José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

6.7.10

Homenagem Pessoal


"Matilde Rosa Araújo, que hoje morreu em Lisboa, aos 89 anos, será lembrada como um nome decisivo da literatura infanto-juvenil portuguesa da segunda metade do século XX. Mas essa foi apenas uma das dimensões de uma vida da qual se pode dizer, que foi inteiramente dedicada às crianças. Enquanto escritora, mas também como professora, pedagoga e activista militante de instituições como a Unicef ou Instituto de Apoio à Criança."


Era Verão.Estávamos no mês não-sei-quê do ano de 1988, salvo erro.Desci a Lisboa ( com um bom grupo de amigos)para receber da Associação Portuguesa de Escritores o Prémio Revelação de Poesia,-1987, pelo conjunto de poemas intitulados" O Triângulo de Ouro".

Dos elementos do júri, salientaram o Poeta/Escritor António Ramos Rosa. O J.O. Travanca-Rego fez o discurso que caiu bem naquelas circunstâncias. Eu estava ali, entalado entre o orgulho ( simulado) de ter sido o "eleito" e a premente necessidade de ter 1 cheque nas mãos para pagar as despesas à cambada que tinha trazido comigo.

No fim daquilo, houve uma Sr.a, bem sénior, que se dirigiu a mim, em passos lentos medidos pela idade e me estendeu a mão direita dizendo apenas: "parabéns!"

Eu agradeci, claro, e lembro-me de ver nos olhos daquele ser humano, uma sinceridade e uma generosidade, muito muito raras.


Só muito mais tarde soube que se tratava da Escritora Matilde Rosa Araújo.


Que as rosas sejam brancas e leves no seu novo mundo!




P.S.(Outros vieram falar-me de editoras, negócios & outras trapalhadas, mas eu não estava preparado para aquilo).




(Gaia.06-07-2010)


2.7.10

obscuramente a visão encalha

- Foto. J.A.M. -


Um dia destes restarão os prodígios
a maturidade do destino aberto em flor
branca, branca será a demonstração
e eu falo como alguém sem provas
caminhando ao longo da sua intuição
e dos seus silêncio acordados.


A vossa vida está cheia de dores
e de milagres por cumprir
e no entanto, o vosso sono não me espanta
pois já dormi convicto do contrário.
Mas, agora há novas luzes por aqui
que sacodem as manhãs agitadas
dos vossos corações impacientes.

Há em tudo isto, um espanto
ou pelo menos, um indício de estranheza
algo que é duplo em vós, embora longe
algo já ressoa no vosso fundo desatento
e, no entanto - digo eu - o que dizer?
se só escuto o sentir uníssono
deste universo onde me transformo.


(5.Agosto.2009.Transformado em Julho-2010)


30.6.10

é Junho o mês das cerejas e

- Imagem Construída. J.A.M. -


depois dos Invernos chega a prata aos olhos.
É do Sol esse esclarecimento, tocando as imagens
para mais junto de nós(...)

25.6.10

Série : O(s) GRITO(s): ASSIM & ASSADO


" PORTUGAL GANHOU ? "  600 MOVOS MILIONÁRIOS EM ANO DE CRISE, pois


" A crise em que mergulhou o País durante o ano passado não impediu que a lista de portugueses com uma fortuna avaliada em mais de um milhão de dólares (815 mil euros) ganhasse 600 novos nomes. De acordo com o estudo World Wealth Report 2009, elaborado em conjunto pela Capgemini e Merrill Lynch, no final de 2009 havia em Portugal um total de 11 mil milionários, um número que representa um crescimento de 5,5% face aos 10 400 milionários registados no relatório de 2008."

VIVA A CRISE !

20.6.10

Há Seres Humanos que não Morrem. Só deixamos de os ver.


"Só se nos detivermos a pensar nas pequenas coisas

chegaremos a compreender as grandes"


(Saramago)

18.5.10

Série : O(s) GRITO(s) : Das Justiças Sociais

- Zé Povinho. Bordalo Pinheiro -


"... os portugueses comuns (os que têm trabalho) ganham cerca de metade (55%) do que se ganha na zona euro,


Mas os nossos gestores recebem, em média:

- mais 32% do que os americanos;

- mais 22,5% do que os franceses;

- mais 55 % do que os finlandeses;

- mais 56,5% do que os suecos"

(dados de Manuel António Pina, Jornal de Notícias, 24/10/09)


E chamam a nossa atenção:

"os portugueses gastam acima das suas possibilidades".

17.5.10

Série : O(s) GRITO(s)


"Nós estamos num estado comparável somente à Grécia: mesma pobreza, mesma
indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento de
caracteres, mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas
revistas quando se fala num país caótico e que pela sua decadência
progressiva, poderá ...vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se a par ,
a Grécia e Portugal".



(in, As Farpas. Eça de Queirós.1872)

8.5.10

- Imagem Construída. J.A.M. -

Os Dias Breves Visões



Enquanto todos os instantes de uma vida desenham
a superfície do rosto e o olhar aprende a ser uma porta
para a eternidade cada dia é uma entrada uma saída e
no fundo do corpo fica um halo de imagens cercadas
pela surpresa calada do Mundo.




(in, A Primeira Imagem. José Alberto Mar. Editora Sol XXI.1998)
- Imagem Construída. J.A.M. -

Circulo Perfeito



Na noite profunda 1 automóvel

rasga o silêncio
Uma ave pia, desadormecida
O céu unânime, estremece

Tudo se altera com tudo
mal o sonhamos
desembocam os sons nas suas raízes





- J.A.M. -Maio.2010 -

6.5.10

Série : O(s) GRITO(s) : AVISO

- Foto de J.A.M. -

"Presidente da Grécia diz que país está à beira do abismo"

(06-Maio-2010)

29.4.10

nave de haver


- Imagem Construída. J.A.M. -



há pessoas assim, chegaram-nos sei lá de onde, instalaram-se num lugar qualquer mais substantivo do nosso corpo, onde diariamente continuamos a amanhecer & a morrer e um dia partiram, mas parece que as levamos connosco para todo os lados, sem darmos mesmo conta da leveza que nos dão.




José Alberto Mar


Ao amigo e pintor Miguel d` Alte

- Pintura de Miguel d` Alte -


(Ao Miguel)


Um corvo pousado sobre o ombro

esquerdo o lado

das sombras translúcidas.

Atrás das cortinas dos olhos

o teu espanto olha sozinho

o tempo amparado das cores.



(José Alberto Mar-1997)


"a cruz que transportamos"


- Imagem Construída. J.A.M. -

Série: O(s) Grito(s): Corte de "rating" a Portugal (28/04/2010)





só faltava esta....

26.4.10

Sombras


- Foto de J.A.M. -

Momento de Insónia (2º)



(...) Do outro lado, uma pilha de livros equilibra-se, apesar de tudo.
No meio, para centrar os volumes das coisas à-volta, ergue-se como um pinheiro bravo, um candeeiro assim: aceso.
No outro sofá vazio, imagino o meu silêncio que não é solidão sofrida. Aprendi que a distância entre as coisas é uma solução prudente para se adoptar uma vida.
O rosto na capa do livro que me chama primeiro é o de Clarisse Lispector. Alguém que escrevia como quem respirava, tendo contudo e para tal, encontrado a sua primeira respiração. Ela olha para a máquina ou para o fotógrafo, como se estivesse longe e toda a placidez do seu rosto confirma-o.
Há ali uma beleza estranha, rara, certeira: alguém está a escrever os seus lugares mais íntimos, para se salvar do mundo. (...)



José Alberto Mar (Abril-2010)

Pearl Jam (Just Breathe )