Primeiro foi uma sensação a veludo nas mãos, a carne à flor da pele era macia de um modo tão suave a pedir só mansidão e elas, as mãos, transcorriam bêbedas com todos os seus 10 dedos nas polpas sensíveis cada vez mais e eu lá ao fundo, no final da sensação, deixava-me navegar com toda a preguiça esboçada do mundo, por este mar de novidades que aquele corpo me emprestava no silêncio ofegante da noite.
E ela estava deitada, absorta no seu sonho inteiro de ser escultura para as minhas mãos, e eu sentia-a a crescer nos ritmos da respiração e de um lado e do outro, ambos éramos mais próximos, como se houvesse uma indeterminada luz pelo meio, que ambos tínhamos de possuir, precisamente ao mesmo tempo.
Tudo ilusão. E, no entanto não era. Eu estava ali, ela também, éramos dois corpos com as portas abertas a tudo. A aragem das mãos esvoaçando sobre a pele de veludo, era o que sobrava do silêncio de chumbo, onde os nossos corpos jaziam. Havia entre nós, um nó inteiramente aceso por dentro, onde as línguas mais apuradas já não dizem palavras.
E os gestos criavam outros mundos, onde só nós cabíamos, onde só nós éramos quase perfeitos, à espera de o sermos.
José Alberto Mar (2007-2010)
como sempre ,imagem bem idealizada.
ResponderEliminaraté a cor está de acordo com o texto.
o vermelho faz lembrar paixão, volúptia,amor e até tem uma vertente sexual...
A sensualidade que o vermelho me transmite ,fez-me lembrar 1 poema de Marcos César Mello
ResponderEliminar"uma noite / um momento
/ uma saudade /a eternidade.
Risos, / suspiros,/
sonhos,/extâse...
Corpos,/cama,/ prazer
Magia,/Química,
Del´rio,Beijos
Suor,àpice....
Eu , Alguém e
a sensualidade que nos circunda."