José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

17.12.19

Msg a Garcia

Autor: dr. zé kalunga
















" (...) Quem olhasse este passo para o mar e para a terra, e visse na terra os homens tão furiosos e obstinados , e no mar os peixes  tão quietos e tão devotos, que havia de dizer?
Poderia cuidar que os peixes irracionais se tinham convertido em homens, e os homens não em peixes, mas em feras. Aos homens deu Deus uso da razão, e não aos peixes; mas neste caso os homens tinham a razão sem o uso, e os peixes o uso sem a razão. (...)
Peixes, quanto mais longe dos homens, tanto melhor: trato e familiaridade com eles, Deus vos livre!"



( " Sermão de Santo António aos Peixes",   Padre Antóno Vieira . 
Col. Portugal, Nº38, Joaquim Ferreira

16.12.19

o regresso

Pintura: J. A. M. - 2019

























Mais uma viagem aproxima-se caminho lentamente
para o barco amparado pelas águas da Vida
ao lado
as redes rendilhadas & sempre frágeis do mundo.

Como um simples sopro tento apenas
ser o seu alento.

Parece-me que quem assim respira
talvez possa encontrar, encontrar-se, encantar-se.
A Natureza e os Outros serão
sempre a sua medida.



( poema inicial: 2008. Transformado em 2012 até 2019)

13.12.19

homenagem visual, ao sol & ao sangue do Povo de Cabo Verde

Cabo Verde. Dezembro de 2019. Autor: J. A. M. 


















TERCEIRO  ABRAÇO



No ar
o arquipélago escuta o pé
                      Da tua partida
Se o sol traz um arco à roda do teu rosto
E com lábios de pedra
                                 céu & secura
As nascentes aguardam-te à boca das ribeiras
Onde! os violões
                        Antes do meio-dia
Devolvem às árvores o verde da melodia
                                            Isto é
Da raiz da tua memória
                                 partem rios
Partem aves de sol & sombra
                              como flores Do arco-íris




( in, " Árvore & Tambor ", de Corsino Fortes)

Un mOnde

Obra de pintura de um colega de Cuba *, cujo nome esqueci. Com
uma pequena intervenção da minha parte.
 ( devidamente autorizada, claro).

* País que eu Amo do Coração e tão mal-visto e tão mal-tratado continua a ser,
com a "ajuda" dos media do Ocidente & da ganância dos seus verdadeiros Sr.s.
e a eterna cumplicidade ingénua de milhares de escravos.


  Orange Blossom - HABIBI: https://youtu.be/ywsS4WteceM

                          ( from album " Everything Must Be Change "


7.12.19

SELFIE em S.to Antão ( Cabo Verde)

Autor: J. A. M. ~ In Cape Verde : zé kalunga )

TED: https://www.ted.com/talks/greta_thunberg_the_disarming_case_to_act_right_now_on_climate_change#t-75939

P.S. Greta Thunberg (Pirralha) começou a protestar contra o aquecimento Global no  ano passado,  Entretanto, "contaminou" cerca de 4 milhões de pessoas em  160 países, à-volta desta causa. A menina, por coincidência, tem atualmente 16 anos, salvo erro.

1.12.19

"Monte Cara". São Vicente ~ Mindelo ~ Cabo Verde

praia da Laginha. Foto: J. A. M. - 2019















Bô cú már, cêu í bús fídju
N’ úm dôci abráçu dí páz


~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Tu com o mar, o céu e os teus filhos
Num doce abraço de paz.  (pt) 

20.11.19

~ Não Sei se Volto ~

" Monte Cara ". Mindelo. Cabo Verde. Foto: J. A. M. - 2005



Algures no Brasil cheguei a estar no Paraíso. E regressei.  Agora encontrei outro Paraíso. Não sei se volto a voltar.
Começo por um dos lados: o mar sem fundo, no compasso di roncu di mar [1] a chegar claraMente até mim. Depois há coqueiros esguios, altaneiros nas suas tranquilas danças com a aragem muito ao de leve, afinal quem sopra por lá? E há as tamarineiras com os fortes braços erguidos para os céus & os seus frutos tombados doados à espera de quem lá chegue. Palmeiras com as suas folhas dobradas em devoção às 7 portas que iniciam as noites. Balançam-se também aos sons do mar, da lua que começa a ser maior no céu indefinito do meu olhar.
Estou nu, sentado com os pés apoiados na varanda azulzíssima e tomara eu estar assim tão nu por dentro. Agora vou colher uma cana de açúcar aqui do meu quintal e depois talvez vá soprá-la numa flauta vazia por aí adiante.


O pássaro que me visita todos os dias, merece agora toda a minha atenção. E ele já está ali, na sua árvore de eleição, misturado com as flores vivas cor-de-laranjas-acesas, pelo meio da folhagem verde escura porque efetivamente já é noite e tudo está demasiado claro para mim.


raskunho Nº217.

(Sidády Vêlha. Ilha de Santiago. Cabo Verde . 2013)

[1]  “nos sons compassados das ondas do mar”. (crioulo do Sotavento). 

27.10.19

Outono

Trabalho visual: J. A. M. 




















no meu jardim o fim do Verão
esqueço o olhar nas cores que aparecem
cai uma folha rasgando a imagem
amarelos, vermelhos, castanhos e verdes

6.10.19

Pulsar do Universo ~ Tambor do coração

Pintura: J. A. M.

























estou virado para as portas que batem contra as luzes
...
o doce murmúrio das manhãs.

25.9.19

Exercício Alegórico à Beleza

Desenho. Anos /80 . Autor: J. A. M.
























Longos dedos têm o silêncio no meio
das muitas palavras acordadas. Inventam
rios de peixes completos na cor
estrelas austeras como cardos
e das fontes por onde bebemos
não a água, mas a sede
chega-nos ao rosto esse anónimo jardim
com sementes sonhadoras ainda
em exercícios geométricos e sonâmbulos
onde invisíveis mãos já tocam extasiadas
uma repentina beleza para os nossos olhos.



( in, " As Mãos e as Margens", Editora Limiar - 1991 )


12.9.19

Imagens Afundadas na Memória ( 15º )

Pintura de J. A. M. 



















como um navio deixa nos olhos uma sombra em movimento
a memória é um cais iluminado só por um lado crescem as
raízes das estrelas que os dedos não tocam apesar das palavras
agora falo-te assim como um navio que vai de imagem em imagem
lentíssimamente, atravessando um instante sempre atrás de outro
o tempo é um gesto parado que não pára de navegar.



(in, "A Primeira Imagem", Editora Sol XXI, Lisboa-1998)

3.9.19

Imagens Afundadas na Memória ( 3ª)



Os dias acordam as várias faces
da luz.
O poder inexorável do Mundo
vem das raízes
do sol.
Dias absolutos
nos seus fulgores errantes
impelidos par além
de todos os gestos dos mortais.
Todos os tempos da memória
são espasmos próximos à madeira
quando aumenta os anéis
nos troncos das árvores. - Todos
os segredos da Terra
são gerados em silêncio.
Em geométricas forças moleculares.

E o jeito dos olhares...- o enredo
toca o centro
e o dia desprende-se
para todos os lados
em luzes aliadas com as sombras.

Olhamos, respiramos, toda a vida
toda a arte é
transparente. E depois apaga-se
o lugar repentino
que mal se vê
e já não se encontra. Nem
o caos. Nem a ordem
ou a lembrança.



( in, A PRIMEIRA IMAGEM, Editora Sol XXI, Lisboa -1998)

30.8.19

XXI BIENAL ARTES PLÁSTICAS, Festa do Avante ( 6,7,8 Setembro ~ 2019)

" H de HOMEM " ( 100X100 cm). Obra de de : J. A. M. 
























 Júri de Seleção:


Andreas Stöcklein, ( pintor que cursou a Academia de Belas-Artes de Dusseldorf e actualmente ocupa um lugar de destaque na renovação da azulejaria portuguesa);
Jaime Silva ( pintor, coordenador e docente da Área de Pintura da Sociedade Nacional de Belas Artes e vice-presidente do seu Conselho Técnico;
Sérgio Vicente (artista plástico e professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.)