José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

30.9.08

Tudo O.K?

(Menina Muito pobre & Bem Feliz só a comer uma manga.Cabo Verde. Praia.2008)



"A felicidade não consiste em adquirir nem em gozar.
Consiste em Ser Livre"

-Epicteto-

29.9.08


(técnica-mista. j.a.m.)

e a grande teta universal ?



A noite acesa e "há quem diga
que o peito da mulher é a pedra mais dura
que Deus pôs sobre a terra dos homens.
Que terra? que homens?"

Mas
digo eu: e a via Láctea
& a grande teta universal
mãe ou pai ou ambos
como Leonardo se sonhou e pintou
em plena ausência do seu 1º amor
a mãe: - para onde partiste?
pedra dura-
mente aconchegada às minhas sombras
quando desamparadas esperamos
o pressentimento da asa que ampara
e,,, a mãe já não está lá
mesmo quando agora é noite incendiada
no verbo, no clamor da voz cheia de vivos silêncios
Alguém, Quem? grita no meio das montanhas
transmutadas em visões, Oh! Marões!
e no fim do poema ou dilema somente os ecos
ecoam, e/co/am os brancos lençóis metafóricos
onde a criança renasce para (se) deslumbrar.



(referência inicial, versos do Poeta Corsino Fortes. Cabo Verde)



- 28.Set.2008-




No Woman No Cry (Bob Marley)

28.9.08

folha de 1 diário perdido (Nº3)


É preciso escoar a coisa:


Uma mulher negra coberta de panos amarelos sentada num banco de madeira pintado de verde,
no jardim.
No banco ao lado um sr. de camisa e calças vermelhas, sentado num banco verde à sombra de uma árvore com folhas tenramente ainda, no mesmo jardim.

O sino do relógio a dar 6 badaladas bem compassadas ao ritmo do calor hoje abafado, será que vai chover? O céu faz-me recordar Mindelo e depois o “monte cara” e com ele fiquei pensativo mas, já regressei.


Passam mulheres & mulherzinhas agrupadas, com a bunda arrebitada todas janotas em direção à igreja que já está apinhada de gente para a missa de domingo. Espreito de longe e parece-me haver ali um fervor amornecido, uma entrega naturalmente física à devoção, neste caso católica, mas acham que a fé lá no fundo tem algum nº na porta?

No jardim, um casalinho namora espreguiçadamente num outro banco de cimento. Ela deitada sobre o colo ali à mão de semear e ele com as mãos dedicadas ao corpo da paixão. Por ali devagarosamente há sombras que estremecem quase sem se dar por isso. Evolam-se pelo ar formas de carne & paixão, cores vermelhas vivas & cores azuladasperfumadas de laranjas que até encantam as flores sonolentas à-volta.

Por perto, há jovens absortos de computadores escancarados em cima dos joelhos, a fazerem o que lhes apetece (soube que alguém da nova Câmara, instalou ali precisamente um sistema eficaz de acesso à internete.- Já agora um exemplo a ser copiado por estes Ex.mos Sr.s Presidentes das Câmaras de Portugal, que só se expõem em tudo o que é propaganda (bem-mal paga pelos eternos contribuintes cada vez + pedintes) e nem perdem tempo a cogitar estes pormenores “minimamente” úteis às vidas do seu “povo”.

Volto a dar 1 passeio. E volto ao lugar.
A meu lado está alguém com um ar de quem já não espera nada e também não se rala com isso. Talvez esteja em plena divagação do seu ser talvez seja o seu modo de estar ,talvez a luz do seu olhar esteja toda estancada no (seu) pequeno sol de dentro, e que me importa?


Passam mais meia-dúzia de moços todos coloridos, alegres, entretidos com eles próprios. Ouço o barulho de uma moto bastante, e leva atrás um gajo de patins a deslizar por ali como gente grande……
lá vai ele a espalhar o seu imenso sorriso branco pela cidade adiante…


Adiante, a diante, que é sempre cedo para se ser feliz.



(Cabo Verde. Praia.Plateau.Agosto.2008)
Tunísia.2007

onde estão as luzes que ficam?


no meio de tanta barulheira & escuridão

fabricada por "makakóides" completa-
Mente avariados de todo
Onde estão as luzes que ficam?
meu dEUS, Onde achar as portas douradas
por onde estas asas brancas brancas
iluminem o fogo primordial que as criou
Onde? Saltar da cruz deste mundozinho assim
e ficar, no entanto ainda, de corpo inteiro
para transportar felizmente o meu destino
amando quem me
vê mesmo, acordado
sempre inteiramente lúcido em cada
momento, até não mais.


?.Set.2008

VAMOS CELEBRAR! (Oswwaldo Montenegro)







série: msgs ( Nº 8)


Encontrar-se-á uma Floresta nas Índias,
Onde estão unidos 2 Pássaros:
Um Branco, outro Vermelho.
Bicam-se até a morte,
Um devora totalmente o outro.
Serão transformados, então, numa pomba branca
Da qual nascerá uma Fênix
Que terá perdido o seu negrume e ganho a imortalidade,
Assumindo, assim, uma nova vida.
Deus concedeu-lhe uma força e um poder tais
Que doravante viverá liberta da morte.
E trazer-nos-á riqueza e saúde
a fim de que com ela façamos surgir grandes maravilhas
Que os Sábios nos descrevem em profundidade.


Yulunga (Dead Can Dance)

o Sol a bater batendo nas rochas negras



o sol batendo nas rochas
negras
e é do mar que me vem esta cegueira
que cai mui tranquila lá no fim do olhar
onde as ondas se afundam em luz
+ branca que a brancura do sol
e então ainda vejo tantas portas fechadas
por onde os mortos deambulam
solenes, sonâmbulos, sôfregos
por algo que já nem me importa
porque tudo está a chegar ao fim
de mais 1 ciclo, mas a espiral
prossegue clara-
Mente nada ficará de lado

não estou triste nem feliz
agora é outra a minha Alegria
ao atravessar os dias, porque me-
afasto de vez dos makakóides
deixo-os nas suas fogueiras de salamandras
e que ardam até os seus venenos
se tornarem carvão e pesada poeira
e que essas nuvens escuras lhes inundem
os dias
& as noites de infernos
e que também esses lugares se transmutem,
a seu tempo


E 1 dia mereçam as graças de dEUS

enquanto eu agora só sei das galáxias a voarem
e danço bem louco no meio de tudo.


27.Setembro.2008

Misguided Angel (Cowboy Junkies)







p.s. para Ti & para ti, também.

folha de 1 diário perdido



hoje parece-me que até choveu e conheci o meu amigo Luís, de São Tomé e Príncipe, Há 18 anos em Cabo verde devidovivido fascínio pelas mulheres e cá poisou & ficou mesmo - pelos vistos - e a incerta parte do seu voo poético, disse-me:

A mulher é uma casa sem portas.
Depois, talvez perante o meu ar insatisfeito ou demasiado pensativo para a leveza da Altura onde nos encontrávamos, acrescentou
:
A mulher é a chave da porta.
Fiquei satisfeito.

A conversa alongou-se, desviou-se por várias ramificações, voltou à
casa, mas ele já era noutras distâncias. Não fiz "cortes", claro.E até quase deixei de falar, pois lembrei-me de que tenho só uma boca, mas 2 ouvidos e duas orelhas e também já sei que é assim que uma amizade pode germinar.


(Ilha de Santiago. Cabo Verde. agosto.2008)

Sol di Manha (Maria de Barros)






(à falta da versão de Paulino Vieira, aqui à mão de semear, que me desculpe maria de barros que também está o.k.!

27.9.08

Dedicatória.Foto transformada. j.a.m. -27.Set.2008

25.9.08

Sanvean (Dead Can dance)

Tropeçando na minha luz/Eu Cá Voo Caminhando




acordo cantando agora nesta morada a minha canção:

"tropeçando na minha luz/eu cá voo caminhando"
e canto alto já na varanda sem ninguém incomodar
eu só com as minhas árvores e plantas e flores
para saudar este novo dia que dEUS me está a dar.

E mais uma vez, o canto me chama lágrimas à tona dos olhos
e os olhos ficam cheios de água, onde o sal
tem tarefa de alegria
por eu ser aquilo que sou e estar assim feliz
& felizmente mais eu
sem "eu" algum.

Já ainda na varanda, com o mar ali por detrás
dos finíssimos coqueiros, onde vejo o meu corpo igual
até na minha própria dignidade de ser humano livre

&.......o marulho atravessa as folhas penteadas pelo ar fresco

atravessa outras folhas de árvores minhas amigas
e chega até aqui para me saudar num natural:
BOM-DIA!
que aceito com todo o meu coração
e retribuo, cantando a mesma canção:
"tropeçando na minha luz
eu cá voo caminhando"



(C.V. 07-08-2008)

24.9.08

série: recadinhos

Imagem construída por j.a.m. - 2008


Se olharmos para a escuridão, veremos escuridão.

Se olharmos para a luz, veremos luz.
É, por isto & aquilo, que Albert Einstein dizia:

“Somente os imbecis não conseguem maravilhar-se”.



coisas & loisas de Cabo Verde



Está um dia quente e quanto ao resto é indefinito. Talvez vá chover, talvez não, quem sabe?

Estou sentado a pastar o olhar.
Uma negrinha aí pelos 3 anos, brinca na Praça Alexandre de Albuquerque com uma boneca, enquanto a mãe sentada por detrás de uma tendinha, olha à-volta como se nem esperasse cliente; tem à venda mangas, bananas, rebuçados, tabaco, fósforos, coisas claramente várias e agrupadas aos poucos numa ordem evidentemente colorida.

A sua filha continua toda entretida a pentear com os seus próprios dedos, os longos cabelos louros da barby, comprada concerteza numa das muitas lojas dos chineses por aqui.


(Cabo Verde.Praia.Plateau.agosto.2008)

Sabe Dimas

Estou de Tanga


hoje levantei-me bem comigo & a vida, comi manga, papaia e cana de açúcar que o meu quintal me ofereceu com uma claridade de sol já esclarecido nas coisas do mundo. Também bebi água logo nas aberturas do dia e é água fresca e leve que vem dos lados do convento de São Francisco, do séc. 17, eles lá sabiam as melhores fontes das coisas essenciais na vida.
Nesta varanda virada para a Sidády Vêlha, com o mar ao fundo de onde me acolhem imagens & imagens sem fim e um barulho de ondas fortemente contra as pedras negras da praia, onde todos os dias me banho ao fim da tarde até ver o círculo solar cheio de luz e cores e vice-versos e tudo à-volta a tombar docement até + não , porque já é demasiado para um ser humano só e já são horas de ir jantar.

Acabei agora de regar as minhas plantas, saudar as flores que me ajudam tacitamente a ser feliz, tocar ao de leve as folhas da palmeira aqui ao lado, são pequenos gestos aparentemente distraídos entre pessoas que já são amigas.
A minha amiga borboleta, que me visitou logo no 1º dia, volta todos os santos dias, enquanto estou acordar-me nestas pequenas tarefas. Um dia destes, veio poisar na minha mão mas só ao fim do coração da manga bem chupada, pois para quem nunca esteve nestas bandas africanas, talvez ainda não saiba que as mangas não se "comem" propriamente,,,depois das primeiras dentadas na casca amarelaesverdeada, chupam-se demoradamente até à última gota de sumo cor da respectiva manga, ao nível paciente de quem está na situação .


Ah! eu e a minha amiga borboleta, 2 pétalas brancas, uma de cada lado, onde pontuam vários círculos negros distribuídos à toa, falámos abertamente dentro dos nossos silêncios amadurecidos. Depois disse-me que ia vadiar pela mata partilhar alegria e liberdade com outros e foi-se, feliz desclaradamente, remando as suas muitas asas frágeis ao sabor das curvas da aragem e, pronto,,,,,,,

Voltei ajustar a tanga à cintura (um dia destes tenho que arranjar uma tanga a sério, talvez de pano de terra, logo se vê), incendiei 1 cigarro, pernas desleixadamente entregues à varanda que até é azul, costas contra o mundo dos "makakóides" e quejantes...
mar e mar,

há ir
&
regressar.


(Sidáde Vêlha. Casa do Sr. Embaixador de São Tomé e Príncipe.Bem-Hajas, Almeida!. Cabo Verde. Agosto.2008)



A Natureza , essa grande escultora

(Povoação Velha, Ilha de Santiago.Cabo Verde)

o quadro


estou no restaurante de Alita, já comi qualquer coisa e agora palitando-me com um fósforo descascado, olho, + uma vez para aquele quadro à minha frente.
à 1ª vista armada (dos hábitos, claro)
é uma pintura "naif", académica, esses rótulos que nos deixam satisfatoriamente adormecidos, mais uma vez e assim continuamos cheios de convicções apodrecidas há tanto tempo.
Mas, olhando Mais,,, e, apurando o ofício dos 2 olhos com o respectivo pensamento o mais possível claro, tudo bem mais unido, é outra coisa, que é maior.
A técnica, nesta onda, cumpre bem a sua função.
Não me apetece descrevê-lo porque imagem fica sempre ainda mais longe quando há o negócio de palavras pelo meio.

Evidentemente, ComTem beleza!


No primeiro plano, na zona mais colorida N flores diferentes, azuis vários, cor-de-laranjas, rosas, violetas, amarelos, claro! por aí a fora, até às florzinhas minúsculas brancas que me levam a memória aos malmequeres-bem-me-queres.
Há umas árvores que não dão sombra que eu enxergue. Do lado esquerdo da obra, 3 troncos, com o mesmo lado prolongado em ramos sem + nada. dos seus lados direitos, os ramos alongam-se numa folhagem castanhamarelada longe do verde que mui possivelmente já por ali passou.
Há do outro lado do quadro a provocar uma incerta simetria ocidental, uma quase árvore ainda a tentar sê-lo, no entanto já com folhagem de cores quando aparecem tenras nos primeiros dias.

Todo este jardim descontraído e plantado pela Natureza cerca um banco de madeira acho que é de mogno talvez sucupira ou,, que está mesmo só. Ou talvez não, pois encontra-se majestosamente aberto e a olhar lá para um fundo onde aparece uma casa estranha, diferente. longa para os lados, com uma torre pelo centro + ou -, e a zona que suspeito ser maior tem uma porta de um azul sonolento em si, mal se dá por este silêncio vivo estar ali mesmo.

Depois,,, levanta-se um céu longe l o n g e. Do seu pressuposto centro obliquamente eterno, vem à tona do meu olhar, uma luz que se vai abrindo em círculos e em mais círculos expansiva mente discretos mas eficazes e tudo acaba numa claridade mornamente doce, que já está a morar dentro de mim.



- Sidáde Vêlha. agosto -2008 -

Demorei-me a chegar a casa

Imagem construída. j.a.m. - Set.2008



A noite redonda pela lua Cheia, cai a luz caindo.
E então hoje perdi-me ainda mais no caminho para casa e já estava numa outra montanha sentado no meio do descanso indeciso das cabras selvagens a olharem-me e assim fiquei divagado pela luz que circundava a lua quando, sem saber o porquê, um jovem macaco pousou no meu ombro esquerdo & bem vigiado pela mãe a poucos metros, assim ficou vidrado pelas visões que eu colhia.

Demorei-me

a chegar a casa na outra montanha fui até lá com o cajado dos sons do mar lá ao fundo a conduziram-me sem eu dar por isso. Entrei pela janela, porque nada de chaves por esta noite, por amor a deus, acendi a outra luz e estanquei na porta do sono, escutando os galos & as galinhas e a maldita da mosca chata-chata que teimou em zunir perto de mim.


- Cabo Verde. Sidády Vêlha. Agosto.2008)

23.9.08

Mercado de Sucupira


7 horas e tal, as mãos & as moscas e às vezes uma delas....Zás!....apanhei-te.....

E então, depois de aviar uma caxupa num prato redondo mesmo, dentro de uma antiga camionete, transformada em "restaurante", estou numa mesa à porta da dita a colher imagens da gente que vende coisas, que compra algumas dessas coisas e da gente que passa de um lado para o outro e vão abrindo naturalmente o ar que se lhes depara.

No geral, "a coisa está preta". Depois, levanta-se nas cores das roupas. Dá-me a impressão, ainda sujeita a posterior confirmação, que o vermelho é a eleito. Impõe-se só por si é evidente, mas também é muito abusada. A seguir, há os amarelos e os verdes de N tons. O verde-alface é bem considerado por aqui. (mais depois, claro que há as outras cores, incluindo o branco que não é cor mas para este presente visual encaixa muito bem).


Uma jovem mulher expõe com um só braço suspenso exactamente uma garrafa de água quase gelada e espera alguém que a leve. Tem uma bunda maravilhosa e sei lá porque é que olhei para este caso.

Alguém transporta carne de um animal já muito morto numa bacia de plástico cor-de-laranja em cima da cabeça, mas o que eu vejo com estes dois olhos que a terra há-de comer, é uma chusma de moscas enlouquecidas com o manjar. Irão pesar as moscas também, aquando do negócio? Ou, serão o brinde, concerteza.


Lá ao longe o céu está assim-assim, sei lá o que vai fôr e já transpiro bastante.

Passa por aqui uma menina "pineirinha", retocando os cabelos e a treinar o gingar das ancas que ainda se estão abrir às sementes que um dia virão, e lá vai ela muito compenetrada do seu papel à espera de ser amada quando acontecer e será para breve, vê-se.


Ali vai um "preto" de rádio aos berros na mão esquerda junto ao ouvido do mesmo lado, e é música que não tenho tempo de saber, mas com aquele ar tão feliz, é boa música de certeza.

Ainda as eternas mangas ao lado sempre as bananas juntas ao quilo, a evidente e muito dura realidade da sobrevivência.

E são as Mulheres que erguem, sempre rodeadas de bandos de filhos,toda esta trabalheira. Cumprem-na devotadas, depois desenlaçam-se e ao fim da noite encostam ao de leve a cabeça a uma esperança que nunca entendi, mas já senti, e ficam assim à espera,,, do que será meu deus? O papel dos homens por estas bandas, eu ainda não estudei bem o assunto, mas parece-me que esporradicamente atiram-se a elas que nem machos cheios de vontade de o serem e depois bazam logo na primeira curva para as sombras do grogue ou de outras sombras quaisquer organizadas pela preguiça ou desenrascam mais um poiso temporário algures noutra ilha às vezes por onde vão cumprindo os seus ancestrais ofícios de marinheiros vagabundos.

Estas Mulheres são as raízes destas 10 ilhas - o resto é mar

mar e mais mar e depois,

ainda

o

mar.


(...)


- Cabo Verde. Praia. Agosto.2008 -

O Semeador de Perguntas


(Imagem realizada em Cabo Verde. Agosto.2008)

"os trabalhos & os dias"



a voz que chama é uma luz

trémula, ao fim da noite
Profunda+mente escureço
os caminhos, pois todo o meu "eu"
é um eco de memórias
onde se agiganta a vaidade
esse "ser sobrevivente" = as máscaras que enfeitam
o tempo alugado ao dinheiro
e aos infernais engenhos daí vindos.


É por tamanhos trabalhos
que os dias, ainda são a matéria
do meu "estar", mas já sei
que há amigos, por aí
cativando os pássaros, o sol e a lua
e a aragem que vai sendo também,
os lugares por onde acontece
e Então, eu quero ser eu sem
nenhum "eu" , que sobressaia
à frente do Mundo e desta Vida
entregar-me assim, sem intervalos
à Beleza que em tudo Há,
e se possível, arder até ao fim
todo aquele tempo que perdi
para me achar
Assim, eu quero: amar, só por amar
o instante das águas universais
que se acham comigo:
aqui.


(17.Set.2008)