1a
Sweet
Jane
: levanta-se uma montanha
de luz, devagar que este tempo não tem fim
e essa imagem erguida é a aventura
em que te encontras agora ou
te sentes vivo ou não,
eis a questão (...)
2ª
(...) procurei nos mundos noturnos dos vossos sonhos, esvoaçando encoberto entre encontros & desencontros. Encontrei portas abertas, fechadas: de ouro, prata e alumínio.
Os
deuses que erguemos vendem-nos, a bom preço, aquilo que nos dão.
- e, continuais acreditar?
(...)
3ª
aparentemente lá ao longe, apontam-nos um barco à nossa espera, é uma luminescência sem
âncoras que baloiça aos sons de todos os nossos profundos sonhos, sons
levíssimos ou turbulentos que estremecem os nossos silêncios, ás vezes ( quando virados para dentro e para
fora, simultaneamente, sabemos que estamos naturalmente mais
vivos ) e quem escuta: esses sons, os seus dons,
já esqueceu quaisquer certezas, quaisquer desses desígnios inculcados por esses deuses*, caminha por entre frondosas, umbrosas e inesperadas florestas, continua a
cultivar as (suas) sementes mais luminosas que são afinal as de todos os outros
* e, quando o indelével destino leva a tua vida a uma direção imprevista?
(...)
(J.A.M.- 198? - Rascunho Nº 223)