José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

9.12.11

msgs a Garcia












Imagem: J.A.M.

" Nada há de permanente, a não ser a mudança." - Heráclito

4.12.11

Série: msg a Garcia

(às crianças)














imagem: J. A. M.


Um transe nos olhos o lugar exato
dos claros segredos. É esta a grandiosa escada
da infância. O poço sem fim das novidades.
O reino das crianças simples

no centro ilegível do mundo quando perguntam
Porquê Porquê só para dizerem
não há palavras não há mais gestos
na luz dos  olhos os lábios primeiros.


( in, As Mãos e as Margens, Editora Limiar - 1991 )

3.12.11

LIVErdade MENtal















Image: J. A. M.

P.S. Clique no título, se lhe apetecer.

the sun of my nights











Visual-Art : J. A. M.
" o sol das minhas noites "
- técnica mista -

visões


O barco vai indo ao sabor das águas do rio Preguiças, vai indo amparado pelas duas margens das coisas visíveis, vai indo como quem se deixa ir indo apostado no rumo que será o seu.

O barqueiro não se vislumbra, mas eu sei que háláalguém que vigia os horizontes comuns, alguém segura com as duas mãos o leme da sua vastidão.
Estou lá e estou aqui e afasto-me de tudo com um saber que vem depois de morrer.

A noite desce e tudo o que está vivo Ergue-se !

2.12.11

msgs a Garcia


















poster. J. A. M.


" Os problemas significativos que enfrentamos não podem ser resolvidos
 ao mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criámos."

(Albert Einstein)

1.12.11











Foto ( Galicia): J. A. M.

Série: O(s) Grito(s) : Visões ALternativas

http://youtu.be/aA-LpnMkebo

torso de granito






















foto. J. A. M.

Teoria do Granito





É uma pedra fechada calada em torno de si. Com 1 ser centrado em três visões. É um laço de cinza com o peso dos horizontes anunciarem a chuva e a água passa por cima  em camadas leves como os lençóis de sol no Verão sobre os corpos sonolentos. Leves, leves como os sonhos ke por lá se estremoam e se abrem  às novas manhãs.

É por dentro da pedra que a memória dos seres humanos à-volta se funda & aprofunda o tempo das gerações barrocas, os gestos rendilhados do espírito de um povo aqui.




(Porto-Junho-2007)

30.11.11

Série : O(s) Grito(s): There is no sin except stupidity ~ Não há nenhum pecado, exceto a estupidez.(Oscar Wilde)












Image: J. A. M.

Série: O(s) Gritos) : ALternativas

http://youtu.be/B56QvDwYTx8

agora é a hora do fogo

agora é a hora do fogo como símbolo ou enigma, a memória afundada em ilhas como se - ao de leve - tudo estivesse onde realmente deve estar e todo o ar das circunstâncias fosse o ar de todos os dias alisados pelos hábitos fixados e pelas  alegrias que vão acontecendo.

É no fim de contas a hora dos mortos, até às tantas da manhã, quando "eles" sentem as amarras e tentam entender o vislumbre das suas âncoras mais fundas enquanto unem ondas & ondas desavindas.
É nestas Alturas que os vejo a terem um esboço do inferno em que vivem e  a  esquecerem as luzes que amanhã já não sabem.


- 2011 -

29.11.11














Foto . J.A.M.
(Alcântra)


mais uma viagem aproxima-se. Caminho lentamente
para o barco desamparado nas águas,
ao lado,
as redes rendilhadas do (meu) Mundo.
Como um simples sopro tento apenas
ser o seu alento.
Parece-me que quem assim respira
só pode encontrar.

2008)











J. A. M.-2011

28.11.11

24.11.11

silêncio

                       
 -  pikeno poema -

Um gato escuta o sol em cima os pássaros
 são sombras a sonharem.














foto. J. A. M.






msgs a Garcia

 
" Como tu
conviver de perto com todos os seres divinos
do mundo, nunca é demais "

( Friedrich Hölderlin )
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
image. J.A.M.
 
"as you
live closely with all divine beings of the world
is never enough "

( Friedrich Hölderlin )
 

19.11.11

18.11.11

feliz mente : há pontes & pontes











foto. J. A. M.

- por uma unha negra -



Foi um tempo obscuro, escuro, mesmo negro. Atravessei-o com a juventude espalhada pelo corpo e todos os mundos que podia a encherem-me a alma até às marcas afloradas na pele. Por vezes, pensava que enlouquecia e então abrigava-me nas casas do silêncio, á espera de escutar o fio tremeluzente da minha voz mais íntima. Outras vezes, saía pelo mundo a fora á procura de mais dias & mais noites umas a seguir às outras, como primaveras que se devoram com muitas flores vivas a saltarem pela boca, pelos olhos, pelo corpo inteiro esburacado. Conheci, gente, pessoas, corpos habitados por alguém, outros nem por isso, cheguei a conhecer os mortos que continuam por aí de um lado para o outro como imagens atrapalhadas adiarem sei lá o quê. Também, confesso, cheguei a ser tocado por alguns seres humanos, que me deram minúsculas estrelas duradoiras, muitas vezes sem eu dar por isso. Ainda hoje as guardo, como pedras preciosas soltas entre os seixos das minhas margens.
Foi um tempo de procuras, em que passei por pontes & pontes e nem sequer as via, nem o rio que lá descia para o seu mar, nem os lugares de um lado e do outro por onde queimava o meu destino, possuído pela dourada cegueira da juventude & por todos os copos de veneno que tragava. Vi alguns amigos, caírem para o interior de uma luz que nunca mais os largou, foram assim sozinhos para tão longe e nuncanunca mais.
Após, muitas paisagens, comecei a ver que tudo á minha volta era uma imagem que se soltava de dentro de mim, onde eu não era chamado para o caso, nem propriamente ninguém, mas, no fim de contas todos estávamos lá: pessoas, mundo, vida, animais, plantas, pedras e todos os universos que sabia e sentia.
Comecei a olhar mais a luz, a luz claramente acesa, a primeira que vem de dentro das pessoas e das coisas.
Descobri um centro que não é centro nenhum, apenas me desloco despido e cada vez maia nu por dentro, de centro em centro, na mapa circular da minha idade. Sempre, com o deus presente de tudo á minha volta e o amor íntimo & distante por tudo o que passa por mim.




( algures. 2006 )








Outono: em todos os sentidos em Portugal













Foto. J. A. M.

" Eu conheço o medo de ir embora.... ( Sr. Oswaldo Montenegro-Br.)

http://youtu.be/yJ0dii2ilf4

17.11.11

à Diana Isabel

- Pai, o sol apagou a chuva !

E no fundo do coração
levanta-se o chão
rebentam as sementes
estremunhados sons
inundam a visão.


(1900 & kê ?)


















Desenho.Série: de Coração na cabeça- Anos 80

não gosto nada de citações, mas há algumas que, deus me perdoe.



" - Em todas as grandes obras de literatura nota-se predilecção pelos indivíduos cuja maneira de ser não tolera as formas que a comunidade lhes pretende impor. Isso conduz a certas decisões impossíveis de tomar; só essas vidas merecem descrição. Que encontras tu ao observar o sentido profundo de todas as grandes obras? A negação, sem dúvida parcial, mas recheada de experiências e repartida por uma infinidade de casos únicos, de todos esses princípios, regras e prescrições sobre os quais está edificada a sociedade e com que esta delira ao ler essas obras  O poema, com o seu mistério, corta todas as ligações que uniam o sentido do mundo ao vocabulário quotidiano: e ei-lo que voa como um balão! Se quisermos chamar a isso beleza, como é costume fazer-se, então ela deveria constituir uma alteração bastante mais brutal do que qualquer revolução política! "


- in, O Homem Sem Qualidades, Robert Musil.

15.11.11

rekadinho


coisas simples, p.f., palavras pousadas como o pão na mesa, frases espaçadas com intervalos para nos debruçarmos nas suas varandas, silêncios cheios em que cada 1 seja um &  todos, olhares que falem também e troquem amenas luzes para se manterem despertos, gestos poucos em movimentos comunicantes, eu aqui, tu ali, ele acolá,aproxima-te !
estás entre amigos, há que afugentar o medo que se instalou em Tudo, meu deus, o Medo que serve os tais  makakóides que sugam o Mundo & chupam desalmadamente o sangue das nossas vidas,
sem tantas vezes,
dares
por
isso.
  

( 2006 ? ou, antes ? sei lá )

no comment













visual- art. J. A. M.

série : Diásporas (C.V.)

- demorei a chegar-me a casa -

A noite redOnda pela L.C., caía a luz caindo.
E então, hoje perdi-me + no caminho para casa & sem quaisquer pressas já estava na montanha sentado no descanso indeciso das cabras a olharem para mim e assim fiquei divagado pela luz que circundava a lua quando, sem saber o porquê, um jovem macaco pousou no meu ombro esquerdo e assim ficou vidrado pelas visões que eu colhia. A uns bons metros, sua mãe velava o encontro com apaziguada pachorra.
Demorei a chegar-me a casa no alto da montanha fui até lá com o cajado dos sons do mar lá em baixo nos confins a conduziram-me sem eu dar portal. Entrei pela janela - nada de chaves por esta noite por amor a deus - acendi a outra luz e estanquei ás porta do sono, escutando os galos & as galinhas e uma mosca xata-xata que teimou em zunir perto de mim até


(Sidade Vélha.Cape Verde.2008)

Série: auto-retratos-até-incerto-ponto


















Visual-Art. cnica-mista. 75X25 (anos 70)

14.11.11

Tudo são Ilhas com a mesma raíz


e
com o tempo comecei a ver as coisas com mais distância, a olhar de soslaio a luz que bate nos vários lados das coisas, a separar-me o mais possível das coisas para as vislumbrar de dentro

Tudo são ilhas, todas elas com a mesma raiz enlaçada a uma só luz sem tempo.


15.12.2006

Série: msgs a Garcia ( neWs Winds are already coming )


















J. A. M.

13.11.11

Série : O(s) Grito(s) : T.V. 8

http://youtu.be/tv4WyOQedj4

vozes da noite






foto. J.A.M.


Algures nas Arábias, 1 Mestre & o seu discípulo caminhavam em passos lentos por um terraço  +/- a meio da noite.


De súbito, o discípulo interrompe a koisa e diz:


- Mas ,Que Silêncio !
- Não digas isso dessa maneira - aconselhou-o o Mestre - Diz, antes :
 " Não ouço nada".




(in,Contos filosóficos do Mundo Inteiro, Jean-Claude Carrière .)

12.11.11

espera & esperança













image: J. A. M.

série: Diásporas ( Brasil )

~ Gaibu ~

a varanda é branca com o sol a bater-lhe ainda por cima, depois há o azul-cobalto das águas do  mar e depois ainda, há muitas árvores emaranhadas nos seus verdes a erguerem uma  montanha até a um imenso céu, onde me esqueço e só N  tempo depois, felizmente, acabo por cair
em mim.

aqui ao lado, as folhas das palmeiras continuam penteando a aragem que corre atrás de si e por vezes, alarga-se até á mesa e leva-me as folhas e as palavras e o  que me importa?

na rua as pessoas passeiam-se devagar no meio do tempo saboreiam os encontros, param aqui & acolá, trocam poucas frases poucos, gestos coisas simples, como um sorriso cúmplice na caminhada, já é Tanto !
1 pescador idoso de boné vermelho e corpo fechado, está esquecido ou estará a lembrar-se,  a olharolhar o mar como se lesse um texto.

há em tudo uma paz muito possível aproximando-se provavelmente a um sopro distraído de deus por aki, o ke sei eu ?


 (Perto de Recife-Brasil-2004 )

waiting for a new sun













foto. J. A. M.