoaçam e uma sisão[1]
algures espalha as pautas.
De
repente, a chuva parou. Gotas de água escorrem de folha em folha e depois
apagam-se no chão onde as raízes das plantas absortas se abrem aos desejos da
sede. E as folhas cintilam sob o peso da luz que cai dos candeeiros. E são
belas assim, nos seus verdes flamejantes contra as obscuridades à volta. Na
superfície azulada de um pequeno lago provisório, estranhamente ondulado, está
a lua estampadamente enorme.
Data =?
(
Rascunho Nº 238)
28.7.19
Um Barco dançava na Luz
Foto: J. A. M. |
Hoje,
para variar, meti-me ao caminho para norte e vim parar à Povoa do Varzim.
O
mar vivo e aceso, com o sol por cima, está a meu lado como um companheiro para
esta ocasional minha solidão, prazenteira aliás.
Nesta esplanada onde os sons das ondas se debruçam em cascatas iluminadas para dentro
dos ouvidos dos olhos e a bem dizer, para o corpo todo.
Saio
de mim
e
reparo num barco de velas no alto mar, parece transparente segue um percurso e
agora atravessa a luz espelhada na água pelo sOl e parece desaparecer
definitivamente. Como é tão belo saber esta luz por fora e por dentro o reflexo
direto e verídico das leis da Natureza em Tudo se demonstram.
A Maria, empregada de Pernambuco, estou
cá há duas semanas que me serve as estrellas (1), tem
um ar graciosamente sensível, ondula a sua maravilhosa bunda por entre as mesas e a
simpatia dos clientes que surgem como cogumelos neste fim de tarde Alguns destes amigos vêm do trabalho e falam
alto entre eles, como se tivessem muitas coisas adiadas para dizerem. Outros
mais cansados aparentemente, agarram-se com afinco aos telemóveis e
vice-versa & também ficam presos a uma atenção tão demorada
que me deixa derrotado, mas logo recupero.
O copo amarelo da cerveja, os tremoços também amarelos, ambos juntos bem
equilibrados em cima do corrimão branco da varanda com minúsculos espelhos,
onde os azuis do mar se refletem e parecem criar um outro mar. E a
sinfonia dos maravilhosos sons das ondas torna-se mais aLta, d´encontro aos meus 2 ou
200 ouvidos expectantes. E, por momentos torno-me o Cego do Maio, sem me entender.
E
o tal barco, feito de nevoeiro e magia voltou ao início e este início é a
forma de uma ilha a flutuar entre as
águas longínquas e um horizonte difuso e o barco desliza agora outra vez no
mesmo caminho outro.
- Maria, já reparou naquele barco além?- Desculpe, sr., mas não vejo barco algum.
Entretanto: o jantar, algo comestível com um “Cabriz”(2), mas quanto ao prego
no prato a parte da carne nem se via praticamente que o digam os talheres.
Como só consumo cadáveres raramente, não houve problema de maior, embora tenha
assinalado a “gravidade do lapso” ao empregado que fez a fita de se
mostrar servil, nem era preciso tanto pensei eu para com os
meus botões, depois de um sorriso q.b.
compreensivo & implicitamente altaneiro de cliente de fora, para
estar de acordo com o teatro.
Entre tanto ar tudo escureceu, nem horizonte, nem gaivotas, apenas umas
luzinhas dispersas são barcos de pesca nesta zona ainda são possíveis
embarcações pequenas onde meia-dúzia de pescadores salvam muitas fomes e
apetites nos pratos dos restaurantes à beira-mar plantados à espera dos lucros,
obviamente, venham os turistas, por aqui ainda há peixe fresco, serviços
baratos, aproveitem que 1 dia destes nunca se sabe, até quando?
E
eis-me então agora no laço final: café curto & Jack Daniel`s,
com uma pedra. De gelo, feito com água da Serra da Estrela, gosto de saber
estas coisas.
Antes de me ter despedido do local, ainda olho + uma vez para o tal barco, parece sempre parado antes de o fixar, o barco e a sua viajem, agora é uma visão ou alucinação diferente e entre este e as águas que o transportam não há intervalo que se vislumbre tudo é uníssono e caminha através de um tempo metafórico que 1 dia destes talvez venha a saber.
As
novidades dos novos tempos aproximam-se já chegaram, tudo começa a ser um outro
modo de olhar, de estar vivo e aceso.
(1) cerveja da Galícia ( España).
(2)
vinho da zona do Dão, Portugal.
(Inicial: Out.
2018)
Rascunho Nº27
25.7.19
Série; Celebrações
Pintura : J. A. M. |
Há coisas que acontecem.
Há coisas que não acontecem.
Há coisas que não acontecem.
Entre elas, a luz
derradeira a mais simples
luZ
as esplêndidas aranhas solares expandindo as teias
à nossa volta, ainda os véus impostos da escuridão
erguidos por afortunados ventos dos desertos
das almas que viajam pelas fontes
onde me perdi para Te encontrar
e agora sou o diabo, o anjo negro transformado
em mais um deus, graças a deus
luZ
as esplêndidas aranhas solares expandindo as teias
à nossa volta, ainda os véus impostos da escuridão
erguidos por afortunados ventos dos desertos
das almas que viajam pelas fontes
onde me perdi para Te encontrar
e agora sou o diabo, o anjo negro transformado
em mais um deus, graças a deus
nos teus frondosos braços
há oásis
onde pouso as asas quando as noites são translúcidas
e então, eu lhes abro minha atenção
e depois sei como regressar aos voos
o tempo é uma pérola abismada no meu bico
& todas as aves dos céus sem fim
subitamente iluminam as minhas asas
com a felicidade das coisas assim.
onde pouso as asas quando as noites são translúcidas
e então, eu lhes abro minha atenção
e depois sei como regressar aos voos
o tempo é uma pérola abismada no meu bico
& todas as aves dos céus sem fim
subitamente iluminam as minhas asas
com a felicidade das coisas assim.
(Data: séc. 20)
24.7.19
de manhã
de manhã, quando ainda as aves são sonhos
e já as claridades esvoaçam
abrindo as portas & as janelas
de encontro aos olhos de quem acorda
e os rios de ouro abrem as vozes
à procura dos mastros humanos
onde há gente viajada em nascentes
e a Beleza do mundo é 1 presente simples
e tudo se ampara nos muitos eus
que devagar se unem
enlaçando a infância, o futuro e o agora
de manhã quando algo estala o
silêncio instaurado e já ouço
o cantarolar aceso dos pássaros
Felizmente vivo
mais um dia.
(11-10-2008)
21.7.19
New Worlds - Nuevos Mundos - Novos Mundos
https://www.arteinformado.com/agenda/f/nuevos-mundos-novos-mundos-new-worlds-177228
(IM)POSSIBLE WORLDS?
(IM)POSSIBLE WORLDS?
From poet to poet: "Who is the one who sings without condition? It is Joseph the man of
dreams.* "But also from the poet to the visual artist, in a dual declaration of freedom concerning
the frontiers of language, or even of the world itself, heading new worlds in which from the ordinary,
the Other and the Other else are created.
Thus, if in the plastic work of José Alberto Mar we recognize ourselves before signs related to
nature (suns, moons, flowers, butterflies) and related to the human being (hearts, eyes, inner
flames, heads, crosses), we harmonize ourselves before universal archetypes of geometrical
formal root, we become amazed, however, at the metamorphosis of the signs in a process of
morphogenesis that has gradually been emphasized by the ontological course of the artist's work,
where quest and revelation emerge indivisible. In such a way, that in these (im)possible universes
that we are allowed to glimpse, the look surprises itself, but it does not migrate since the other self
who affirms himself is deeply rooted in both the human being and nature as an assumption of the
transcendent.
From another angle, in this display we encounter again a performance between colour and its
absence, the intense line, in two-dimensional, three-dimensional forms - and suggestions of other
planes – as well as the ethereal signs of ours and of other new languages, that is, all that derives
from a symbolic calligraphy. But again, it seems to us that the unmistakable imprint of José Alberto
Mar's art flows naturally from the existential matrix of the poet, painter - and visionary - and also
from a radical freedom of the being and the existing as an assumed celebration of life.
Anyhow, “Who is the one who sings without condition? It is Joseph the man of dreams.”
* (Poet, Ruy Belo, Homem de Palavras)
* (Poet, Ruy Belo, Homem de Palavras)
poeta Sofia Moraes. Translation: Dr.ª Isaura Pereira
19.7.19
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