30.3.12
27.3.12
cresce a mão para as palavras
mas porque é que cresce a mão para a palavra?
Há o sol, as matérias primas
dentro do sangue
e há a noite recolhida, submersa
e ainda há as pessoas
e a vastidão da respiração
no coração
seio de idades invadidas por tantos rostos
e há pontos imprecisos em que somos quase
inteiros
e há o útero de tudo onde as vozes se instalam
mas só às portas exaltam os sons
nas palavras que agora vos escrevo:
dentro do sangue
e há a noite recolhida, submersa
e ainda há as pessoas
e a vastidão da respiração
no coração
seio de idades invadidas por tantos rostos
e há pontos imprecisos em que somos quase
inteiros
e há o útero de tudo onde as vozes se instalam
mas só às portas exaltam os sons
nas palavras que agora vos escrevo:
o olho do mundo dança-me na cabeça
ao sabor das luzes que giram
na alta nudez sem nome.
(Nov.2008)
26.3.12
" É só com sangue que se escrevem versos." ( Saul Dias)
como um fio-de-prumo a noite em cima de tudo
como um fio-de-prumo a noite
encimada em tudo e por dentro,
uma voz insidiosa e duradoira, o ouro breve dos momentos
atravessa a escuridão com a velocidade dos átomos do Mundo.
Também há os universos acesos para todos os lados e
os candelabros dos nossos pensamentos são fagulhas que no ar
se cruzam & entrelaçam & enlaçam
as substâncias que unem os presságios
das nossas vidas passageiras.
Tudo tem um propósito errante e nenhuma voz cabe dentro
de todas as línguas faladas, fadadas, calada da Terra.
(27-Março-2007 )
(27-Março-2007 )
22.3.12
21.3.12
" Fora do Compasso "
Imagem: J. A. M. (Início da Primavera)
- Fora do Compasso -
dias abundantes nas bocas
pelos segredos das mãos
ao rebentarem magnéticas
os nomes à-volta.
Inspira-as a cegueira de uma luz
sem fim, como que vencida
pela eternidade.
Não é a carne nem é memória
esta respiração. Por ela vivemos
pendurados nas perguntas
que respiram pelos orifícios da pele
que sorvem as queimaduras dos astros.
Talvez só os deuses conheçam a intenção da água
dentro dos corpos. A água fechada
ao fazer um nó às portas dos olhos
estrela ou paisagem, quanta claridade
ao redor dos dedos a mexerem dentro
as oficinas da terra
os lugares abraçados pelo tacto da fala.
- in, " As Mãos e as Margens ", Ed. Limiar ( Os Olhos e a Memória/57) - 1991
19.3.12
quando a noite tomba, às vezes o espanto cresce e tudo é uma outra coisa
um marmelo
Foto: J.A.M.
Estremece a estrela que vive
naturalmente aberta à escuridão
e nos 2 olhos cintila
e nos 2 olhos cintila
o véu do instante a aparência maior
do que é superfície e aí se afoga
na multidão dos dias
as multidões são mecânicas.
do que é superfície e aí se afoga
na multidão dos dias
as multidões são mecânicas.
Vejo nos gestos a estrela amparada
pelo silêncio que aspiro, o lugar onde
qualquer semente pensa
sonhando con+tudo
pelo silêncio que aspiro, o lugar onde
qualquer semente pensa
sonhando con+tudo
pois nada do que é fruto
acontece sozinho.
acontece sozinho.
(Set.-2009)
16.3.12
13.3.12
12.3.12
ao Sr. V.G.
(...) tautumba como senão eu já vi as searas como pensamentos amarelos e o céu a voar em círculos desamparados pelos violentos tons de azul que cresciam da terra ...
... mal dei conta & mal me tinha esquecido, regressam as faturas a pagar já no mês agora e eu cidadão me confesso: passo...
( Gaia-Ciência. Mar.2012 )
11.3.12
9.3.12
Performance ( not legal)
Performance by J.A. M.
" Valha - me - nossa - senhora - de - fátima ".
( XII Bienal Internacional de Cerveira.) made in Portugal - 2005
(Em fundo, obra-plástica do pintor: Augusto Canedo).
- not legal -
performance to Exposition
(XII Biennial Cerveira. 2005 - made in Portugal )
- not legal -
8.3.12
e uma sombra alumia-se rente ao chão = inícia-se um outro dia
7.3.12
o sangue quando seca é da cor da terra
ia eu pela estrada a fora, 1 pé bem atrás do outro, duas margens: uma à esq.ª e outra eteceteramente cativada pelo que em mim era invaginação à deriva e não é que a gaja não aparecia ?
Tinha-a mirado há tarde ainda era dia à beira-rio* abraçada às águas e a entrar e a sair arrebanhando os negros cabelos para trás, como quem não tem passado e é livre e está ali inteira depois
nunca mais me largou aquela índia.
N mas N mesmo passos frente, encontrei um jovem taxista atencioso q.b. disponível até sei lá porquê, há já sei: tratávamos-nos como amigos a sério (...)
calcorreamos as montanhas onde caía espessamente a noite (...) até que a encontrei (...)
( dps de N pag.s e a páginas tantas:)
Antes de tombar inteiramente no sono, ainda fui ao jardim mesmo ali à mão de semear, colher uma flor que lhe plantei no cu (...)
Abraçado a duas flores, adormeci como 1 anjo pois o dia findava-se completo.
Abraçado a duas flores, adormeci como 1 anjo pois o dia findava-se completo.
* Rio Preguiças ( Estado do Maranhão)
( algures no Brasil )
6.3.12
Série : O(s) Grito(s) - poema emprestado do M.H.L.
A MINHA QUERIDA PÁTRIA
os camões
os aviões
e os gagos-coutinhos
coitadinhos
a pátria
e os mesmos
aldrabões
recém-chegados
à democracia social
era fatal
a pátria
novos camões
na governança
liderando
as mesmas
confusões
continuando
mesmo assim
as velhas tradições
de mau latim
da Eneida
enfim
sabem que mais?
pois
vou da peida
os aviões
e os gagos-coutinhos
coitadinhos
a pátria
e os mesmos
aldrabões
recém-chegados
à democracia social
era fatal
a pátria
novos camões
na governança
liderando
as mesmas
confusões
continuando
mesmo assim
as velhas tradições
de mau latim
da Eneida
enfim
sabem que mais?
pois
vou da peida
- Mário-Henrique Leiria -
5.3.12
flash ( há quem diga que estamos sós nos Universos : ~ )
Subscrever:
Mensagens (Atom)