José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

28.4.17

Série: Diásporas ~ ESTOU DE TANGA ~

(Obra: J.A.M. série: pequenas sabedorias-series: small wisdoms)


hoje levantei-me bem comigo & a vida, comi manga e papaia e cana de açúcar do meu quintal tudo oferecido com a claridade do sol já bem esclarecido nas coisas do mundo.
Também bebi água logo nas aberturas do dia e é água leve e fresca que vem dos lados do convento de São Francisco do séc. XVII, eles lá sabiam as melhores fontes das coisas essenciais à vida.

Nesta varanda ampla virada para a Sidády Vêlha lá em baixo o mar ao fundo de onde se colhem imagens & imagens sem fim e um barulho de ondas fortemente contra as rochas negras da praia, onde todos os dias ao final das tardes banho o meu corpo aberto ás águas azuis até ver o círculo solar cheio de cores a despedir-se para outros lugares.
(…)
Acabei agora de regar as minhas plantas, saudar as flores que me ajudam tacitamente a ser feliz, tocar ao de leve as folhas da palmeira aqui ao lado, são pequenos gestos só aparentemente distraídos entre seres que são iguais.
A minha amiga borboleta, que me visitou logo no 1º dia, volta todos os santos dias, enquanto estou acordar-me nestas pequenas tarefas prazenteiras. Um dia destes, veio poisar na minha mão, mas só ao fim do coração da manga bem chupada, é que sorveu com tal suavidade a última gota que me deixou derrotado por uns longos instantes.
( para quem ainda não viveu estas circunstâncias, creio achar por bem informá-los que as mangas são frutos caprichosos, afinal como todos os outros, mas as mangas não se comem propriamente dito, após as primeiras dentadas chupam-se longamente até o caroço qual osso reluzir à luz que há ).
Ah! eu e a minha amiga borboleta, duas pétalas brancas, uma de cada lado onde pontuam vários círculos negros salpicados parecem à toa mas cá para mim nada é á toa nesta vida, falámos abertamente dentro dos nossos silêncios amadurecidos, depois foi vadiar pela mata a fora partilhar alegria e liberdade com outros seres que estão vivos na viagem, remando agora as suas muitas asas frágeis ao sabor das curvas da aragem e, pronto.
Votei ajustar a tanga à cintura (um dia destes tenho que arranjar uma tanga a sério de "pano de terra", logo se vê),,, incendiei doucement 1 cigarro, pernas desleixadamente sobre a varanda azul e costas contra o mundo, ke se foda o insano mundo Ocidental, ámen


(Cabo Verde. Ilha de Santiago. Sidády Vêlha – 2008. Alterado 2017 )

26.4.17

~ Tríptico às Imagens Nuas ~

~ Tríptico às Imagens Nuas ~
Obra.  J. A. M. Série: pequenas sabedorias ~ small wisdoms .


1
Por vezes, alguém põe 1 dedo na ferida.
Quero dizer - alguém acorda a sombra geral dos seus nomes
e os nomes mergulham nos ritmos do sangue
e logo as mãos crescem para os lugares
e os lugares crescem com elas
e depois, fica tudo mais alto.
Há quem passe, olhe de lado e continue a sua vida.
Outros há que passam e se detêm
por um pormenor mais chamativo.

2
Claro que todos os lados, todos os nomes
são pretextos. E os lugares também.
Nascemos e morremos por uma graça indomável
perdida no tempo. Andamos às voltas disto tudo
enquanto por dentro acordam & adormecem
as sementes povoadas pelos estranhos frutos
de uma sede sem fim.

3
Vozes e vozes que cantam a vida e
o exemplo de milhares de sóis
mesmo sabendo-se que para outros olhares
há um abismo memorial nas cabeças
uma outra idade outra boca menos cercada
pelos dons dos dias na transformação dos corpos.

( in, A Primeira Imagem, Ed. Sol XXI, 1998)




LABIRINTO DE LUZES ~ LABYRINTH OF LIGHTS

Título: APROXIMAÇÃO AO SOL


20.4.17

QUANDO NO CORAÇÃO HÁ CHAMAS

Foto: J. A . M.

Se sentes esse vento no rosto quando no coração há chamas,
deixa-te levar, deixa pairar esse espírito em visita.

 ~ no hálito rasgado da noite profunda, evolam-se as memórias
de muitas vidas
e só pelo ritmo a respiração prende-me  aqui:
entregue a este mundo como uma águia de espuma
e os braços abertamente nus ao sol, à lua, por estes lados
voo em direção ao sul



(José Alberto Mar)

18.4.17

Flor de Maracujá

Foto: J. A. M.

  "A arte e o amor são a mesma coisa: é o processo de ver
a si mesmo em coisas que não são você."
(Chuck Klosterman )

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A Flor de Maracujá significa a Paixão de Cristo, por isso, é também conhecida como a  “Flor da Paixão”. Em outras línguas, o maracujá é conhecido como o “fruto da paixão”: passion fruit (em Inglês), fruit de la passion (em Francês), fruta de la pasión (em Espanhol) “