17.2.18
15.2.18
alguém passeia-se porque lhe deu para tal
Sr. da Pedra. Praia de Miramar. V. N. Gaia
( foto: j. a. m.)
alguém passeia-se algures por caminhos & paisagens onde ainda há árvores algumas aves pedras pelo chão e acontece-lhe curvar-se de repente, por algo que o chama sem dar-bem-por-isso e há um diamante entre as suas mãos o olhar turva-se pelo brilho que o sol, atento a tudo onde há vida lhe oferece no mesmo instante e depois
há quem logo veja ali um presente, há quem não dê conta do vislumbre que lhe
aconteceu e continue apegado aos seus hábitos, atirando o pequeno seixo para as
águas de 1 rio que resvala por ali no seu ocaso indiferente a tudo isto.
Os hábitos escravizam, tornam-nos
cegos.
Todos os dias acontecem coisas
assim, parecem banais porque são diárias mas não o são, não.
Nada é banal nesta vida que nos está acontecendo.
E por aqui os diamantes não têm
quaisquer preços são iluminadas fontes metafóricas criadas pela infindável
sede que também habita os profundos lençóis da Terra:
- quanto demora um olhar a ser luz?
(Ourique. Alentejo. Portugal)
- rascunho Nº331 -
13.2.18
KOISAS ~ DO ~ MOLESKINE ( 2ª folha)
trata-se genericamente de pontos de
vista como outros quaisquer cada um vê à sua altura e nem há alturas mais + nem
desalturas. A viagem é longa, “um homem com pressa é um homem morto”, eis um
ditado de gentes apaziguadas entre si com certeza nos desertos (1) há tempo
para tudo é tudo pois o céu é amplo e os horizontes demorados, o tal tempo que foi expulso dos dias & das noites por estas bandas ocidentais lá desandam eles a correrem
sozinhos cada um com a sua meta & o descalabro dos seus desígnios impostos & aceites como únicos, quando por vezes acontece passarem ao lado das árvores elas abanam desconsoladas as suas cabeleiras por vezes
criam ditirâmbicas alianças com os ventos e assobiam, mas qual quê moucos
de todo.
Quem os convenceu de que sozinhos vão a
qualquer lado?
Enquanto caminho ao sabor da
leve aragem que me acompanha re/paro lá ao longe senti o aroma espalhado de uma visita a que não liguei e é
saboroso vislumbrar agora as flores de alfazema minúsculas violetas azuladas
encantadas entre si amparadas pelas significantes folhas verdes onde o sol tranquilo se desfaz em prata, e estão a olharem-me como eu nunca as olhei.
Guardo a lição no bolso da camisa junto ao peito e continuo a caminhar até onde não sei
Guardo a lição no bolso da camisa junto ao peito e continuo a caminhar até onde não sei
(
12.2.18
Msg a Garcia
"(...) Quem olhasse este passo para o mar e para a terra, e visse na terra os homens tão furiosos e obstinados , e no mar os peixes tão quietos e tão devotos, que havia de dizer?
Poderia cuidar que os peixes irracionais se tinham convertido em homens, e os homens não em peixes, mas em feras. Aos homens deu Deus uso da razão, e não aos peixes; mas neste caso os homens tinham a razão sem o uso, e os peixes o uso sem a razão. (...) Aristóteles diz que só eles, entre todos os animais, se não domam nem domesticam.(...).
Peixes, quanto mais longe dos homens, tanto melhor: trato e familiaridade com eles, Deus vos livre!"
( " Sermão de Santo António aos Peixes", de Padre Antóno Vieira. Col. Portugal, Nº38, Joaquim Ferreira)
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