J. A. M. - 2017 |
23.5.17
19.5.17
O meu problema pessoal com as galinhas
Estava prá-ki enlevado sei lá com quê se é que havia tal coisa, quando me
ocorreu - repentinamente – que afinal tenho uma incerta desavença com as
galinhas. Assim à 1ª, a coisa não me parece ser grave, mas eu ká nunca tenho a
certeza de nada. E já comecei a cacarejar justificações até são uns bichos
interessantes, quando estão a comer debicam algo no chão tão rápido que nem
enxergo o quê e depois atiram as cabecinhas para o céu e estão nestas figuras
amiudadas vezes. Nos inícios de tais observações eu olhava - imediatamente ! -
lá pra cima tentando vislumbrar qual era o alvo de tal curiosidade inopinada,
digamos assim, pois eu quando como, habitualmente olho para o que
está à frente do meu nariz e deixo os céus para as ocasiões místicas. Prosseguindo
os acima já citados cacarejos, também gosto das suas penas algumas mais, pois
vê-se ali a mão da mãe-natureza o deslumbre da luz a desfazer-se em cores.
Tive uma amiga artesã, que alimentava uma galinha com o intuito assumido de lhe arrancar apenas uma pena de vez em quando, para os seus colares & akelas coisinhas que lhe davam o pão para a boca. É verdade! Também havia por lá 1 macaco pendurado nas traves da casa, que eram ramos grossos de uma acácia que lhe entrava por ali a dentro para lhe oxigenar gratuitamente o ambiente. Uma vez estava eu e ela esparramados no seu jardim sem cercas que se prolongava por uma floresta a sério cheia de cabeleiras verdes, borboletas estonteadas e pássaros leves a esvoaçarem com as suas cores tudo junto era bom respirar ali e então estávamos nós a fazer o nada e aparece o seu filho, prá-i 9 anos se tanto e deu-me uma lata de coca-cola transformada em cinzeiro para as cinzas do meu fogo no cigarro que ardia alheado disto tudo. O meu preconceito em relação à coca-cola é assumidamente enorme, mas a Brigite sentiu logo a koisa e explicou-me que era a maneira do menino me dizer que gostava de mim e como não tinha + nada , costumava apanhar latas no lixo dos Sr.s lá em baixo na cidade e depois transformava-as no que lhe vinha à cabeça e ao coração e sinceramente aquilo era uma piquena obra de arte. Olhei para a criança como quem olha para um Deus e os seus olhos eram luminosos & felizes e eu,,,eu também fiquei feliz e com a voz embarcada num nó cego até ás lágrimas que contive. A mãe sentiu tudo como só as mulheres sabem e ofereceu-me um chá que dividimos pelos 3.
Tive uma amiga artesã, que alimentava uma galinha com o intuito assumido de lhe arrancar apenas uma pena de vez em quando, para os seus colares & akelas coisinhas que lhe davam o pão para a boca. É verdade! Também havia por lá 1 macaco pendurado nas traves da casa, que eram ramos grossos de uma acácia que lhe entrava por ali a dentro para lhe oxigenar gratuitamente o ambiente. Uma vez estava eu e ela esparramados no seu jardim sem cercas que se prolongava por uma floresta a sério cheia de cabeleiras verdes, borboletas estonteadas e pássaros leves a esvoaçarem com as suas cores tudo junto era bom respirar ali e então estávamos nós a fazer o nada e aparece o seu filho, prá-i 9 anos se tanto e deu-me uma lata de coca-cola transformada em cinzeiro para as cinzas do meu fogo no cigarro que ardia alheado disto tudo. O meu preconceito em relação à coca-cola é assumidamente enorme, mas a Brigite sentiu logo a koisa e explicou-me que era a maneira do menino me dizer que gostava de mim e como não tinha + nada , costumava apanhar latas no lixo dos Sr.s lá em baixo na cidade e depois transformava-as no que lhe vinha à cabeça e ao coração e sinceramente aquilo era uma piquena obra de arte. Olhei para a criança como quem olha para um Deus e os seus olhos eram luminosos & felizes e eu,,,eu também fiquei feliz e com a voz embarcada num nó cego até ás lágrimas que contive. A mãe sentiu tudo como só as mulheres sabem e ofereceu-me um chá que dividimos pelos 3.
Afinal, a bem dizer, eu até gosto das galinhas,
a maneira como se deslocam com as duas patas indecisas parecem à toa mas isso
não passa de uma perceção pois suspeito que só vejo aquilo que sou, digamos assim, e aí há que
ter uma certa parcimónia nas coisas dos julgamentos, juízos de valor, essas
lérias. Mas.
(...) Ainda não vos disse o que me trouxe até este recinto de desabafos para
finalmente vos dizer que são precisamente 5 h. & tal da noite e ainda estou
prá-ki com as minhas irmãs galinhas que são muitas no meu quintal, sem medos dado que eu não as papo já faz um tempo que estava sentado à sombra
de 1 pinheiro que também habita comigo ali no canto onde lhe deu para estar e
dá-me pinhas ás vezes uma vez por ano também me oferece pinhões que eu amontoo
numa tigela azul & branca da dinastia Ming foi uma
namorada chinesa mesmo da China que ma deu o pai era podre de rico, segundo
ela, mas fiquei sempre na dúvida se a peça era realmente verdadeira ou não, mas
como não ligo a tais valores , o que me agradou foi a beleza da peça. À
superfície na epiderme colorida, o branco e o azul entrelaçados como fios de
cabelos ondulados parecem dançar uma música que só ouço às vezes quando o
silêncio à-volta se fecha e estou muito dentro. Quando acumulo forças
suficientes pego nos tais pinhões ás mãos cheias e quebro-lhes as couraças, um a
um atentamente, com uma pedra de estimação que tenho sempre à mão de semear
para ocasiões mais determinantes.
Depois desta ocasional divaganção retorno à
cabeça da pescadinha de rabo na boca que agora com o tempo já é uma serpente a
morder a cauda que dá veneno que também pode ser remédio tantas vezes se dá este
caso esotérico, digamos assim, o que nesta realidade pretendia dizer é que elas, as minhas amigas
galinhas, têm uma relação íntima visceral com o Sol, que eu naturalmente também
mantenho com todo o apreço deste mundo & dos outros, mas também gosto das
estrelas e da lua e dos silêncios azuladamente brilhantes quando o são outras
vezes nem por isso acontecem estas circunstâncias de 1 gajo estar ~ graças a
Deus ~ a viver mesmo vivo no meio destas montanhas onde o meu patrão sou eu
não.
( rascunho) J. A.
M. 07-04-2017
12.5.17
Cinturão de Asteróides ~ Asteroid Belt.
CENTRO CULTURAL E CONGRESSOS DAS CALDAS DA RAINHA (CCC) LINK: http://www.ccc.com.pt/exposicoes/a-decorrer/1133-exposicao-labirinto-de-luzes-de-jose-alberto-mar?showall=&limitstart= |
11.5.17
~ O Espanto Deitado ~
Primeiro
foi uma sensação a veludo nas mãos, a carne à flor da pele era macia de um modo
tão suave a pedir só mansidão e elas, as mãos, transcorriam bêbedas com todos
os seus 10 dedos nas polpas sensíveis cada vez mais e eu lá ao fundo, no final
da sensação, deixava-me navegar com toda a preguiça esboçada do mundo, por este
mar de novidades que aquele corpo me emprestava no silêncio ofegante da noite.
E ela estava deitada, absorta no seu sonho inteiro de ser escultura para as
minhas mãos, e eu sentia-a a crescer nos ritmos da respiração e de um lado e do
outro ambos éramos mais próximos, como se houvesse uma indeterminada luz pelo
meio, que ambos tínhamos de possuir, precisamente ao mesmo tempo.
Tudo ilusão. E, no entanto não era. Eu estava ali, ela também, éramos dois
corpos com as portas abertas ao Mundo. A aragem das mãos esvoaçando sobre a
pele de veludo era o que sobrava do silêncio de chumbo, onde os nossos corpos
jaziam. Havia entre nós, um nó inteiramente aceso por dentro, onde as línguas
mais apuradas já não dizem palavras.
E os gestos criavam outros mundos, onde só nós cabíamos, onde só nós éramos
quase perfeitos, à espera de o sermos.
J.A.M. (2007;2010;2017)
Swinging the Universe ~ Heart Drum
ARTEINFORMADO (Spain ) ~ http://www.arteinformado.com/agenda/f/labirinto-de-luzes-laberinto-de-luzes-labyrinth-of-lights-dedicada-ao-genio-de-rafael-bordalo-pinheiro-138099: |
9.5.17
~ DIVACANÇÃO ~
a varanda é branca com o Sol estampado ainda por cima e
depois há o azul-cobalto das águas do mar e ainda depois há frondosas árvores
emaranhadas nos seus verdes a erguerem uma montanha até a um imenso céu, onde
me esqueço
&
só muito tempo depois
(felizmente)
acabo por cair
em mim.
Aqui ao lado, as folhas das palmeiras continuam penteando a aragem que corre atrás de si e por vezes, alarga-se até à mesa e leva-me as folhas e as palavras, o que me importa?
Aqui ao lado, as folhas das palmeiras continuam penteando a aragem que corre atrás de si e por vezes, alarga-se até à mesa e leva-me as folhas e as palavras, o que me importa?
Na rua as pessoas passeiam-se devagar no meio do tempo, saboreiam os encontros,
pousam aqui & acolá, trocam poucas frases poucos gestos coisas simples como
um sorriso na caminhada, já é Tanto!
1 pescador idoso de boné vermelho e corpo calado está esquecido ou estará a
lembrar-se, a olharolhar o mar como se lesse um texto.
Há em tudo uma paz que parece impossível aproximando-se ao absorto sopro de um
deus abandonado por aqui.
J. A. M.
Gaigu. Br.
(Brasil. Estado de Pernambuco - 2004.Alterado a Abril.2017. Alterado 14-4-17 )
3.5.17
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