José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

31.12.24

Tempos de transição

Pintura. J. A. M.

 

Há novas luzes nos céus pouco límpidos deste mundo.
Permanecem um desentendimento algo que transcende.
Entre as dúvidas e as certezas arde o silêncio da curva
fechada da ignorância, da distração, da língua de alguns
desalmados, que não coroam sua expressão fraterna.
Vivemos tempos de transição.
Há sombras que se iluminam e se dissolvem, há luzes
que se ordenam exasperando os olhares.
Por mim, para já, não sopro nenhuma bandeira, não assinalo
nenhum jogo.
Tanto vale anunciar como apaziguar uma perplexa descoberta
pois as multidões permanecem persuadidos por outras quimeras.
Alimentam o mistério. TUDO é sempre um mistério.
Na minha cabeça as oficinas trabalham em vão.
No meu coração tudo se alinha. Na minha intuição, também.


 
(25-11-24 - J. A. M.)

21.12.24

Parece haver um destino nesta viagem

Pintura. J. A. M.


o barco acompanha a sua sombra ondulada pelas águas do rio. É um rio largo, com as margens erguidas por uma floresta imensa. Que na lonjura escurece todos os nomes.

Por cima pássaros e nuvens passeiam-se com o sol por testemunha.
Parece haver um destino nesta viagem.


( J. A. M.)

13.12.24

A Vida é um sopro

Pintura. J. A. M.

 

Era a infância e já havia barcos viagens outros mundos. Assombrosa era a delicadeza dos percursos, a natural intimidade dos encontros, as inesperadas novidades.
Os dias cresceram, os anos cresceram a luminescência do sobrenatural também.
Vi na antecipação das auroras, a linha inexistente entre a luz e as sombras. Vi com os olhos, as mãos, o corpo inteiro.
Era o sobressalto da idade adulta. O brilho arrefecido onde supliquei pelas antigas manhãs.
E voltei a aperfeiçoar-me no centro das peregrinações. A viagem prossegue. Amaciando o clarão, onde metade de mim floresce e a outra metade adormece.

(28-11-2024)