José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

18.12.20

~ Green Maze ~











( Pintura: J. A. M.) 

Se sentes essa novidade no rosto quando no coração há chamas
deixa-te levar, deixa pairar esse espírito em visita (...)

3.12.20

Não sei se volto a voltar


    ( Sol em Cabo Verde. Autor: J. A. M. )


Algures no Brasil cheguei a estar num Paraíso. E regressei.  Agora encontrei outro Paraíso. Não sei se volto a voltar. Começo por um dos lados: o mar sem fundo, no compasso di roncu di mar(1) a chegar claraMente até  mim. Depois há coqueiros esguios, altaneiros nas suas tranquilas danças  com a aragem muito ao de leve, afinal quem sopra por lá? E há as tamarineiras com os fortes braços erguidos para os céus e os seus frutos tombados doados à espera de quem lá chegue. Palmeiras com as suas folhas dobradas em devoção às 7 portas que iniciam as noites. Balançam-se também aos sons do mar, da lua que começa a ser maior no céu indefinito do meu olhar.

Estou nu, sentado com os pés apoiados na varanda azulzíssima e tomara eu estar assim tão nu por dentro. Agora vou colher uma cana de açúcar aqui do meu quintal e depois talvez vá soprá-la numa flauta vazia por aí adiante.

 Olhando, escutando, aprendendo a ser mais. 

O pássaro que me visita todos os dias merece agora toda a minha atenção. E ele já está ali, na sua árvore de eleição, misturado com as flores vivas cor-de-laranjas-acesas, pelo meio da folhagem verde escura porque efetivamente já é noite e tudo está demasiado claro para mim.


(1) “nos sons compassados das ondas do mar”. (crioulo do Sotavento).


 (Sidády Vêlha. Ilha de Santiago. Cabo Verde).

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P.S. Texto integrado no Livro de Contos, " O OURO BREVE DOS DIAS ", brevemente acessível ao público. Trata-se de um conjunto de textos escritos em alguns países lusófonos.

24.11.20

coisas noturnas










( auto-retrato. 2020)


até que enfim o Porto hoje era uma cidade viva às 3 horas da manhã ainda havia uma chusma de gente nas ruas à volta dos Clérigos e, enquanto resolvia comigo a estranheza da novidade, acabei por me sentar numa cadeira à frente do café Piolho. Havia pessoal desordenado, em grupos, falavam, riam, bebiam. Gostei. Havia também um aroma quente no ar & fiquei por ali o tempo de 2 finos frescos, ou foram mais?

Depois, atravessei a escuridão do jardim da Cordoaria, onde revi de soslaio, mas com natural atenção, as estátuas do Juan Muñoz. com aquela parca luz geral a gentinha do nosso hermano ganhava um ar mais severo e bizarro.                                                                                          Mas porque é que não estavam parados?


As extensas sombras pelo chão pareciam levitar ao som dos candeeiros sobriamente acesos. Ao fundo, ainda estalavam no ar as gargalhadas dos jovens, abrindo a noite a outras luzes mais


 ( Porto. Portugal. 2007 )

J. A. M. 


 P.S. Texto incluido no Livro de Contos,O Ouro Breve dos Dias ", brevemente  acessível ao público. O livro contém Contos escritos em alguns países lusófonos.


16.11.20

Outras vozes

 

por vezes, abrem-se outros sons, outras

luzes dentro

como acontece na boca das fontes

e é por aqui que algo em mim é mais humano

entre esta sagrada Terra e as estrelas às mãos de semear

entre tantas margens, os tambores celestes batem

e rebatem o meu coração.



( J. A. M. - 1980 ?)

 

16.10.20

OUTONO



 

As folhas despedem-se das suas árvores

castanhas, amarelas, verdes, vermelhas

às vezes

um adeus de sombras a voarem

 

vadias pela aragem enquanto a terra

não lhes dá colo.

 

Naturalmente, em breve despidas

as árvores abraçam o frio.



( J. A. M. - anos 80?)


12.10.20

INTERROGAÇÕES

 












( Pintura: J. A. M. )


1

 

Bate-me à porta a noite

o silencioso exercício do Mundo

acontece-me na mais pura beleza

do que parece estar nu.

 

Inspira-me a visão das linhas curvas

dos sons e a inutilidade das mãos

quando a intenção desta beleza é estar

à altura do espanto.

 

Sou, pois, mais um ser

dominado pela voz, cantando

o seu exemplo de onda transformada

em espuma

 

2

 

É sempre à noite, quando a luz

caminha de soslaio entre as paredes do mundo e

chego à casa da minha existência.

 

É sempre fria esta estranha sensação a distância

entre tudo o que parece real dentro da casa ou

dessa voz vadia

que canta desamparada e só.


( J. A. M. - Anos 80 ou 90?)

4.9.20








( praia  de  Cuba. Foto: J. A. M. ) 


Pergunta às montanhas

como o silêncio ou os gritos

crescem

como tudo é um som

vindo de dentro

ressoam os ecos das infinitas vidas

enquanto as nuvens nos mostram

as respostas que já sabemos.

 

(J. A. M. )

26.8.20

Paisagem Budista








( Foto: J. A. M. 


" Os espelhos são usados para ver o rosto; a arte para ver a alma ".

18.8.20

~ 15º Pedaço de mais um diário perdido ~

 ( " A Céu  Aberto ". " 1 Heaven to You ". Pintura: J. A. M. )


por vezes os pássaros são escuros, ou amarelos, multicolores, ou de outras cores indefinidas, mas a arte dos seus voos confundem-se com os azuis dos céus.

- penso ( quando distraído) como tal é possível?

Entretanto, por vezes também há nuvens que voam e se transformam sozinhas. E então, 1 ou outro pássaro, transportado para um possível mundo paralelo, parece ressurgir na sua cor original.

- Duvido. Qual?


Tantas vezes... andamos tão afastados de nós.


2ª Parte


porque as aves esburacam o espaço, não propriamente ao sabor das suas asas, mas por uma vontade uníssona levadas pelo  ímpeto do grande mistério da vida.

Em bando, têm 1 só espírito. Vê-se. Quando solitárias, sobem descem, sabem, saboreiam, satisfazem o olhar de quem as observa.


( J. A. M.)

- Rascunho Nº7 -

15.8.20

estamos JuntOs ~ we are tOgether ~ نحن سوية

 

( Foto: J. A. M. - 2020)

(...) e a partir de agora vais sentir o medo afastado
pelas areias da praia, quando olhas o mar e te sentes bem,
sem saber o porquê desse renascimento (...)

( J. A. M. )

29.7.20

~ 14º Pedaço de mais um diário perdido ~



( Foto: J. A. M. )


o teu rosto é o meu sol, o meu rosto será o teu sol, se me olhares lá do fundo onde já não há traves,trevas, pontes ou abismos que se patrocinam cúmplices  entre si, sozinhos.

Abraço a tua cintura, como quem enlaça a haste  de uma flor que ainda não se vislumbra; mas leve o seu aroma no ar já é uma natureza mortal. Por isso, mais uma flor irá acontecer. Nas suas pétalas onde podemos poisar o olhar e as nossas cores.

Pois, em cada momento morremos, com as dispersas tarefas da vida e 1 dia partimos irremediavelmente nus, apenas com os aromas que, no fundo de nós, em nós colhemos.
 

          
             ( J.A.M.- 2020 )

              - Rascunho Nº5 - 

Mapa Descido

Pintura: J. A. M. 



















Os Universos Paralelos existem  (Sadhguru Português):


27.7.20

~ o Grande Olho ~

Pintura. Autor: J. A. M. 



















O olho no qual vejo Deus é o mesmo
olho no qual Deus me vê;
o meu olho e o olho de Deus

são um único olho, uma única visão, um único reconhecimento
e um único amor.

( Eckhart )

22.7.20

~ 13º Pedaço de mais um diário perdido ~

Foto trabalhada. Autor: J. A. M. 

























era Primavera [i] e havia papoilas espalhadas pelos campos são seres com as pétalas como asas de borboletas, finas, frágeis esvoaçantes quando pressentem qualquer brisa.
Ao longe, parecem gotejar sangue nos verdes prados empolgadas pelo sol.
Por onde eu caminhava, á deriva, mas com o intuito de descobrir repentinamente um outro mundo inteiramente desconhecido.

Mas, ia-o conhecendo aos poucos, aparecia-me uma árvore frondosa: um carvalho, um ulmeiro, um choupo de onde se soltavam farrapos informes de algodão que me atapetavam o chão.
E eu reparava como aquilo já era algo de novo na minha pressa dos milagres repentinos. Debruçava-me sobre estas minúsculas coisas, e descobria que – afinal – estava já a viver o que ainda não sabia estar a acontecer.

Parava. Não sei se refletia ou se me esquecia. Deitava-me sobre as ervas verdes ao lado das papoilas, com o céu por cima.
Estava mais em mim e dentro do que á minha volta me tocava. Havia alturas em que desconhecia os pássaros metafóricos em visita à minha própria alma. 
E o frenesim inicial da caminhada, apaziguava-se com a candura que me surgia por todos os lados. Pois, dentro e fora tudo é o mesmo.

E, quando chegava a casa estava remediavelmente perdido nas horas dos outros. Nem tinha ouvido o sino da Igreja.  Chegava normalmente tarde e a más horas.
Mas os meus pais eram pacientes e compreensivos e olhavam-me como alguém que regressava á sua morada, sempre pela primeira vez.



[i] Estas flores, quando colhidas mal tardam em qualquer jarra.




( J. A. M. )

- Rascunho Nº 4 -
















17.7.20

A Beleza derrota-me

Imagem Trabalhada ou " Digital Art". Autor: J. A. M.

















A beleza de um corpo transfigura
a nossa ideia do Mundo
atravessa-nos inteiros como flechas sem dono
e num silêncio muito vivo sabemos
Salomé, sabemos como somos tão mortais.


(poema: anos 80 ?. J. A. M.)

12.7.20

Other Wings ~ º ~ Alte Aripi

Trabalho Visual: J. A. M. Anos 80?
























Outras asas


por vezes, abrem-se outras luzes , outras cores
outros sons dentro
como acontece na boca das fontes
e é por aqui que algo em mim é mais humano
entre esta sagrada Terra & as estrelas às mãos de semear
entre tantas margens os tambores celestes batem e
rebatem no meu coração.


( J. A. M.)


- Rascunho Nº 6 -.

9.7.20

~ 12º Pedaço de mais um diário perdido ~

Imagem Trabalhada. J. A. M. 
















Conheci uma mulher num país distante, era bela e serena e atravessava os dias, os meses, os anos com uma candura sábia de quem sabe que 1 dia também iria morrer, como tudo o que está vivo.

 No jardim, seu lugar preferido, sentada num banco de madeira, cuja cor já não se sabia. Ocupava-se a olhar as flores à volta com um vagar e o inverso de uma aparente displicência especial, para mim inteiramente incógnita, até hoje. Às vezes olhava o horizonte, às vezes levantava um pouco o rosto para o céu e aqui, era à noite que se demorava mais.

 Ao lado quase sempre um livro que a brisa desfolhava quando calhava. Ela parecia ler no ar as palavras que, entretanto, se evolavam das folhas.Parecia nunca usar as mãos e em vez dos braços talvez tivesse asas.

Nunca lhe perguntei nada acerca das artes destes gestos tão silenciosos como as pedras que rodeavam os canteiros. Houve alturas em que me viu olhá-la de longe estava sempre distante, no entanto eu sentia uma levíssima sensação fresca e inquietante, do lado agradável das novidades.Retrocedia para as minhas tarefas, o pincel, o papel, as cores do meu mundo.

 De vez em quando, amávamo-nos através dos corpos e parcas palavras. Adivinhávamo-nos através de olhares demorados que continham tudo o que os nossos seres confirmavam.


Um dia fui ao jardim, onde era o seu lugar e não a vi. Procurei-a por todos os cantos, mas apenas vislumbrei as flores, todas as flores debruçadas sobre si próprias exalando aromas mais intensos e os frutos maduros das poucas árvores a caírem um a um


J. A. M.

( Rascunho Nº 7)


6.7.20

~ 11º Pedaço de mais um diário perdido ~

" O meu pássaro. My bird. ( digital-art ). by: J. A. M. - 2020
























E tu, disseste-me:
tenho N estrelas nas mãos, tenho toda esta luz retida e não sei o que fazer.


Escutei-te, como quem é distante, Mas, eu estava ali. E, nada disse.
Deixei que o silêncio se alongasse até que tu tivesses, eventualmente, alguma necessidade de prosseguir.


Entretanto um bando de pássaros esvoaçam em círculos por cima. Ambos olhámos. Demoradamente olhámos.
E um silêncio cheio, despediu-nos.

- Até 1 dia destes.


J. A. M. 

( Rascunhio Nº 6 )


30.6.20

~ 10º Pedaço de mais um diário perdido ~


Trabalho Visual. J. A. M. -2020



Algo desce ou sobe, cresce, amadurece e 1 dia há uma semente nas tuas mãos.
Ou no teu coração.


Uns tempos mais adiante, já temos uma árvore: ramos que dão ramos, folhas que dão flores, por aí. Por vezes, frutos.
Quando o calor aperta nos Verões que eram, deitas-te sobre a sombra dessa esplêndida árvore que cresce sem o saberes e adormeces. 


- vens pela rua abaixo da tua aldeia algures nesta província feita deserto de seres humanos.Vês apenas as estórias que ainda estão vivas na memória, vês agora  como tudo se tornou maior, as casas a mãe e o pai no meio dos pratos e da terrina a fumegar, vês a lareira arder onde acabas as noites, a olhar as chamas que lês como um livro sem fim.


Depois  acordas : a sombra despedida  tudo já é escuridão, os lençóis negros da noite não te aliviam o frio.
E há sempre um frio que também acontece por dentro.


Entretanto olhas à volta e reparas numa semente que caiu enquanto eras menina no sonho.
Apanhas a semente com ambas as mãos pequenas, levantas-te e desces até casa, onde os teus pais te esperam: a sopa  a colher,  o pão ao lado.
Colocas a semente sobre a mesa e os teus pais sorriem.


J. A. M. 


( Rascunho Nº 3)

25.6.20

( Marketing Gratuito)

Série: Flores com Aromas. Anos 80. J. A. M. 
























primeiro foi uma sensação a veludo nas mãos, a carne à flor da pele era macia de um modo tão suave a pedir só mansidão e elas, as mãos transcorriam como caravelas loucas com todas as suas 10 velas nas polpas sensíveis cada vez eram mais e eu lá ao fundo, no final da sensação, deixava-me navegar com toda a preguiça esboçada do mundo por este mar de novidades que aquele corpo me emprestava no silêncio ofegante da noite.
E ela estava deitada, absorta no seu sonho inteiro de ser escultura para as minhas mãos, e eu sentia-a a crescer nos ritmos da respiração e de um lado e do outro éramos cada vez mais próximos, como se houvesse uma indeterminada luz pelo meio que ambos tínhamos de possuir, precisamente ao mesmo tempo.
Tudo ilusão. E, no entanto, não era. Eu estava ali, ela também, éramos 2 corpos com todas as portas abertas ao Mundo. A aragem das mãos esvoaçando sobre a pele de veludo era o que sobrava do silêncio de chumbo, onde os nossos corpos no fundo jaziam. Havia entre nós um nó inteiramente aceso por dentro, onde as línguas mais apuradas já não dizem palavras.
E os gestos criavam outros mundos onde só nós cabíamos, onde só nós éramos perfeitos, à espera de o sermos.


 (São Luís do Maranhão. Brasil)




NOTA texto incluído no Livro de Contos, a sair brevemente, intitulado O OURO BREVE DOS DIAS. Edição LeiaBrasil. 

Após um intervalo de cerca de duas décadas.

 O autor publicou  anteriormente 3 livros de Poesia, tendo o primeiro merecido da Associação Portuguesa de Escritores (A.P.E.) o Prémio Revelação de Poesia, tendo sido o coordenador do Júri, o poeta António Ramos Rosa. Obteve mais 2 prémios nacionais de poesia, que resolveu não assumir, por razões de índole pessoal.
O atual Livro, contém Contos escritos em  alguns países dos PALOP(https://www.cplp.org/)

18.6.20

~ 9º Pedaço de mais um diário perdido ~


(Inimă. Coeur. Coração. Koro. Heart) by: J. A. M.




(…) Enquanto caminho ao sabor da leve aragem que me acompanha re/paro por perto no aroma espalhado de uma visita a que não (me) tinha ligado e é saboroso vislumbrar
Agora
as flores de alfazema minúsculas violetas espigadas encantadas entre si, amparadas pelas significantes folhas verdes onde o sol se despede tranquilamente e se desfaz em prata, e vejo que me olham como eu nunca as senti.

Guardo a lição no bolso da camisa junto ao peito e continuo a caminhar para onde ainda não sei




Nota: Dedicado à minha filha, Diana Isabel (18-06-2020).


17.6.20

tranquilamente a dança continua

Foto: J. A. M.























(…) Caminhava sozinhamente feliz por um caminho muitos na floresta algures na ilha maior da Caraíbas, quando me aconteceram vários pequenos milagres

- permanente a Fonte nunca se esquece de me matar a sede.

9.6.20

Trabalho~Visual com xenolinguistica *. J. A. M.
* uma designação que alguém, algures me emprestou.

























Havia 1 marinheiro que tinha um barco.
Havia 1 barco que tinha um marinheiro.
Ambos não tinham nada, a não ser o mar e os horizontes.

Eram muito felizes naquela cumplicidade silente
com o marulhar sempre tão presente

que, quase sempre, parecia ausente.


J. A. M. 



















4.6.20

um barco e o seu barqueiro

Pintura. Autor: J. A. M. - 2020




















porque nos cai o azul sobre as cabeças


Um barco parado nas águas ao de leve sonoras do Rio Preguiças enquanto a noite desce como um lençol suavemente escuro apagando o rio, que ainda há pouco era azul e agora já é um espelho prateado virado para fora de si. Alongado pela escuridão que se recolhe nos olhos, de quem apenas olha.
 E agora, o barco já acordado no dia seguinte, desce preguiçadamente entre as duas margens de florestas e tudo são verdes faustosos até à sua foz em Caburé, onde soube de um milagre que acontecia: alguém aparecia à noite cavalgando um cavalo branco e esbelto sobre as águas do rio e era mulher diziam alguns, não sei, mas gostaria de saber, pensei eu e então fiquei por ali para ver a história e tudo aconteceu assim.
 Em silêncio: de rompante, numa brecha incerta da escuridão, apareceu a imagem em fuga mesmo ali à frente dos nossos narizes e deixou uma brisa de espanto calado sobre quem olhava pasmado e depois, realmente mais nada. Todo o mundo se olhou estranhadamente e ninguém falou



(Barreirinhas. Estado do Maranhão. Brasil.)
~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ 
Nota: Brevemente a sair no Livro de Contos:
“ O  OURO  BREVE  DOS  DIAS ”.

3.6.20

Luz

Técnicas-mistas. Autor: J. A. M. 





















que atravessas o meu rosto
e tombas em algo dentro de mim, que:
não sei mas sinto
o relâmpago acontecido.

Vens de longe ou, até não 
há distâncias
vens porque, por 1 instante mais distraído
eu aconteci  em ti
e Tu és eterna, vã e sem
retornos.


( Rascunho N5.- 2020)