Foto: J. A. M. |
Eu não sei como dizer-te dizendo as formas
à-volta tangentes
ao meu corpo tudo ligado.
Linhas invisíveis separam e partilham
os mundos
- vários limiares.
Baralharam as lâmpadas acesas com a sedução
das estrelas. Inventaram Criaram
Transformam
Destroem.
Como dizer-te
os simples segredos da Terra. A minha seiva
sangue resina sangrada
nas luas cheias tempestuosas no corpo.
A imaginação acordada nas sementes
já nos frutos a água doce
para a sede das bocas
no fim completo da elipse.
Como tocar a simbólica garganta sozinha
na nascente da nosso voz mais esquecida
onde já não há livros nem palavras evidentes.
Os sons do mundo batem furibundos
no céu das bocas atraiçoadas
pelo ódio e pelo amor.
O comércio a ganância assassina
sob a ingénua luz das estrelas.
Imparcialmente a noite é dividida
para cada um a sua sombra.
Olhar-me assim, sagrado animal acossado
pelas suas próprias garras apocalípticas
das antigas ciências onde o anjo ferido
é caça e caçador
desafio entregue às estranhas vontades
dos homens alguns.
( in, "As Mãos e as Margens", Editora Limiar, Col. Os Olhos e a memória/57.1991)
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