Às vezes pego no bloco. Pego na
caneta. Fico assim horas a fio a olhar
Depois
desço o olhar1 pirilampo aqui outro acolá na espessura da noite deste jardim
por detrás da sebe da casa há um sobreiro com ramos rugosos onde a cortiça respira & cresce sem darmos por isso e as folhas todas juntas formam uma cabeleira que estremece e dança, muito espaçadamente, com a aragem que sopra dos lados do mar.
De
repente, os repuxos calaram-se. Gotas de água escorrem de folha em folha e
depois apagam-se no chão onde as raízes das plantas absortas se abrem ao desejo
da sede. E as folhas cintilam sob o peso da luz que desce dos candeeiros. E são
belas assim, nos seus verdes flamejantes contra as obscuridades à volta. Na
superfície azulada da piscina, estranhamente ondulada, está a lua
estampadamente enorme.
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