José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

2.7.10

obscuramente a visão encalha

- Foto. J.A.M. -


Um dia destes restarão os prodígios
a maturidade do destino aberto em flor
branca, branca será a demonstração
e eu falo como alguém sem provas
caminhando ao longo da sua intuição
e dos seus silêncio acordados.


A vossa vida está cheia de dores
e de milagres por cumprir
e no entanto, o vosso sono não me espanta
pois já dormi convicto do contrário.
Mas, agora há novas luzes por aqui
que sacodem as manhãs agitadas
dos vossos corações impacientes.

Há em tudo isto, um espanto
ou pelo menos, um indício de estranheza
algo que é duplo em vós, embora longe
algo já ressoa no vosso fundo desatento
e, no entanto - digo eu - o que dizer?
se só escuto o sentir uníssono
deste universo onde me transformo.


(5.Agosto.2009.Transformado em Julho-2010)


30.6.10

é Junho o mês das cerejas e

- Imagem Construída. J.A.M. -


depois dos Invernos chega a prata aos olhos.
É do Sol esse esclarecimento, tocando as imagens
para mais junto de nós(...)

25.6.10

Série : O(s) GRITO(s): ASSIM & ASSADO


" PORTUGAL GANHOU ? "  600 MOVOS MILIONÁRIOS EM ANO DE CRISE, pois


" A crise em que mergulhou o País durante o ano passado não impediu que a lista de portugueses com uma fortuna avaliada em mais de um milhão de dólares (815 mil euros) ganhasse 600 novos nomes. De acordo com o estudo World Wealth Report 2009, elaborado em conjunto pela Capgemini e Merrill Lynch, no final de 2009 havia em Portugal um total de 11 mil milionários, um número que representa um crescimento de 5,5% face aos 10 400 milionários registados no relatório de 2008."

VIVA A CRISE !

20.6.10

Há Seres Humanos que não Morrem. Só deixamos de os ver.


"Só se nos detivermos a pensar nas pequenas coisas

chegaremos a compreender as grandes"


(Saramago)

18.5.10

Série : O(s) GRITO(s) : Das Justiças Sociais

- Zé Povinho. Bordalo Pinheiro -


"... os portugueses comuns (os que têm trabalho) ganham cerca de metade (55%) do que se ganha na zona euro,


Mas os nossos gestores recebem, em média:

- mais 32% do que os americanos;

- mais 22,5% do que os franceses;

- mais 55 % do que os finlandeses;

- mais 56,5% do que os suecos"

(dados de Manuel António Pina, Jornal de Notícias, 24/10/09)


E chamam a nossa atenção:

"os portugueses gastam acima das suas possibilidades".

17.5.10

Série : O(s) GRITO(s)


"Nós estamos num estado comparável somente à Grécia: mesma pobreza, mesma
indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento de
caracteres, mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas
revistas quando se fala num país caótico e que pela sua decadência
progressiva, poderá ...vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se a par ,
a Grécia e Portugal".



(in, As Farpas. Eça de Queirós.1872)

8.5.10

- Imagem Construída. J.A.M. -

Os Dias Breves Visões



Enquanto todos os instantes de uma vida desenham
a superfície do rosto e o olhar aprende a ser uma porta
para a eternidade cada dia é uma entrada uma saída e
no fundo do corpo fica um halo de imagens cercadas
pela surpresa calada do Mundo.




(in, A Primeira Imagem. José Alberto Mar. Editora Sol XXI.1998)
- Imagem Construída. J.A.M. -

Circulo Perfeito



Na noite profunda 1 automóvel

rasga o silêncio
Uma ave pia, desadormecida
O céu unânime, estremece

Tudo se altera com tudo
mal o sonhamos
desembocam os sons nas suas raízes





- J.A.M. -Maio.2010 -

6.5.10

Série : O(s) GRITO(s) : AVISO

- Foto de J.A.M. -

"Presidente da Grécia diz que país está à beira do abismo"

(06-Maio-2010)

29.4.10

nave de haver


- Imagem Construída. J.A.M. -



há pessoas assim, chegaram-nos sei lá de onde, instalaram-se num lugar qualquer mais substantivo do nosso corpo, onde diariamente continuamos a amanhecer & a morrer e um dia partiram, mas parece que as levamos connosco para todo os lados, sem darmos mesmo conta da leveza que nos dão.




José Alberto Mar


Ao amigo e pintor Miguel d` Alte

- Pintura de Miguel d` Alte -


(Ao Miguel)


Um corvo pousado sobre o ombro

esquerdo o lado

das sombras translúcidas.

Atrás das cortinas dos olhos

o teu espanto olha sozinho

o tempo amparado das cores.



(José Alberto Mar-1997)


"a cruz que transportamos"


- Imagem Construída. J.A.M. -

Série: O(s) Grito(s): Corte de "rating" a Portugal (28/04/2010)





só faltava esta....

26.4.10

Sombras


- Foto de J.A.M. -

Momento de Insónia (2º)



(...) Do outro lado, uma pilha de livros equilibra-se, apesar de tudo.
No meio, para centrar os volumes das coisas à-volta, ergue-se como um pinheiro bravo, um candeeiro assim: aceso.
No outro sofá vazio, imagino o meu silêncio que não é solidão sofrida. Aprendi que a distância entre as coisas é uma solução prudente para se adoptar uma vida.
O rosto na capa do livro que me chama primeiro é o de Clarisse Lispector. Alguém que escrevia como quem respirava, tendo contudo e para tal, encontrado a sua primeira respiração. Ela olha para a máquina ou para o fotógrafo, como se estivesse longe e toda a placidez do seu rosto confirma-o.
Há ali uma beleza estranha, rara, certeira: alguém está a escrever os seus lugares mais íntimos, para se salvar do mundo. (...)



José Alberto Mar (Abril-2010)

Pearl Jam (Just Breathe )

25.4.10

vou agarrar a minha sombra exactamente assim

- Cabo Verde. Mindelo. Foto de J.A.M. -

A Poesia Levanta-se Como Quem se Mostra e São Pétalas





A poesia levanta-se, como quem se mostra
e são pétalas que eram asas cativas de uma flor
com aromas e cores nos olhares de quem olhava
mas tudo é já outra coisa, outra maneira de estar
no mundo, outro modo de viver as coisas
que passam e logo já são distância..... já são
outra coisa qualquer, para outros lembrarem .

Vêem o que fica da luz dos dias durante a noite?

Apenas os teus sonhos enquanto dormes
se alimentam dessa fogueira
de pó aceso
cinza rubicunda e espanto

apenas tocas - como quem sente - a brancura dos anjos
quando eles se aproximam por perto.


José Alberto Mar (Abril-2010)

não é preciso acreditar em deus

- Foto de J.A.M. -

Momento de Insónia (1º)




a mesa é pequena e baixa com 4 pernas robustas apurando a gravidade na pose. Em cima dela, uma concha de ébano em mão aberta está cheia de pedras: esmeraldas, rubis, safiras, pedrinhas plebeias escolhidas ao longo de muitas praias por este mundo a fora. Sinais de caminhos atravessados com 1001 estados de espírito diferentes, que agora estão tatuados no meu ser.
Ao lado, um prato antigo branco com um rebordo dourado, expõe nozes, figos secos, amêndoas. Todas as suas texturas se misturam num bailado fixado no lugar(.....)





José Alberto Mar (25-04-2010)

24.4.10

25 de Abril

- Imagem Construída. J.A.M. -

Noite Vermelha

- Imagem Construída. J.A.M. -

O Espanto Deitado


Primeiro foi uma sensação a veludo nas mãos, a carne à flor da pele era macia de um modo tão suave a pedir só mansidão e elas, as mãos, transcorriam bêbedas com todos os seus 10 dedos nas polpas sensíveis cada vez mais e eu lá ao fundo, no final da sensação, deixava-me navegar com toda a preguiça esboçada do mundo, por este mar de novidades que aquele corpo me emprestava no silêncio ofegante da noite.
E ela estava deitada, absorta no seu sonho inteiro de ser escultura para as minhas mãos, e eu sentia-a a crescer nos ritmos da respiração e de um lado e do outro, ambos éramos mais próximos, como se houvesse uma indeterminada luz pelo meio, que ambos tínhamos de possuir, precisamente ao mesmo tempo.
Tudo ilusão. E, no entanto não era. Eu estava ali, ela também, éramos dois corpos com as portas abertas a tudo. A aragem das mãos esvoaçando sobre a pele de veludo, era o que sobrava do silêncio de chumbo, onde os nossos corpos jaziam. Havia entre nós, um nó inteiramente aceso por dentro, onde as línguas mais apuradas já não dizem palavras.
E os gestos criavam outros mundos, onde só nós cabíamos, onde só nós éramos quase perfeitos, à espera de o sermos.



José Alberto Mar (2007-2010)

23.4.10

Para Escutar :POESIA ERÓTICA (Nº 45)

-Clikar no Título!


Iniciativa: Inês Ramos.
Locução: Luís Gaspar.

Poemas: Fernando Aguiar, Fernando Girão, Jorge Castro, Luandino Fátima, João Norte e José Alberto Mar.

22.4.10

A Espera

- Imagem Construída. j.a.m. -

Série: O(s) Grito(s): O Povo Português Continua a Ser Manso


"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.(...)


Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis (...)


Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.


Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."


in
, Pátria,"Guerra Junqueiro,1896.

Os Dias do Amor

Recolha, Selecção e Organização de Inês Ramos.

Prefácio de Henrique Manuel Bento Fialho

365 poemas de amor escritos por 365 poetas de todos os tempos e de todos os lugares

365 vozes que se erguem em 365 poemas de amor em todas as formas, em várias nacionalidades, um para cada dia do ano.
Desde Shakespeare, Hölderlin, Edgar Allan Poe, entre outros, a poetas
portugueses contemporâneos unidos para celebrar o
Amor.


(Editora : Ministério dos Livros)