26.2.18
23.2.18
Msg a Garcia
O OUTRO LADO DA LOUCURA
Pessoas socialmente integradas podem ser loucas
( por Roberto Goldkorn )
" Estou acabar de ler uma das mais completas e fascinantes biografias do psicólogo suíço *Carl Gustav Jung (1875-1961).
Para quem não conhece a sua obra ou para aqueles que não concordam com a sua visão de mundo, certamente não deve ser uma leitura tão fascinante quanto está sendo para mim. Mas isso é só para dizer que me emocionou a luta de Jung contra a "loucura" em suas mais variadas manifestações.
Mas não só de Jung, de todos aqueles que estão em campo para atenuar o sofrimento daqueles que sofrem pela manifestação dos sintomas de enfermidades mentais, e que procuram ajuda desesperados.
Porém essas pessoas ainda têm alguma esperança, já que tomaram consciência de que precisam de ajuda, ou foram levadas a isso por parentes que sofrem junto.
Quero falar aqui, no entanto dos milhões de afetados pelo flagelo da doença mental, que nem de longe se consideram "doentes". São empresários, executivos, profissionais liberais, donas de casa, funcionários públicos, enfim são tudo que a sociedade enseja a todos. Mas eles estão lá, muitas vezes até estimulados por certas culturas ou modismos a expor as suas neuroses e psicoses fazendo estragos à sua volta.
Infelizmente ou felizmente tive a oportunidade de ter meus caminhos cruzados com vários desses exemplares de "loucos socialmente integrados". Até à pouco tempo atrás não tinha consciência do porquê certas pessoas me afetavam tanto, inclusive algumas dentro de minha própria família.
Ingenuamente acreditava que o meu problema era com essa ou aquela pessoa, seja pelos vínculos familiares, profissionais ou sociais. Mas a evolução do meu pensamento está chegando a um ponto muito interessante, onde percebo que não são ou não foram as pessoas que me afetaram (ainda afetam) tanto.
Ao perceber em todo o mundo os estragos que a loucura, seja ela maquilhada de fé, fanatismo, ou ideologia, causa, concluí que a minha diferença é com esse flagelo, e não com os indivíduos que lhes servem de "médiuns".
Recentemente vi um episódio acontecer numa família, onde uma onda de destruição sem sentido por pouco não causa um tragédia. Mas mesmo sem ter tido desfecho sinistro, já teve um desfecho sinistro.
Ao roubar desses familiares a possibilidade de um convívio amoroso, e de uma associação para o progresso profissional, a maldita demência seja ela qual a classificação tenha, é uma praga perniciosa.
Tenho tentado um distanciamento suficiente para analisar os componentes, origens e possibilidades de tratamento dessas manifestações de desequilíbrio mental e porque não dizer espiritual.
Não posso dizer que tenho o diagnóstico dessas tantas "loucuras", e nem de longe atino com uma solução. Mas tenho observado o que os grandes mestres da mente apuraram ao longo de suas vidas e procuro somar com as minhas observações.
Uma constatação interessante, é que há um amplo terreno comum para essas manifestações, e quase todas podem ser detetadas por uma observação isenta, a não ser pelos próprias "vítimas".
Por exemplo, essa "doença" os integrados sociais, leva ao comportamento extremamente EGOCÊNTRICO. Isso significa que essas pessoas não conseguem pensar ou sentir nada além das suas próprias emoções, dores, alegrias, e desejos.
Quando vocês estiverem diante de alguém capaz de disputar quem teve a maior desgraça, a maior dor, a pior doença pode ser que esteja diante de um desses exemplares. O egocentrismo também os leva a identificação a "coisal" (nomenclatura minha). Isso significa que eles ou elas são capazes de se ofender, de se magoar profundamente (ou de se engrandecerem) se o seu carro for desvalorizado, ou se a marca do sapato que usam for considerada de baixa qualidade.
O egocentrismo exacerbado dessa doença faz com que vejam como extensões de si mesmo suas posses, ou itens que apenas momentaneamente estão nas suas vidas.
Outro fator desse egocentrismo doentio, é a incapacidade total de ouvirem! Duplamente eles não se ouvem - não são capazes de analisar e extrair significado daquilo que dizem. E também não sabem extrair significado do que os outros dizem, a não ser que seja uma ratificação absoluta (sem trocar vírgulas) daquilo que pensam pensar.
Esse mesmo egocentrismo os coloca em situações esquizóides mas eles não conseguem perceber ou tirar dessa observação uma luz que indique que o rumo se perdeu. Por exemplo, é muito comum observarmos uma dissociação gritante da vida do doente com aquilo que ele diz ou pensa. Em geral a vida dessa pessoa, como não poderia deixar de ser, costuma apresentar-se como uma sucessão de desditas. Caos familiar, caos na saúde, caos na vida profissional, etc. Para não deixar que essas situações atinjam o âmago da doença obrigando-os a buscar ajuda, eles lançam mãos de mais recursos malabarísticos retóricos ou não para resolver o que os psicólogos chamam de "dissociação cognitiva" - abismo existente entre o que pensam, dizem e fazem.
Contorcionismo demencial
Recentemente ouvi uma dessas pérolas do contorcionismo demencial: um desses afetados que foi posto para fora de casa pela mulher e pelos filhos depois de um longo períodoapr provocando barbaridades, no auge de uma discussão com outra pessoa tiru a segunte conclusão: "Eu vivo para a minha família!"
Um outro cuja vida é uma sucessão de atos perversos, chantagens, truculência contra a própria família, manipulação (são loucos, mas não são burros), afirmou no clímax de uma discussão que percebeu que não poderia vencer: "O que todos precisamos é colocar Deus no coração. A humanidade precisa de Deus, de perdão, de reconciliação." A principal característica da "doença" é justamente essa enorme cratera entre o que diz e o que a vida dele apresenta.
A minha reação sempre de pé atrás, sempre de grande sensibilidade a essas pessoas na verdade é de revolta contra essa doença invisível que destrói tantas vidas, que corrompe tantos futuros promissores, tantos projetos de felicidade.
(...)
Para quem ainda não foi afetado, que fiquemos de olho vivo. Se alguém disser que a marca do seu carro não é lá essas coisas, e você ficar irado, ou com raiva do "acusador" como se ele tivesse ofendido a senhora sua progenitora, talvez seja hora de buscar ajuda. Se achar que isso não é motivo para tanto, aí por favor, não esqueça de que fui eu quem avisei."
*Jung era médico. Teve uma formação como psiquiatra, mas atuou a vida toda como psicanalista, mas como a psicanálise é uma criação do Freud, ele criou a sua propria escola que foi denominada de psicologia analítica.
um marmelo ao sol amarelo com azul dá verde
- a Arte de um marmeleiro - ~ Foto de: 1 marmelo, folhas de marmeleiro, pedaço de céu , sol & j. a. m. |
22.2.18
20.2.18
KOISAS ~ DO ~ MOLESKINE ( 3ª folha)
às 5,48 da manhã fomos abrir o sol prós lados onde o mar fica mais a jeito. O areal já não é o que era havia um pescador depois outro alguém tirava fotografias e
mal as olhava ~ as
ondas ~ as ondas ~ as ondas não paravam de acontecer. O mar parecia um longo vidro quebrado em pedaços dançantes sob a luz ondulada do sol. Um passeio
pela orladura pedrinhas luzidias no chão depois não serão, pedacinhos de conchas que foram,
também o ruído no olhar de latas marcas adiante & garrafas verdes, até
preservativos ainda bem preservados.
Dentro do bar, o sol caía sobre o meu rosto e simultaneamente na heineken que
me segurava a mão suspensa na sede. Uma
sede silenciosa em si demorada em cada trago, pois a namorada era calada e o cenário à volta parecia-me inesperadamente distante: telemóveis agarrados às mãos, cabeças curvadas um ou outro colar ou brinco pendurados no brilho, outras figuras atentas a 1 café ou a uma torrada ou a um fino a borbulhar amarelíssimo sobre a
superfície viva de 2 lábios semi-abertos pintados de carmim talvez fosse uma dádiva celeste para o meu estar na altura, o tal
rosto pelo menos de perfil era belo recortado contra o fundo geral, também haviam nuvens de palavras
cruzando-se no ar frases soltas que se
soltavam & esfumavam com os laços voláteis dos cigarros sem alguém parecer (querer) dar por isso, atmosferas
assim sem
dono à vista desarmada.
E quanto ao mar, mal o olhava lá
estava ele vivo, o m~a ~r galgando-se onda após onda crescendo avançando regressando a si, contra o impávido areal golpeado: quando repousas?
Ao longe o sol lá ia no seu ritmo
que também era o nosso e please, por
agora no photos, já há tantas. Roubamos tudo às paisagens uma flor aqui uma imagem acolá, para as trazermos para dentro das nossas casas, dos nossos próprios vazios, um dia destes como será?
Depois fomos ver os pinheiros.
Estavam juntos e pareciam muitos, é o novo hábito de serem novidade num país queimado
todos os Verões * ao sabor dos lucros & das voracidades da kambada. A certa altura estacionámos
a carroça (levámos o burro e o respetivo veículo que um dia adquirimos por tuta
& meia a uns ciganos desesperados no Alentejo) e foi tão belo aquele
momento que até o aroma amarelo de umas mimosas ali perto, nos alertaram para a evidente beleza da vida. Como se tal fosse necessário, mas pelo sim pelo não, aproveitei
para efetuar a habitual vénia diária a Tudo.
Mal demos conta já estávamos à
frente de alguém fardado que stopava o caminho. Que se passa, sr. Agente? Isto é território militar, têm de se afastar,
s.f.f. - Como o recado era evidente e o homem estava ali apenas a cumprir o seu papel & até falou assim com um ar de enfado desamparado e
evidentemente tínhamos mais que fazer, demos a volta e regressámos às nossas prazenteiras deambulações pelo campo, com a carroça quando muito talvez a 5 Km à hora e o GPS na intuição do burro.
evidentemente tínhamos mais que fazer, demos a volta e regressámos às nossas prazenteiras deambulações pelo campo, com a carroça quando muito talvez a 5 Km à hora e o GPS na intuição do burro.
* estava eu nestes preparos,
quando recebo um email da “Autoridade Tributária e Aduaneira”, com o “assunto:
Campanha para a prevenção de incêndios”, dirigido a mim próprio como: “ Ex.mo(a)
Sr(a) “.
1º fiquei estupefacto pelo facto de me sentir tratado
como gente neste país, depois mais assente na coisa, deduzi humildemente que esta
comunicação tinha sido eventualmente lida por milhares de portugueses que
possuam email e tiveram pachorra para tal. Numa leitura oblíqua senti-me claramente intimidado e olhei com carinho os pinheiros do meu vizinho que felizmente alongam generosamente os seus belos ramos para a minha varanda. Olhei para eles com a gratidão que naturalmente me merecem e tácitamente jurei-lhes a minha proteção. Depois : no comments.
( Rascunho Nº 18 )
( Rascunho Nº 18 )
19.2.18
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