José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

22.4.12

msg a Garcia






















Imagem: J. A. M.


" Não só as coisas acontecem com as pessoas, (...) cada um gera também aquilo que acontece consigo. Gera-o, invoca-o, não deixa de escapar àquilo que tem de acontecer. O homem é assim. Fá-lo, mesmo que saiba e sinta logo, desde o primeiro momento, que tudo o que faz é fatal. O homem e o seu destino seguram-se um ao outro, evocam-se e criam-se mutuamente. Não é verdade que o destino entre cego na nossa vida, não. O destino entra pela porta que nós mesmo abrimos, convidando-o a passar. Não há nenhum ser humano que seja bastante forte e inteligente para desviar com palavras ou com acções o destino fatal que advém, segundo leis irrevogáveis, da sua natureza, do seu carácter."



- Sándor Márai, in 'As Velas Ardem Até ao Fim'-

Dia da TERRA


















Imagem: J. A. M.

17.4.12

msgs a Garcia: a cerca da vilolência



 " A violência é fruto de um estado interior de infelicidade. Assim, é importante buscarmos pequenos gestos de amor, acolhimento, simpatia e calor humano, que actuam como antídoto contra o veneno do rancor que circula entre nós seres humanos."

 ( extraído do " Lições de Amor" )

15.4.12

a cerca do progresso













Foto: J. A. M.


(...) já a noite tinha sido iniciada, os pescadores juntos, sentados, calados, curvados, olhavam presos por um fio emaranhado de leves & ondulados pensamentos, aquele horizonte como quem lia 1 texto antigo.
Entretanto as nuvens de um lado para o outro, fragmentariamente orquestradas pelo seu próprio destino, lá iam pavidamente diferentes.

Nada se cruzava & tudo era unido.

Os barcos continuavam a baloiçar o cais. O mar sempre estivera ali como se fosse eterno. Como um eco longínquo que ainda perdura pelo poder dos olhares de muitas gerações.
E os pescadores aguardavam como quem espera e também não, a hora da partida.
Em casa, os filhos choramingavam por comidas e as mães afagavam-lhes os cabelos, com um sorriso junto ao aconchego do útero.

Os pescadores, disse-me um dia um amigo vagabundo, viraram estátua fixa-permanente e ali estacaram para o gáudio dos turistas que acudiam aos magotes e as crianças agora pediam moedinhas com uma vida inteira moribunda nos olhares.


(Out.2010.nova versão: Abril-2012)


13.4.12

2 birds, only














Imagem: J. A. M.

- ~ ~ ~ e, agora amigo que "eles" dormem & continuam mortos
como quando são atravessados pelos dias
não escutas melhor o ouro do silêncio ?

- ~ ~ ~ ~ ~ ~

Tom Waits reads Charles Bukowski

Nature: The Great Book















Imagem construída: J. A. M.


- you see the beauty I see?
- how do I know?


( then silence let the sun go down on the white flowers and
both 2 birds continue to speak words of gold)


- Abril. 2012 -

" as flores em Maio dão-me que pensar "












Imagem & verso: J. A. M.

Heart Of Gold ( Neil Young )

" The Merging of Spirit and Science " ~ Mr. Albert Einstein ~






















Image: J. A. M.


" The most beautiful and most profound experience is the sensation
 of the mystical. It is the sower of all true science.
He to whom this emotion is a stranger, who can no longer wonder and
stand rapt in awe, is as good as dead.
To know that what is impenetrable to us really exists,
manifesting itself as the highest wisdom and the most radiant beauty
which our ull faculties can comprehend only in their primitive forms

- this knowledge, this feeling is at the centre of true religiousness. "


( Albert Einstein, in " The Merging of Spirit and Science “ )



P.S. there are ( only..) google translate.

12.4.12

Poseidon ( Türkiye )














Imagem: J. A. M.


Vi o mármore abandonado ao martelo
a música a cair em si
e depois
as formas dos deuses.

Os olhos sopravam uma luz macia.

( 2002 ?)

Série: O(s) Grito(s) : "The New World Order is Here!"




P.S. existe sistema tradutor ~ hay sistema traductor.

11.4.12

" imagens afundadas na memória ~ 15ª "















Imagem: J. A. M.



como um navio deixa nos olhos uma sombra em movimento
o mundo é um cais iluminado só por um lado crescem as raízes
das estrelas que os dedos só  sonham apesar das palavras agora
falo-te assim como um navio que vai de imagem em imagem,
lentíssimamente, atravessando um instante atrás de outro
o tempo  é uma água parada que não pára de navegar.



 ( in, " A Primeira Imagem", Editora Sol XXI, 1998. Poema c/ alterações)

to nature ~ à natureza
















imagem construída: J. A. M.


" thy word is a lamp unto my feet "
~

 " sua palavra é uma lâmpada aos meus pés "

10.4.12

~


















imagem construída: J. A. M.

a beleza derrota-me



... e depois, há os diamantes
os que não acendem a escuridão
nem valem 1 tostão
os que vagueiam simplesmente
sem ninguém os vislumbrar
e são esses que eu encontro
por entre as vírgulas dos dias
& das noites, amém.


( Abril.2012)

" ever so lonely " ( Sheila Chandra )

enquanto se viaja






















foto: J. A. M.

- Alto Douro -

por aqui, já há papoilas abertas
ao sol  que acontece pelos dias
estão encarnadas entre os verdes
e depois  perdem-se pelos montes


também há málmequeres brancos, pikenos
concentrados no mesmo sol
& tulipas algures nas varandas
onde ainda haverá  gente ?



(Interior de Portugal -? . Abril . 2012 ) 

5.4.12

inclinar-se para fora do barco










foto: J. A. M.

" to lean out of the boat. To be human."

(in, seth godin,s Blog )

~

“Os que viajam mudam de clima, mas não de caráter”.
- Horácio -

1.4.12












Foto: J. A. M.


"Je suis d'un autre pays que le vôtre, d'une autre quartier, d'une autre solitude.Je m'invente aujourd'hui des chemins de traverse. Je ne suis plus de chez vous (...)"


- Léo Ferré

27.3.12

msgs a Garcia



















Imagem: J. A. M.


"A matemática é o alfabeto com o qual DEUS escreveu o universo"
~ Pitágoras ~

cresce a mão para as palavras




26.3.12

" É só com sangue que se escrevem versos." ( Saul Dias)











Imagem: J. A. M.

como um fio-de-prumo a noite em cima de tudo



como um fio-de-prumo a noite
encimada em tudo e  por dentro,
uma voz insidiosa e duradoira, o ouro breve dos momentos
atravessa a escuridão com a velocidade dos átomos do Mundo.

Também há os universos acesos para todos os lados e
os candelabros dos nossos pensamentos são fagulhas que no ar
se cruzam & entrelaçam & enlaçam
as substâncias que unem os presságios
das nossas vidas passageiras.

Tudo tem um propósito errante e nenhuma voz cabe dentro
de todas as línguas faladas, fadadas, calada da Terra.



(27-Março-2007 )

21.3.12

" Fora do Compasso "
















Imagem: J. A. M. (Início da Primavera)


- Fora do Compasso -


dias abundantes nas bocas
pelos segredos das mãos
ao rebentarem magnéticas
os nomes à-volta.
Inspira-as a cegueira de uma luz
sem fim, como que vencida
pela eternidade.

Não é a carne nem é memória
esta respiração. Por ela vivemos
pendurados nas perguntas
que respiram pelos orifícios da pele
que sorvem as queimaduras dos astros.

Talvez só os deuses conheçam a intenção da água
dentro dos corpos. A água fechada
ao fazer um nó às portas dos olhos
estrela ou paisagem, quanta claridade
ao redor dos dedos a mexerem dentro
as oficinas da terra
os lugares abraçados pelo tacto da fala.



- in, " As Mãos e as Margens ", Ed. Limiar ( Os Olhos e a Memória/57) - 1991

19.3.12

quando a noite tomba, às vezes o espanto cresce e tudo é uma outra coisa





















Image: J. A. M.

um marmelo


















Foto: J.A.M.


Estremece a estrela que vive
 naturalmente aberta à escuridão
e
nos 2 olhos cintila
o véu do instante a aparência maior
do que é superfície e aí se afoga
na multidão dos dias

 as multidões são mecânicas.


Vejo nos gestos a estrela amparada
pelo silêncio que aspiro, o lugar onde
qualquer semente pensa

sonhando con+tudo
pois nada do que é fruto
acontece sozinho.


(Set.-2009)

other place ( visual-art )











Foto: J. A. M.

12.3.12

ao Sr. V.G.



(...) tautumba como senão eu já vi as searas como pensamentos amarelos e o céu a voar em círculos desamparados pelos violentos tons de azul que cresciam da terra ...


... mal dei conta & mal me tinha esquecido, regressam as faturas a pagar já no mês agora e eu cidadão me confesso: passo...


( Gaia-Ciência. Mar.2012 )

9.3.12

poema de Manoel de Barros (Br.)






















Imagem: J. A. M.

Performance ( not legal)


















Performance by J.A. M.

" Valha - me - nossa - senhora - de - fátima ".
( XII Bienal Internacional de Cerveira.)  made in Portugal - 2005
(Em fundo, obra-plástica do pintor: Augusto Canedo).

- not legal -
 performance to Exposition
(XII Biennial Cerveira. 2005 - made in Portugal )

- not legal -


8.3.12

e uma sombra alumia-se rente ao chão = inícia-se  um outro dia

7.3.12

até ao fim a noite gota a gota se

















Foto: J. A. M.

o sangue quando seca é da cor da terra


ia eu pela estrada a fora, 1 pé bem atrás do outro, duas margens: uma à esq.ª e outra eteceteramente cativada pelo que em mim era invaginação à deriva e não é que a gaja não aparecia ?
Tinha-a mirado há tarde ainda era dia à beira-rio* abraçada às águas e a entrar e a sair arrebanhando os negros cabelos para trás, como quem não tem passado e é livre e está ali inteira depois
nunca mais me largou aquela índia.

N mas N mesmo passos frente, encontrei um jovem taxista atencioso q.b. disponível até sei lá porquê, há já sei:  tratávamos-nos como  amigos a sério (...)
calcorreamos as montanhas onde caía espessamente a noite (...) até que a encontrei (...)

( dps de N pag.s e a páginas tantas:)

Antes de tombar inteiramente no sono, ainda fui ao jardim mesmo ali à mão de semear, colher uma flor que lhe plantei no cu (...)
Abraçado a duas flores, adormeci como 1 anjo pois o dia findava-se completo.


* Rio Preguiças ( Estado do Maranhão)
( algures no Brasil )

msgs a Garcia












Imagem: J. A. M.

6.3.12

Série : O(s) Grito(s) - poema emprestado do M.H.L.



A MINHA QUERIDA PÁTRIA


os camões
os aviões
e os gagos-coutinhos
coitadinhos
a pátria
e os mesmos
aldrabões
recém-chegados
à democracia social
era fatal
a pátria
novos camões
na governança
liderando
as mesmas
confusões
continuando
mesmo assim
as velhas tradições
de mau latim
da Eneida
enfim

sabem que mais?
pois
vou da peida


- Mário-Henrique Leiria -

25.2.12

"Porto sem fim / timeless "

Foto: J. A. M.


Tratou-se de um encontro entre amigos, conhecidos e desconhecidos (que acabaram por se conhecer), na "Espaço d, Arte Quadrasoltas" ( Rua Miguel Bombarda - Porto), acerca do livro "Porto sem fim/timeless" do fotógrafo suiço,  Markus Zuber e da escritora portuguesa , Eugénia Soares Lopes.

Uma "tertúlia" agradável, despretensiosa e bem comunicante.
Pois,
nos tempos que correm: cai sempre bem.


(Porto.25.Fev.2012)

22.1.12

coisas comuns


há pessoas assim, chegam-nos sei lá de onde, instalam-se num lugar qualquer mais substantivo do nosso corpo onde ciclicamente amanhecemos & morremos e parece que as levamos connosco para todo os lados, sem darmos conta da leveza que nos dão..

E com o tempo, prolongam-nos entre palavras anónimas nas conversas mais íntimas, sem nada sabermos do que acontece e que importa?



(Julho-2007)

9.12.11

msgs a Garcia












Imagem: J.A.M.

" Nada há de permanente, a não ser a mudança." - Heráclito

4.12.11

Série: msg a Garcia

(às crianças)














imagem: J. A. M.


Um transe nos olhos o lugar exato
dos claros segredos. É esta a grandiosa escada
da infância. O poço sem fim das novidades.
O reino das crianças simples

no centro ilegível do mundo quando perguntam
Porquê Porquê só para dizerem
não há palavras não há mais gestos
na luz dos  olhos os lábios primeiros.


( in, As Mãos e as Margens, Editora Limiar - 1991 )

3.12.11

LIVErdade MENtal















Image: J. A. M.

P.S. Clique no título, se lhe apetecer.

the sun of my nights











Visual-Art : J. A. M.
" o sol das minhas noites "
- técnica mista -

visões


O barco vai indo ao sabor das águas do rio Preguiças, vai indo amparado pelas duas margens das coisas visíveis, vai indo como quem se deixa ir indo apostado no rumo que será o seu.

O barqueiro não se vislumbra, mas eu sei que háláalguém que vigia os horizontes comuns, alguém segura com as duas mãos o leme da sua vastidão.
Estou lá e estou aqui e afasto-me de tudo com um saber que vem depois de morrer.

A noite desce e tudo o que está vivo Ergue-se !

2.12.11

msgs a Garcia


















poster. J. A. M.


" Os problemas significativos que enfrentamos não podem ser resolvidos
 ao mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criámos."

(Albert Einstein)

1.12.11











Foto ( Galicia): J. A. M.

Série: O(s) Grito(s) : Visões ALternativas

http://youtu.be/aA-LpnMkebo

torso de granito






















foto. J. A. M.

Teoria do Granito





É uma pedra fechada calada em torno de si. Com 1 ser centrado em três visões. É um laço de cinza com o peso dos horizontes anunciarem a chuva e a água passa por cima  em camadas leves como os lençóis de sol no Verão sobre os corpos sonolentos. Leves, leves como os sonhos ke por lá se estremoam e se abrem  às novas manhãs.

É por dentro da pedra que a memória dos seres humanos à-volta se funda & aprofunda o tempo das gerações barrocas, os gestos rendilhados do espírito de um povo aqui.




(Porto-Junho-2007)