Às vezes pego no bloco. Pego
na caneta. Fico assim horas a fio a olhar para o a noite do céu, depois a incerta altura,
desço
o olhar
o olhar
1 pirilampo aqui outro acolá na espessura da noite por detrás da sebe deste jardim há um chaparro com
ramos ainda pouco rugosos onde a cortiça respira e cresce sem darmos por isso e as folhas
todas juntas formam uma cabeleira que estremece & dança, muito
espaçadamente, com a aragem que sopra dos lados do mar enquanto o algodão dos
álamos dança no ar e uma sisão algures espalha as pautas.
De repente, a chuva parou.
Gotas de água escorrem de folha em folha e depois apagam-se no chão onde as raízes das plantas absortas se abrem ao desejo da sede. E as folhas cintilam sob o peso da luz que desce dos candeeiros. E são belas assim, nos seus verdes flamejantes contra as obscuridades à volta. Na superfície azulada de um pequeno lago provisório, estranhamente ondulado, está a lua estampadamente enorme.
Gotas de água escorrem de folha em folha e depois apagam-se no chão onde as raízes das plantas absortas se abrem ao desejo da sede. E as folhas cintilam sob o peso da luz que desce dos candeeiros. E são belas assim, nos seus verdes flamejantes contra as obscuridades à volta. Na superfície azulada de um pequeno lago provisório, estranhamente ondulado, está a lua estampadamente enorme.
( Algarve. Rascunho Nº218)