José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

22.7.09

Por vezes, vem outra vez

- Foto. São Luís do Maranhão. Brasil. j.a.m. -


Por vezes vem outra vez o sol, o sal, ou outra luz
da cintura dos astros, do fundo da Terra
descendo, subindo, entrando, aclarando
a cabeça que desandava sozinha
e já é outra a coisa, as perguntas que cintilam
no vislumbramento do olhar
onde cais em ti com o corpo inteiro
como uma gota de água
a recriar-se
em círculos no vazio do teu mar
dentro
dos dias todo o tempo
é redondo

e reparas nas duas mãos como se
fossem 10 os caminhos
mas logo são tantos & tantos
que te voltas a calar.

(22-Julho-2009)

A MENINA VAI INCLINADA PELOS SEUS SONHOS

- Imagem Trabalhada. j.a.m. -


A menina vai inclinada pelos seus sonhos mais íntimos 1 passo atrás do outro sobre as quentes areias brancas, enquanto ao lado as águas do lago são verdes.
No fundo de si, um barco e uma viajem por cumprir e ela já sente a voz desse outro lugar ainda obscuro a bater longinquamente no seu coração, como quem procura uma porta para entrar.
Ela é jovem e caminha pensativa sem saber claramente como a luz do dia a tenta acordar. Talvez daqui a uns tempos, ela encontre um cais onde o seu barco a espera.
- Para onde irá depois esta menina, sabendo eu que tanto ela como este barco ,são a mesma abstracta forma do seu destino escolhido?

(14-Julho-09)

14.7.09

pensamentos

- Imagem trabalhada. j.a.m. -


O tamanho das coisas têm o nosso tamanho.
Do coração a mente cria as imagens do Mundo.
Tocamos a altura do que vivemos.
Por dentro e por fora de nós, tudo é igual.
Não há ilusões, há realidades muitas.

8.7.09

pensamento(s)

- Poema visual.2009. j.a.m. -

À TERRA


- Pintura. Técnica-Mista.j.a.m. -


Vem do centro da Terra esta luz nas palavras
corpo de abundância e vertigem
onde evoluem muitas vozes
e às portas da boca
exaltam as suas âncoras.

Talvez por disciplina ou rotina ou esquiva ausência
se encontram os livros pelas manhãs
abertos ao alimento constante dos dias
sem que haja uma descoberta abismal
no meio dos infinitos textos do olhar.

Última a primeira porta dos labirintos:
São as Mãos. É a Terra.
Segredos que nos vão lembrando a procura do mundo
sob os regressos da voz em cada página.



(in, As Mãos e as Margens. Editora Limiar.Porto.1991)

6.7.09

momento(s)

- Imagem trabalhada. j.a.m. -


Coisas simples, p.f., palavras pousadas como o pão na mesa, frases espaçadas com 1 intervalo para nos debruçarmos nas suas varandas, silêncios cheios em que cada um seja um e todos, olhares que falem também e troquem apenas luzes para se manterem abertos, gestos poucos em movimentos comunicantes, eu aqui, tu acolá, estamos entre amigos, há que afugentar o medo que se instalou em tudo, meu deus, o medo que serve os tais que sugam o Mundo e queimam o sangue das nossas vidas sem tantas vezes darmos por isso.

1.7.09

OUTRAS VIDAS

- Bandas de Castro Laboreiro -

São seres que se apagam em silêncio, vestidas de escuridão entre as pedras de granito onde se sentam e a vastidão do céu para onde largam as recordações de uma vida.

À volta, as poucas ovelhas colhem ainda da terra a seiva verde das ervas. Por perto, o cão castro laboreiro, faz um círculo divagado com os olhos e instala-se descansado.