José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

24.11.20

coisas noturnas










( auto-retrato. 2020)


até que enfim o Porto hoje era uma cidade viva às 3 horas da manhã ainda havia uma chusma de gente nas ruas à volta dos Clérigos e, enquanto resolvia comigo a estranheza da novidade, acabei por me sentar numa cadeira à frente do café Piolho. Havia pessoal desordenado, em grupos, falavam, riam, bebiam. Gostei. Havia também um aroma quente no ar & fiquei por ali o tempo de 2 finos frescos, ou foram mais?

Depois, atravessei a escuridão do jardim da Cordoaria, onde revi de soslaio, mas com natural atenção, as estátuas do Juan Muñoz. com aquela parca luz geral a gentinha do nosso hermano ganhava um ar mais severo e bizarro.                                                                                          Mas porque é que não estavam parados?


As extensas sombras pelo chão pareciam levitar ao som dos candeeiros sobriamente acesos. Ao fundo, ainda estalavam no ar as gargalhadas dos jovens, abrindo a noite a outras luzes mais


 ( Porto. Portugal. 2007 )

J. A. M. 


 P.S. Texto incluido no Livro de Contos,O Ouro Breve dos Dias ", brevemente  acessível ao público. O livro contém Contos escritos em alguns países lusófonos.


16.11.20

Outras vozes

 

por vezes, abrem-se outros sons, outras

luzes dentro

como acontece na boca das fontes

e é por aqui que algo em mim é mais humano

entre esta sagrada Terra e as estrelas às mãos de semear

entre tantas margens, os tambores celestes batem

e rebatem o meu coração.



( J. A. M. - 1980 ?)