17.7.15
o novelo da paisagem perdura
no lugar que está a cair.
13.6.15
14.5.15
OLHANDO PARA O MONTE CARA
Os ramos das palmeiras ao sabor da leve brisa
e os sons frescos encaminham-me para o mar
onde vejo um pensativo rosto de pedra.
Feliz escurece, o olhar à procura
onde uma das luas se deita
e então eu sou, a sombra pousada
nessa luz alheada.
10.5.15
Género Metáfora
A gente vai sabendo as coisas para aprender a saber outras coisas e depois esquecer.
Amparamo-nos nisto e naquilo ao sabor dos gostos e desgostos que a vida nos dá, ao deixarmos bater o coração contra o peito do mundo.
Alguém passeia-se algures por caminhos e paisagens, onde há pedras pelo chão e acontece-lhe curvar-se de repente, por algo que o chama sem dar por isso e há um diamante entre as mãos, o olhar turva-se pelo brilho demasiado que o sol lhe oferece no mesmo instante e depois?
Há quem veja logo um diamante , há quem não dê conta do vislumbre que lhe aconteceu e continue a sua vida apegado aos seus hábitos, atirando o pequeno seixo para as águas de 1 rio que desliza por ali no seu ocaso indiferente a tudo isto.
Os hábitos escravizam-nos, tornam-nos cegos, todos os dias acontecem coisas assim, parecem banais porque são diárias mas não o são, não.
Amparamo-nos nisto e naquilo ao sabor dos gostos e desgostos que a vida nos dá, ao deixarmos bater o coração contra o peito do mundo.
Alguém passeia-se algures por caminhos e paisagens, onde há pedras pelo chão e acontece-lhe curvar-se de repente, por algo que o chama sem dar por isso e há um diamante entre as mãos, o olhar turva-se pelo brilho demasiado que o sol lhe oferece no mesmo instante e depois?
Há quem veja logo um diamante , há quem não dê conta do vislumbre que lhe aconteceu e continue a sua vida apegado aos seus hábitos, atirando o pequeno seixo para as águas de 1 rio que desliza por ali no seu ocaso indiferente a tudo isto.
Os hábitos escravizam-nos, tornam-nos cegos, todos os dias acontecem coisas assim, parecem banais porque são diárias mas não o são, não.
( J.A.M.)
9.4.15
Ponta d’Areia
À minha volta, o
povo espraia-se finalmente no seu sábado.
As crianças vivem à
solta por aqui, onde o mar deslaça dia-e-noite as suas ondas e elas, as
crianças, dão cambalhotas e correm chapinhando a água dócil, entre pequenos
saltos de quem está mesmo felizmente feliz. Há gazelas morenas, umas a seguir
às outras, é difícil acompanhar com a devida atenção tantos ritmos ondulantes e
belos, sob este sol de deus.
Passa alguém com uma
caixa transparente pelo braço e leva ovos de codorniz, camarão cozido, umas
comidas que outros comerão, com certeza.
Olhando para trás,
vejo 2 candeeiros públicos ainda acesos a despontarem entre os verdes das
árvores sossegadas e claramente alheadas do assunto. É de lá – dessas bandas,
que chega até aqui aquela música popular, sempre a tocar as esferas do coração.
Muitas pessoas cantam-nas em grupos e alegram-se simplesmente assim.
1 papagaio caiu,
tombou mesmo agora a meus pés e reparo que é feito de plástico, que já foi saco
de super-mercado + uns pauzinhos de coqueiro aliados e ainda mais agora, o
menino já o ergueu no ar e aquela coisinha frágil como Tudo, dá curvas sozinho
com a cauda louca sem tino esburacando o
espaço, rodopia veloz e depois,,, cai outra vez no chão sólido do mundo e a
criança continua a ser criança a brincar e já é muito, tomara eu.
A menina do bar,
mini-saia de ganga boa perna, camiseta desabotoada, bandeja prateada na mão
esquerda, já aviou mais umas cervejas Sol*a uns jovens que estão prá-li num
forrobodó evidente e regressa ao balcão, esvoaçando um olhar geral pelas mesas
dos seus clientes.
Um bandozinho de
pardais passa à frente do meu olhar a rasarem o grande areal, com cadeiras
& mesas azuis, vermelhas, brancas e cinzentas
e
desaparecem numa
curva uníssona do tempo, o que é feito
deles? pensei, enquanto uma outra parte de mim ainda se regala a fazer
jogos infindáveis com as cores do cenário.
Lá adiante, lá mesmo ao fundo, uma
tira horizontal de água mais cintilante no brilho, faz-me lembrar que amanhã
irei a St.º António de
Alcântara, por onde um touro passeia a sua
estrela de cinco pontas na testa carimbada.
* marca de cerveja brasileira.
Brasil. Estado do Maranhão - 2007
27.3.15
Já não me lembro se era uma luz exterior ou de dentro de mim
Já não me lembro se era
uma luz exterior ou de dentro de mim, mas tudo estava incandescente de uma
forma natural e o Mundo tinha um
amplo sentido exato em todas as coisas.
A certa altura, olhei-me de longe e com o passar do tempo aprendi a esquecer-me de mim.
A certa altura, olhei-me de longe e com o passar do tempo aprendi a esquecer-me de mim.
No entanto, sou cada vez
mais
esse vaso de luzonde a luz me ensina.
18.2.15
17.2.15
REENCONTRO
às vezes, de um modo inesperado, levanta-se um lençol qualquer
da memória e aparece-nos um lugar com luz e alguém lá dentro, como se tudo
acontecesse de novo.
Aconteceu-me hoje, com algo que foi a primeira vez há dois anos,
num local deste planeta agora distante, estava eu a olhar um pôr-do-sol e a
pensar na redondez do mundo e ao mesmo tempo, na sua vastidão sem medida e
todas as circunferências e espirais de tudo isto estavam a levar-me para longe.
Entretanto, alguém apareceu por ali, com os pés descalços e
apenas o manso som surdo de uma presença e eu demorei a desviar o olhar.(Estava
por lá, de onde é difícil, os regressos repentinos. Tinha que deslocar-me até
ao centro, voltar ao núcleo aceso do que eu julgo ser eu, e depois repetir-me
nos gestos, por aí…).
Mas, quando já estava em mim, deparei-me com alguém muito
sereno, distante até, com o olhar atirado ao deus-dará e pensei como há seres
humanos a sentirem as coisas mais simples e essenciais da vida. E no entanto,
são silenciosos ao largo dos seus horizontes, não são notícia nas T.V.s deste
mundo ruidoso demais, nem escurecem os dias dos outros.
Depois, acho que trocámos meia-dúzia de palavras, nem tanto, com
os 2 pares de olhos em pontes abertas entre si.
Despedimo-nos como dois bons amigos, e cada um foi para o seu
mundo continuar a cumprir o seu destino.
2-Out-2007
Subscrever:
Mensagens (Atom)