José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

16.2.20

~ 7º pedaço de mais um diário perdido ~

Desenho. Autor: J. A. M. - Anos 80
























O agora, estanca, parte-se, abre-se como um fruto a seu tempo, para que o tempo seja outro e haja uma viagem à-volta.
Regressarei.
Entretanto: vivi com tribos e tribos, muitos nomes e culturas, deixei-me atravessar por N mundos diferentes, vi o geral e o particular nos pormenores e em nenhum lugar fui estrangeiro.


- Há em nós algo de tudo.



( África. Senegal.2019)

13.2.20

retrospetivas

Pintura: J. A. M. 



















1

Por vezes, alguém põe 1 dedo na ferida.
Quero dizer - alguém acorda a sombra geral dos seus nomes
e os nomes mergulham nos ritmos do sangue
e logo as mãos crescem para os lugares
e os lugares crescem com elas
e depois, fica tudo mais Alto.
Há quem passe, olhe de lado e continue a sua vida.
Outros há que passam e se detêm
por um pormenor mais chamativo.

2

Claro que todos os lados, todos os nomes
são pretextos. E os lugares também.
Nascemos e morremos por uma graça indomável
perdida no tempo. Andamos às voltas disto tudo
enquanto por dentro acordam & adormecem
as sementes povoadas pelos estranhos frutos
de uma sede sem fim.

3

Vozes e vozes que cantam a Vida e
o exemplo de milhares de sóis
mesmo sabendo-se que para outros olhares
há um abismo memorial nas cabeças
uma outra idade outra boca menos cercada
pelos dons dos dias na transformação dos corpos.



- J. A. M. in, “A Primeira Imagem”, Ed. Sol XXI, Lisboa, 1998 -


2.2.20

cem título(s)

Trabalho-visual. Autor: J. A. M. 

















Sei como os universos estão cheios de estrelas
de ouro breve nas suas viagens
e um coração de ouro nunca tem preço
(eu sei) como o teu sol também é o meu
também sei que por onde caminhas
é o (mesmo) lado só teu 
do lado que também é o meu.



 P.S. poema dedicado à minha filha, D. I.


Mindelo. Ilha de São Vicente. Cabo Verde. 11-12-2019