Foto de azulejos na Póvoa do Varzim ( transformada). J. A. M. |
Já a noite tinha sido iniciada,
os pescadores juntos sentados calados curvados olhavam presos por um fio
emaranhado de leves e ondulantes pensamentos o horizonte, como quem lia 1 texto
antigo.
Entretanto as nuvens de um lado para o outro, fragmentariamente orquestradas pelo seu próprio destino, lá iam impavidamente diferentes. Nada se cruzava e tudo estava ligado.
Os barcos continuavam a baloiçar o cais. O mar sempre estivera ali como se fosse eterno. Como um eco longínquo que ainda perdura pelo poder dos olhares de muitas gerações.
E os pescadores aguardavam como quem espera e também não, a hora da partida. Em casa os filhotes mais novatos choramingavam por comidas diferentes e as mães afagavam-lhes os cabelos, com um sorriso esboçado junto ao aconchego do útero.
Os
pescadores, disse-me um dia um amigo vagabundo nas viagens, viraram estátuas
fixas e ali estancaram para o gáudio dos turistas que acudiam aos magotes e as
crianças agora pediam moedinhas com uma vida inteira moribunda nos olhares.
(Póvoa do Varzim. Portugal)
Entretanto as nuvens de um lado para o outro, fragmentariamente orquestradas pelo seu próprio destino, lá iam impavidamente diferentes. Nada se cruzava e tudo estava ligado.
Os barcos continuavam a baloiçar o cais. O mar sempre estivera ali como se fosse eterno. Como um eco longínquo que ainda perdura pelo poder dos olhares de muitas gerações.
E os pescadores aguardavam como quem espera e também não, a hora da partida. Em casa os filhotes mais novatos choramingavam por comidas diferentes e as mães afagavam-lhes os cabelos, com um sorriso esboçado junto ao aconchego do útero.
(
J. A. M.)