+ umas frases adiante
fiquei desarmado com uma revista nas mãos que se tinha perdido por entre as múltiplas caixas de correio. ( apresentou-se-me em cima de uns sapatos de Salto alto muito bem aprumada até no penteado, cá-pra-mim aquilo foi pretexto, até tem um peito jeitoso só hoje é que reparei há males que vêm por bem, pensei, mas logo me arrependi de tais lucubrações claramente infrutíferas no momento, por uma decisão pessoal, confesso, embora ainda hoje desconheça o que levou a tal).
Bom, agradeci o favor (fui educado assim e assim ficarei o resto da vida para andar de consciência tranquila sempre a bem com as regras e com os outros (1) ) Mas já agora acrescento obviamente que não foi favor nenhum, mas um grandessíssimo corte e por hábito, educação ou qualquer outra razão que não sei, abri a dita revista que não tinha muitas folhas mas parecia Grande devido à generosa espessura das folhas, e, e,,, caí logo na pág. 16. O 16 ? Como sou um adepto, entre o mui fervoroso e o semi-fanático das numerologias ninguém é perfeito, peguei no télé pra fazer as contas e Zás ! ali estava o tal 7, o número mágico por excelência nesta civilização onde deus me faz andar ou penar ( que mal eu lhe terei feito?), e vai daí pus-me logo em pulgas a pensar onde poderia encontrar a tal magia.
Então comecei pelo título da pág.: "desporto, saúde & bem-estar". Saltei logo para o "bem-estar", aberto a tal assunto e a prováveis soluções, pois quem anda bem no meio disto tudo ? mas, ao correr atrás das palavras fiquei simultaneamente intrigado, pois havia Muita matéria junta que transbordava um-não-sei-quê de excesso para encher as medidas de quem tem a intenção sub-reptícia de convencer alguém de algo que só tem haver consigo próprio, no intuito para mim claríssimo de um lucro sorrateiro qualquer. Mas pronto. Estou habituado a estas circunstancias e já não me ponho com guerras na cabeça bastam-me as outras. O lucro será deles com certeza é sempre, mas a cabeça é minha, s.f.f., pelo menos por enquanto como isto anda só Deus sabe, algures no estrangeiro ouvi dizer que há tecnologias de lavagens cerebrais que não lembram ao diabo.
Vim por ali abaixo, ultrapassei os obstáculos que surgiram e o pior para a vista era o tipo de letra para não falar da horripilante mancha gráfica, até que me deparei com a palavra "Aviso". E aí, estanquei mesmo definitivamente com todas as minhas forças possíveis e impossíveis praticamente, levei a coisa mesmo a peito fiz um momento de inclinação corporal a obrigar-me a uma maior concentração no assunto e pus-me a ler o dito “Aviso” para poder continuar a escrever este artigo de momento, sem qualquer futuro à vista desarmada, pois a vida de um cidadão na mó de baixo neste país é um eterno desarmamento de tudo o que é vida mesmo.
A coisa começou a complicar-se pois tudo aquilo eram "artigosss" & "sub-artigosss" os "dispostosss" os "decretosss-lei" & as "deliberaçõesss" com datasss & tudo ( em letras menores ) mais os "capítulosss" & os "sub-capítulosss",,, Ó minha nossa Sr.ª de kualquer coisa me valha, comecei a ficar farto, farto, enfardado de todo, pois considero-me uma pessoa minimamente colta, minimamente inteligente embora não saiba o que isso é, minimamente capaz de ler e entender um mero artigo de uma Revista de Informação Camarária, mas efetivamente não estava a entender patavina daquilo.
Adiante.
Trocado por miúdos & muito bem espremido o fruto em causa, quanto à qualidade estamos falados, mas tratava-se mais precisamente de quê?
De um “Aviso” para avisar o Povo destas bandas de que foram Avisados que há um prazo de 30 dias "úteis" ( ainda estou para descortinar o que é isso de dias "inúteis”, já fui às coisas etimológicas & tudo e nada) para se realizar uma"Discussão Pública" acerca de mais uma alteração ao não-sei-quê, que logicamente tem o seu quê de mudança relevante só para alguns & o pessoal até tem de ser informado pelas leis em vigor e essas lérias ditas democráticas d&les.
Agora a questão aqui complicou-se ainda mais, porque na parte final diziam ao Povo que tinham de ir a uma determinada morada para consultarem o tal assunto fundeado no meu enigmático número 7, e depois quem quisesse Até Podia ! enviar reclamação ou sugestão, nas " horas normais de expediente ". Só estas palavras do final da frase, atiraram-me abruptamente para profundíssimos momentos de reflexão pessoal acerca deste lado da questão: o que são horas "normais" para eles? Onde param as horas "anormais", que nunca as vislumbrei na minha vida? E qual será o expediente lá do sítio? E no expediente lá do sítio estará lá alguém ? ou será a habitual espera-desespera & o habitual culto matricial português do “como-&-cala-te” e hoje em dia o telemóvel é que as paga, para o gáudio dos habituais está mesmo tudo ligado.
Mas
o que mais me deixou desanimado de todo, confrangedoramente deprimido mesmo comigo próprio, (apesar da medicação (2) ), e com o mundo e até ouso dizer com toda a Humanidade que à priori nem era chamada para o caso, foi o facto de perceber - creio eu - que numa declaração tipo preto no branco acerca de uma DISCUSSÃO PÚBLICA, o pessoal era Afinal ! convidado, nestes moldes enviesadamente anacrónicos e absurdamente mirabolantes a ENVIAR CARTAS, se quisesse. (verdade seja dita, não vislumbrei neste textozinho nenhuma insinuação mesmo velada, acerca de uma possível punição ao adotar-se uma eventual atitude de abstenção – Apesar da tática dos Medos ser a base claramente funcional & disfuncional para os outros no final o contágio já deu prá epidemia & não sei onde a coisa vai parar se é que pára vamos andando & vamos vendo ou tentando ALGO diferente, porque não ?).
Enfim, tudo completamente transparente como vidros embaciados em pleno Outono atual e eu vi lágrimas as escorrerem escangalhadas. (Oh! se eu tivesse ido para estes lados…).
E. Pronto.
Continuo a não entender a ponta de um corno acerca do modo de pensar & sentir & agir dos srs. que nos governam democraticamente eleitos & tudo.
e para ver se alguém me poderá ajudar neste momento francamente muito difícil da minha vida, vou surripiar uma garrafa de vinho da parte mais nobre da minha pindérica garrafeirazinha encostada à casota do meu "eGo"(3) e vou ter com a vizinha que me arrancou dos meus elevados enlevos fugidios e vou tocar à campainha, muitíssimo ao de leve só um toquezinho de quem está ali desamparado como um toco de vela moribundo fustigado pela noite, apenas com um pretexto entre as duas mãos e um sorriso naturalmente aparvalhado de quem espreita uma suave e doce vingançazinha.
(1) embora tantas vezes faça das tripas coração, mas educaram-me assim e acho que assim é mais cómodo sempre me disseram não arranjes chatices, cá vou levando a minha cruz até ao dia que Deus me leve pra 1 lugar melhor.
(2) confesso francamente tou farto de drogas: logo ao acordar uma para me sentir vivo de Srojyt (porque p/ dormir tb tomei outro) com o 1º copo de água sem fluor, a informação tá dada, depois 15 m antes do almoço duas pastilhas de Pletrofil para qualquer- coisa do estômago ou por ali; após a sobremesa outro que me dá assim uma alegria difusa & vã que nem sei explicar e só prákabar ao lanche um outro comprimido cor-de-rosa muito bonito escorregadio pela goela abaixo e depois as luzes dos dias vão-se embora e continuo a cumprir à risca o que o Sr. Dr. da Caixa mandou, mais tarde na farmácia é que me levam o couro & o cabelo e fico por aqui.
(3) é o nome do meu cão, batizei-o à nascença numa singela cerimónia num país denominado Butão (ou Reino do Butão) onde possuo mas não sou possuído por uma casa de campo que a filha mais nova do rei me ofereceu quando estava apaixonada ainda há pessoas generosas neste mundo tão egóico.
P.S. para quem usufrui da curiosidade e pretende saber + do "eGo", pode pesquisar neste blogue, as suas desventuras.
( j.a.m. ~ Rascunho nº 240. 1993-2018)