à-volta era um lugar que, mal entrámos, se
tornou ausente. Talvez houvesse um espaço, um tempo, quatro olhos duas pontes
ambas para lá ambas para cá, sobre algo circular o tampo de mármore da mesa onde as palavras caiam finitas e havia
estrelas a rebentarem sozinhas no desamparo dos dedos quando se tocavam.
Bailando, bailando os dedos finos uma alma sensível
no fim das hastes, re/parei.
As gaivotas vinham açoitadas pelo mar sem
pescadores e abriam os espaços altos à procura. Eram sombras nos intervalos
apanhadas por acasos, quando olhava de soslaio pelas vidraças húmidas do café, já não eram.
Ambos num fogo acontecido apesar de (não) darmos por ele. À-volta,
mais uma vez, havia os outros longínquas sombras, e em pouco tempo, nem sombras. Por dentro aconteciam metafóricos medronhos nos seus etílicos
desejos de serem mais - do laranja ao
ouro – algo que só na altura sentia ou sabia, crescia para cima & para baixo como nas plantas a seiva, nas galáxias as luzes vagabundas.
Agora vejo como fui vago nessa
travessia. Luz dos teus olhos bebiam a
minha sede. E, era uma sede demasiado. Devia ter-te deixado viajar mais
para dentro. Ensaiar-me nas danças do silêncio que fazemos para que aconteçam, expô-las
desocupado. Escutar-te nos teus altares. Aguardar o
fino ouro do teu mistério.
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