José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

12.9.19

Imagens Afundadas na Memória ( 15º )

Pintura de J. A. M. 



















como um navio deixa nos olhos uma sombra em movimento
a memória é um cais iluminado só por um lado crescem as
raízes das estrelas que os dedos não tocam apesar das palavras
agora falo-te assim como um navio que vai de imagem em imagem
lentíssimamente, atravessando um instante sempre atrás de outro
o tempo é um gesto parado que não pára de navegar.



(in, "A Primeira Imagem", Editora Sol XXI, Lisboa-1998)

3.9.19

Imagens Afundadas na Memória ( 3ª)



Os dias acordam as várias faces
da luz.
O poder inexorável do Mundo
vem das raízes
do sol.
Dias absolutos
nos seus fulgores errantes
impelidos par além
de todos os gestos dos mortais.
Todos os tempos da memória
são espasmos próximos à madeira
quando aumenta os anéis
nos troncos das árvores. - Todos
os segredos da Terra
são gerados em silêncio.
Em geométricas forças moleculares.

E o jeito dos olhares...- o enredo
toca o centro
e o dia desprende-se
para todos os lados
em luzes aliadas com as sombras.

Olhamos, respiramos, toda a vida
toda a arte é
transparente. E depois apaga-se
o lugar repentino
que mal se vê
e já não se encontra. Nem
o caos. Nem a ordem
ou a lembrança.



( in, A PRIMEIRA IMAGEM, Editora Sol XXI, Lisboa -1998)

30.8.19

XXI BIENAL ARTES PLÁSTICAS, Festa do Avante ( 6,7,8 Setembro ~ 2019)

" H de HOMEM " ( 100X100 cm). Obra de de : J. A. M. 
























 Júri de Seleção:


Andreas Stöcklein, ( pintor que cursou a Academia de Belas-Artes de Dusseldorf e actualmente ocupa um lugar de destaque na renovação da azulejaria portuguesa);
Jaime Silva ( pintor, coordenador e docente da Área de Pintura da Sociedade Nacional de Belas Artes e vice-presidente do seu Conselho Técnico;
Sérgio Vicente (artista plástico e professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.)

18.8.19

Exposição de Artes~Visuais














P.S. Devido a várias circunstâncias positivas, a Direção do evento
decidiu prolongar a Exposição até ao final do mês de Setembro.

9.8.19

onde o sOl é mais perto

" O Olhador " . Autor: J. A. M.



















ás vezes à noite, pego no bloco pego na caneta. Fico assim, horas a fio a olhar para o céu, depois a incerta altura, desço o olhar

agora: 1 pirilampo aqui outro acolá na espessura da noite por detrás da sebe deste jardim há 3 sobreiros unidos com troncos rugosos onde a cortiça respira e cresce sem darmos por isso e as folhas todas juntas formam uma cabeleira que estremece & dança, muito espaçadamente, com a aragem que sopra dos lados do mar enquanto pedaços de algodão dos álamos esvoaçam e uma sisão[1] algures espalha as pautas.
De repente, a chuva parou. Gotas de água escorrem de folha em folha e depois apagam-se no chão onde as raízes das plantas absortas se abrem aos desejos da sede. E as folhas cintilam sob o peso da luz que cai dos candeeiros. E são belas assim, nos seus verdes flamejantes contra as obscuridades à volta. Na superfície azulada de um pequeno lago provisório, estranhamente ondulado, está a lua estampadamente enorme.



Data =?
( Rascunho Nº 238)




[1] Ave considerada Vulnerável, pela organização BirdLife International.