José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

28.1.25

Caminhos Peregrinos


Pintura  ( J. A. M. )


Os dias acordam as várias faces
da luz.
O poder inexorável do Mundo
vem das raízes
do sol.

Dias absolutos
nos seus fulgores errantes
impelidos para além
de todos os gestos dos mortais.
Todos os tempos da memória
são espasmos próximos à madeira
quando aumenta os anéis
nos troncos das árvores. Todos
os segredos da Terra
são gerados em silêncio
em geométricas formas moleculares.

E o jeito dos olhares...o enredo
toca o centro
e o dia despede-se
para todos os lados
em luzes aliadas com as sombras.

Olhamos, respiramos toda a vida
toda a arte
é transparente. E depois apaga-se
o lugar repentino
que mal se vê
e já não se encontra. 
Nem o caos. Nem a ordem
ou a lembrança.


( J. A. M. - in, A Primeira Imagem.1998)



22.1.25

Os Dias Breves Visões

Pintura. J. A. M.

Enquanto todos os instantes de uma vida desenham a
superfície do rosto e o olhar aprende a ser uma porta
para a eternidade cada dia é uma entrada uma saída e
no fundo do corpo fica um halo de imagens cercadas
pela surpresa calada do Mundo.


( J. A. M.)


18.1.25

Para quem é mendigo à frente do prodígios do Mundo

Pintura. J. A. M. 

De folha em folha os horizontes alongam-se para os olhos de quem 
é mendigo à frente do prodígios do Mundo. Há um nada absoluto em
cada gesto uma idade e um peso de estrela a cair na sua luz até nós.

Olho à volta, agora esquecido de tudo e de súbito vejo-te, como uma
frágil papoila, a deambular pelos seus íntimos sonhos coloridos.
Enquanto a minha voz se perde no meio da luz que me dás.


( J. A. M.)