José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

17.9.18

(série): DIÁSPORAS AO DEUS~DARÁ




ESTRELAS APAGADAS

foto de J.A.M. - Póvoa do Varzim-Set.2018
~
http://www.ofportugal.com/cego-do-maio-jose-rodrigues-maio-um-verdadeiro-heroi-do-mar-portugues/

Já a noite tinha sido iniciada, os pescadores juntos sentados calados curvados olhavam presos por um fio emaranhado de leves & ondulantes pensamentos o horizonte como quem lia 1 texto antigo.
Entretanto as nuvens de um lado para o outro, fragmentariamente orquestradas pelo seu próprio destino, lá iam impavidamente diferentes. Nada se cruzava e tudo estava ligado.
Os barcos continuavam a baloiçar o cais. O mar sempre estivera ali como se fosse eterno. Como um eco longínquo que ainda perdura pelo poder dos olhares de muitas gerações.
E os pescadores aguardavam como quem espera e também não, a hora da partida. Em casa os filhotes choramingavam por comidas diferentes e as mães afagavam-lhes os cabelos, com um sorriso esboçado junto ao aconchego do útero.

Os pescadores, disse-me um dia um amigo vagabundo nas viagens, viraram estátuas fixas e ali estancaram para o gáudio dos turistas que acudiam aos magotes & as crianças agora pediam moedinhas com uma vida inteira moribunda nos olhares.




 J.A.M. 

(rasscunho Nº 171)



(Póvoa do Varzim. Douro Litoral. Portugal-1999)








( AVISO aos meus Leitores )



O José Alberto Mar, resolveu Avisar os seus leitores de que, existe um livro intitulado : " O Inventário do Sal " editado por ?, do poeta José Alberto Postiga *, mas que mercê de uma cambada de lapsos de pessoas , a meu ver, muito distraídas, digamos assim, circulou desde o seu lançamento num evento literário (Fevereiro de 2017), com a autoria de José Alberto Mar.
Na altura (e para que a presente tentativa de esclarecimento tenha a eficácia possível) o poeta  & artista visual, José Alberto Mar (pseudónimo registado na SPA , em 1988, + ano - ano), após ter sido informado de tais confusões, procedeu segundo aquilo que  as suas normas éticas lhe ditaram, mas perante a evidência de que realmente, (pareceu-lhe, na altura) existe o facto de haver pessoas com os habituais 2 ouvidos mas que não os utilizam, como creio bem ter sida a intenção de Deus ao oferecer-lhes tais apetrechos, então 1 tanto ou quanto consternado, entregou o caso às entidades que julgou serem as mais convenientes, em termos de uma pressuposta legalidade , para efetuarem o seu devido trabalho.

Como tinha um compromisso inadiável no estrangeiro & não tem tempo para estas trapalhadas, foi-se à Vida e , agora voltou ao assunto, simplesmente e somente, por uma questão de respeito para com os seus leitores atuais e eventualmente futuros.


* abraço.


Bem-hajam & desculpem a maçada.



José Alberto Mar

14.9.18

postais

Sr. Dr. zé kalunda
~
( presentemente em férias, como consultor do Rei, no Reino do Butão
-.-
P.S. houvesse , lá em Portugal, reis assim concentrados
 nas suas devidas funções  & bem humildes.

13.9.18

koisas de Cuba (2ª dose)




(...) também lhe obedeci.


Aquele facto em si, pareceu-me descabido para o momento cercando a noite deveras concentrada senti-o assim, mas estava 1  tanto ou quanto longe da alegria da vida, reconheci depois. Aos poucos aproximei-me perante a  teimosa imagem das asas impostas pela penumbra (a pirisca continuava acesa) - era uma ave  negra, fulgurante no seu estar ali realmente presente e também tinha havido uma noite de bréu que agora parecia resvalar para. Em função de ambos os lados, algo se deixava explodir como um sussuro por dentro* aparentemente ausente pela desatenção de quem  ainda não sabe. Era, mais uma vez, a figura da espiral no caminho, arquétipo de quem viaja. Então acendendo + um fogo que já era "Romeu & Julieta" (desde 1875), 1 charuto cubano dos buenos, disseram-me alguns amigos do ofício ( & lembro: que sei eu?foi nesta montanha de incálculáveis verdes & flores que só sonhei quando era criança, que eu aprendi como ser, um pouco, mais humano.
Enquanto a ave desaparecia sem deixar rasto algum. Para onde te  piraste, visita? Ainda hoje a vejo algumas vezes, enquanto adormeço: azul ou branca, cor-de-rosas, cor-de-laranjas, por aí.

* e os relâmpagos  sucediam-se & seduziam-me.





(Trinidade. Cuba.)


- rascunho Nº9 -


12.9.18

reflexos

"(...) Dir-me-eis - como também dizem os homens - que não tendes outro modo de vos sustentar. E de que se sustentantam entre vós muitos que não comem os outros? O mar é muito largo,  muito fértil, muito abundante, e só com o que bota às praias pode sustentar grande parte dos que vivem nele. Comerem-se uns animais aos outros é voracidade é servícia, e não estatuto da Natureza (..)"

- "Sermão de Santo António aos Peixes"  de Padre António Vieira -

Raul Seixas ~ Gita ~