José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

21.9.12

Olhando o Monte Cara













Imagem Construída: J. A. M.


Os ramos das palmeiras ao sabor da leve brisa
e os sons frescos encaminham-me para o mar
onde vejo um pensativo rosto de pedra.


Feliz escureço, o olhar à procura
da lua, esse vaso de luz
onde uma das luas se deita
e então eu sou, a sombra pousada

dessa luz alheada.

( Cabo Verde)

20.9.12






















Desenho: J. A. M.

O Espanto Evidente















Imagem Construída: J. A. M.


Uma mão na outra  mão
um rosto em silêncio
desamparado delírio levando o Mundo inteiro
à voz imprecisa dos álamos
entre giestas  & florestas
entre a razão e  o furor natural dos dias
tanta sabedoria redonda nas coisas.


- in, O Triângulo de Ouro, Ed. Justiça e Paz, 1988.

19.9.12















Foto Trabalhada: J. A. M.

encontro


e depois demos as mãos. Era Janeiro uma noite fria e tudo o que nos aproximasse dava-nos mais conforto. Caminhámos, ao lado o  silêncio e numa fraga vazia depositámos os 2 corpos que transportávamos há muito e regressámos ao nosso encontro. Nada de palavras.
As estrelas estavam muito próximas e eram demasiadas para nos deixarem um intervalo apenas nosso. Era fácil ser generoso nas visões.
 
Quando as estrelas acabaram por se diluir no dia que aconteceu ainda tinhamos as mãos juntas como duas conchas cheias de nada. E, por um halo de luz que nos atravessou sem mais, ambos olhámos 1 para o outro, com um sorriso que esculpiu o instante no livro do mundo.


10/11-Janeiro. 2011

5.9.12

Série: do sono



Pintura: J. A. M.



Palavras, Palavras, Por Vezes

 
Palavras, palavras, por vezes cansado das palavras fico completamente à escuta parado por dentro, vazio, virado para fora. Como se o meu corpo fosse uma harpa aberta aos sons que passam. E é então que ouço o sol a cobrir as formas do Mundo, o coração dos universos a bater como um pêndulo maduro, os mares a respirarem lá no fundo, a beleza epidérmica das coisas sem nomes a vida total a pulsar sem eira nem beira.

E então, vejo que nada em mim é apenas o que sei e sinto, nada em mim é apenas uma ilha a sonhar horizontes de palavras, nada disto tudo faz sentido, sem o céu e a vastidão da Terra com sementes e as plantas e as flores e as árvores e os frutos e as pessoas a encherem os dias e as noites.
Depois regresso. Olho, só por olhar. E tudo à minha volta é mais.