José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

17.9.18

(série): DIÁSPORAS AO DEUS~DARÁ




ESTRELAS APAGADAS

foto de J.A.M. - Póvoa do Varzim-Set.2018
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http://www.ofportugal.com/cego-do-maio-jose-rodrigues-maio-um-verdadeiro-heroi-do-mar-portugues/

Já a noite tinha sido iniciada, os pescadores juntos sentados calados curvados olhavam presos por um fio emaranhado de leves & ondulantes pensamentos o horizonte como quem lia 1 texto antigo.
Entretanto as nuvens de um lado para o outro, fragmentariamente orquestradas pelo seu próprio destino, lá iam impavidamente diferentes. Nada se cruzava e tudo estava ligado.
Os barcos continuavam a baloiçar o cais. O mar sempre estivera ali como se fosse eterno. Como um eco longínquo que ainda perdura pelo poder dos olhares de muitas gerações.
E os pescadores aguardavam como quem espera e também não, a hora da partida. Em casa os filhotes choramingavam por comidas diferentes e as mães afagavam-lhes os cabelos, com um sorriso esboçado junto ao aconchego do útero.

Os pescadores, disse-me um dia um amigo vagabundo nas viagens, viraram estátuas fixas e ali estancaram para o gáudio dos turistas que acudiam aos magotes & as crianças agora pediam moedinhas com uma vida inteira moribunda nos olhares.




 J.A.M. 

(rasscunho Nº 171)



(Póvoa do Varzim. Douro Litoral. Portugal-1999)








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