Caminhava sozinhamente feliz
por um caminho muitos na floresta algures na ilha maior da Caraíbas quando me
aconteceram vários pequenos milagres.
(permanente a
fonte nunca se esquece de me matar a sede.)
1º atravessei uma ponte elaborada com paus & espessos cabelos de árvores entrelaçados sobre um chão de águas
translúcidas até às cores dos peixes tontinhos de todo nas suas curvas onduladas e depois, cada árvore era um
momento feliz para os olhos e aconteciam muitas sucessivamente e em simultâneo, uma após
outra havia uma luz que estremecia a cada instante poisada no centro silente das deslumbradas flores no meu olhar, luz levantada pelas borboletas
amarillas que celebravam uma cascata
hediondamente abismada no meu prazenteiro banho bem demorado no corpo inteiramente nu, vislumbrando tokoloros e outras aves mais altas & longas nas asas suaves e mais depois, re+parei no
tronco de um arbusto movendo-se sozinho sem dono arrastando o único caminho estreito que havia para dentro da mata, qual animal sem
patas acossado por alguém o tinha quebrado pela espinha surgiu agora a metáfora, uns turistas intrigados
também olhavam aparvalhados (& mal eu apareci eles rodopiaram e desapareceram em bando, eram brancos das europas) , foi mais um
espanto ali aos meus pés *, novidades sem preço que a vida nos dá quanto a deixamos
entrar e ainda + depois, encontrei duas crianças num outro rio, apanhavam peixinhos com um saco de serapilheira
sem qualquer intenção após a brincadeira vi que também os bichinhos brincavam num balde roto de propósito(s) & lá regressavam ao seu imenso paraíso,
uma era assim calada & presente no seu olhar triste de índia e a outra era viva nos gestos, com 2 pequenos corações de ouro nos brincos de argola, a certa altura
da nossa alta conversa bem rasa, inclinou-se para uma flor branca ali vizinha de nome mariposa(1) e eu saboreei o seu cálido aroma e, de repente, reparei melhor na luz submissa
que os rostos das meninas continham onde o sol se demorava acordado, deleitado,deitado, enfim.
Saí de lá com 2 beijos
repartidos & um aceno de mãos a fechar a curva do caminho de regresso para um outro mundo, até ao destino provisório daquela longa tarde ou já era noite?
* passou-me pela cabeça que o leitor talvez pense que não entendeu bem esta écfrase, claro que a compreendeu à sua maneira.
(1) " Em Cuba, é muito comum desde o
século XIX em jardins e pátios, e também como uma espécie naturalizada em
lugares selvagens com solos húmidos, como nas margens de rios. É muito
apreciado desde os tempos coloniais pelas mulheres, que eram então adornadas e
perfumadas com suas flores (…) Tanta é a sua popularidade, que em 1936 foi
declarada a flor nacional de Cuba por uma comissão de botânicos e jardineiros.
Isso parece surpreendente porque a mariposa não é indígena de Cuba. Mas eles, na sua escolha, levaram em conta não apenas a sua grande popularidade, mas também o facto de que, durante as guerras da independência, os seus intricados ramos serviram de
esconderijo para as mulheres patriotas transportarem importantes mensagens
clandestinas. Em Buenos Aires, foi plantada em um jardim internacional para representar
Cuba, juntamente com as flores nacionais de outros países."
link:http://www.cubanaturaleza.org/es/flora-vegetacion/-flores/-flor-de-mariposa-white-ginger-hedychium-coronariu.html
Tope
de Collantes, Cuba. Agosto-2018.
(
Rascunho Nº 22)