José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

19.9.21

~ 17ª folha de 1 diário perdido ~

Pintura: J. A. M. 

 

O texto ergue-se como uma árvore. Mas, nem é texto nem árvore. É uma fonte de onde brotam outras paisagens, outros lugares sem os contornos dos horizontes visíveis.
 
Pelo meio, há muros, fronteiras e o poder das asas em espaços onde o voo é simples.
É necessário deslaçar o emaranhado que em nós nos ergue ao fazê-lo. A dor também nos faz crescer. E, nesta procura para cada 1 o seu caminho. Tudo se inicia e cresce por dentro. Os muros, as fronteiras, as asas e os voos. Só os monstros aparecem por fora. Só há monstros quando existe o medo. Ou, para quem escuta só com um ouvido e depois se esquece de si, levando consigo as sombras da sua idade.
 
Temos o que para nós é chamado. Pela chama que em nós arde, sem o sabermos. Chama ligada a um sol que também não vemos, mas vivemos. Por vezes, sentimo-lo como um arrepio de luz muito repentino pelo corpo todo.
Mas é na alma que fala.


( rascunho Nº 2)

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