José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

12.5.17

Cinturão de Asteróides ~ Asteroid Belt.

CENTRO CULTURAL E CONGRESSOS DAS CALDAS DA RAINHA (CCC)
LINK:
http://www.ccc.com.pt/exposicoes/a-decorrer/1133-exposicao-labirinto-de-luzes-de-jose-alberto-mar?showall=&limitstart=

11.5.17

~ O Espanto Deitado ~



Primeiro foi uma sensação a veludo nas mãos, a carne à flor da pele era macia de um modo tão suave a pedir só mansidão e elas, as mãos, transcorriam bêbedas com todos os seus 10 dedos nas polpas sensíveis cada vez mais e eu lá ao fundo, no final da sensação, deixava-me navegar com toda a preguiça esboçada do mundo, por este mar de novidades que aquele corpo me emprestava no silêncio ofegante da noite.
E ela estava deitada, absorta no seu sonho inteiro de ser escultura para as minhas mãos, e eu sentia-a a crescer nos ritmos da respiração e de um lado e do outro ambos éramos mais próximos, como se houvesse uma indeterminada luz pelo meio, que ambos tínhamos de possuir, precisamente ao mesmo tempo.
Tudo ilusão. E, no entanto não era. Eu estava ali, ela também, éramos dois corpos com as portas abertas ao Mundo. A aragem das mãos esvoaçando sobre a pele de veludo era o que sobrava do silêncio de chumbo, onde os nossos corpos jaziam. Havia entre nós, um nó inteiramente aceso por dentro, onde as línguas mais apuradas já não dizem palavras.
E os gestos criavam outros mundos, onde só nós cabíamos, onde só nós éramos quase perfeitos, à espera de o sermos.



J.A.M. (2007;2010;2017)

Swinging the Universe ~ Heart Drum

ARTEINFORMADO (Spain )  ~ http://www.arteinformado.com/agenda/f/labirinto-de-luzes-laberinto-de-luzes-labyrinth-of-lights-dedicada-ao-genio-de-rafael-bordalo-pinheiro-138099: 

9.5.17

~ DIVACANÇÃO ~



a varanda é branca com o Sol estampado ainda por cima e depois há o azul-cobalto das águas do mar e ainda depois há frondosas árvores emaranhadas nos seus verdes a erguerem uma montanha até a um imenso céu, onde me esqueço 

&
só muito tempo depois
(felizmente) 
acabo por cair
em mim.
Aqui ao lado, as folhas das palmeiras continuam penteando a aragem que corre atrás de si e por vezes, alarga-se até à mesa e leva-me as folhas e as palavras, o que me importa?
Na rua as pessoas passeiam-se devagar no meio do tempo, saboreiam os encontros, pousam aqui & acolá, trocam poucas frases poucos gestos coisas simples como um sorriso na caminhada, já é Tanto!
1 pescador idoso de boné vermelho e corpo calado está esquecido ou estará a lembrar-se, a olharolhar o mar como se lesse um texto.
Há em tudo uma paz que parece impossível aproximando-se ao absorto sopro de um deus abandonado por aqui.


J. A. M.

Gaigu. Br.
(Brasil. Estado de Pernambuco - 2004.Alterado a Abril.2017. Alterado 14-4-17 )