11.1.18
10.1.18
nÃo peço brasas emprestadas
Hoje,
deu-me para ir jantar fora para espraiar ver gente à minha volta talvez fazer amigos algo assim diferente. Encaminhei-me para o restaurante mais próximo dado que estava a
chover e os guarda-chuvas não se dão bem comigo & vice-versa e já agora confesso com o tempo acabei por aceitar tal facto. c,est la vie. Lá fui entretido com a noite bem escura e as gotas de água fria que me
perseguiram até à meta pretendida na aLtura e quando desemboquei na coisa é que
me apercebi que amanhã será feriado e por conseguinte todo o pessoal da zona
lhe deu pra ir prá-li coincidências.
Lá
me alinhei aprumadamente na fila de espera depois de emprestar o nome ao men de serviço nos apontamentos e pus-me a pasmar com o vái-vém corredio dos empregados por entre N curvas do pouco espaço e os rostos foragidos de si próprios, mais um ou outro personagem
que sobressaia por 1 ocaso qualquer e me levava o olhar para aqui e acolá onde acabava por se
esfumar (as mesas fartas, as bocas a mastigarem abertamente nos vários planos
arranhados das algazarras, os omnipresentes telemóveis pelo meio das batatas
fritas & das carnes a fumegarem químicos, o ruido abrupto das 4 pernas das cadeiras
juntas quando deslizavam, um prato que foi desta pra melhor forçando à
despedida a presença obrigatória de muitos olhares, por aí…..)
e
sem dar por isso já estava a ser encaminhado por um empregado conhecido que me
levava pela mão imaginei isto assim pois quando fui palhaço num circo ambulante pela província descobri que somos todos seres humanos ou para lá caminhamos nunca será tarde e então aconteci numa mesa com duas cadeiras, onde
obviamente só ocupei uma. Aparentemente. Dado que a outra, por debaixo da
toalha de plástico com quadrados ainda vermelhos servia-me para apoiar confortavelmente as
sapatilhas encharcadas de todo. É Inverno por estas bandas e dei as botas a um
pobre diabo que estava a tentar dormir à soleira da minha & também dele porta da cabana, quem leva o quê quando vamos desta pra melhor?
Por
cima da minha cabeça havia uma T.V. e no início estranhei tanta gente a olhar
para mim. O meu “eGo” ( o tal meu cão com o seu aspeto cada vez + belo à vista desarmada já vai tendo 1 nomezinho na praça intenacional, após exposição pública desatempada mas oportuna a meu ver qualquer dia chamam-no pra Hollyood é o meu último grande sonho e eu vou ser o seu curador & ambos vamo-nos safar bem na vidinha e veio-me agora ao de cima isto são tentações ordinárias que acontecem pelos raios dos hábitos mas o Sr. acima referido tinha ficado em casa. Afinidades também sou muito caseiro e até à data lido muito bem comigo próprio tantas vezes sei lá quem sou.
Dado
a algazarra inopinada (em relação ás minhas perspetivas iniciais para quê as perspetivas quando tudo está sempre a mudar como nos anúncios das têVés mas estas nunca chegarão lá?), explico não
só pelo feriado já aludido centra-te mas também porque já começou a coisa dos Natais e ele há grupos & mais grupos a juntarem-se
para se comemorarem felizmente há males que vêm por bem e quando chegou o empregado com aquele livrinho trés fino que
só tem meia-dúzia de folhas habitualmente, mas aqui fica-se pelas duas, eu
disparei-lhe logo a solução: ½ dose de açorda de camarão (lá são generosos nisto, já não é a 1ª vez & até dá pra trazer pra casa)
e o maduro branco da casa com o seu conveniente ar de frescura ( é do Douro, bonzinho até à data venham mais turistas), e
aguardei pastando o olhar pela multidão de vozes & rostos & gestos & televisões
nos 4 cantos do lugar tomara não haver 5 nesta altura do campeonato até ganhavam a animalesca taça da competição, mas estavam isoladas de todo pareciam as ilhas Berlengas no inverno ou até mais que isso, salvo as devidas distãncias que não são nenhumas.
Felizmente o pedido
não demorou a ter resposta, pois já estava a esgotar o cardápio visual &
sonoro. Debrucei-me sobre o assunto em questão e isolando-me do mundo à-volta,
saboreei o repasto, pois realmente a fome
é negra, como dizem os pobres pois os ricos ainda não chegaram lá e com a
noite de bréu pelo meio ainda mais, depois havia ali mesmo à minha frente mais 1
camarão rosadinho que nem uma minhota, mais uma concha para desembrulhar mais uma
colherada de açorda com orégãos, a faca & o garfo entrecruzando-se num
bailado amistoso + uma golada do delicioso néctar tudo estava a ficar 1 pouco mais claro e comecei a serenar os impetuosos
ânimos um tanto ou quanto já exaltados do meu dele estômago que desde manhã
cedo não tinha vislumbrado niente.
Fizemos as pazes finalmente nunca é tarde para tal deslumbrante facto, a meu
ver.
Mastiguei
demoradamente, como é meu hábito não tenho pressas entretido com os minúsculos sabores que advêm
de tal esforço pelos vistos compensatório para as papilas gustativas que batiam palmas em uníssono, escortinando agora à-volta aquele mundo parecia-me tudo muito longe.
Tinha-me desligado. Aprendi esta pequena arte algures com um mestre budista que
me enfiou numa gruta sozinho por um ano e tal. Nem me deu tempo para. Foi numa serra do Tibete (bem
perto de um portal ) toda alva de neve
e quando saí de lá até voei ~.~
Bons
tempos,,,,, em que entre mim e os anjos apenas havia a diferença no comprimento
das asas. Quanto à cor ninguém se sentiu nem mais nem menos assim é que eu gosto & gostos não se discutem.
Depois
regressei aos ocidentes made iN U.E.
prá-ki made In U.S.A. prá-li todos feitos num nó obscuramente amistoso opiniões pessoais claro e todas as minhas asas foram à vida. 1º fiquei
desencantado de todo depois comecei andar macambuzio pelos cantos dos dias depois surgiu uma depressão horrível e mais depois logo a
seguir psiquiatras pírulas um balúrdio de $ nas farmácias [1]. Terra esta de danados, meu irmão. Também de pessoas simples, humildes e humilhadas tantas vezes parece-me só ás vezes sem darem por isso nem me apetece parecer.
Após
um delicioso café (honra lhe seja feita) e um incendiário bagaço (fabrico caseiro, proibido nas Europas eles lá
sabem o que fazem?) lá me dispus a declarar-me à noite sózinho que remédio, regressando
a casa entre estrelas muitas e gotas de chuva agora prateadas pela luz descarada
que descia da lua belamente cheia.
[1] Onde felizmente
me deixam pagar ao fim do mês * quando o patrão me dá (ás vezes sei lá se dá mesmo?) o
tal de ordenado mínimo que nem tenho cabeça pra saber a minha Maria é que trata
dessas coisas.
*uma das minhas namoradas anda lá metida com a patroa
& pronto dá-se com uma mão e recebe-se com a outra.
-.- Rascunho nº 192 . 1757/2018 -.-
-.- Rascunho nº 192 . 1757/2018 -.-
9.1.18
série: pequenas sabedorias ~ series: small wisdoms ~ серия: маленькие мудрост ~ シリーズ:小さなウィスダムズ ~ 系列:小智慧 ~ série: petites sagesses
j. a. m. -.- https://youtu.be/q0xU6T2pAnA |
7.1.18
5.1.18
2.1.18
imagem trabalhada: J. A. M. ~ https://youtu.be/zb7AvrJqqXE |
31.12.17
womad
imagem trabalhada: j. a. m. ~ https://youtu.be/uUS0-0Fv7c8 |
29.12.17
26.12.17
~ não sei se volto a voltar ~
Há coisas do diabo. Algures no Brasil cheguei a estar no Paraíso. E regressei. Agora encontrei outro Paraíso. Não sei se volto a voltar.
Começo por um dos lados:
o mar sem fundo, no compasso di roncu di
mar [1] a chegar claraMente até mim. Depois há coqueiros esguios, altaneiros nas suas
tranquilas danças com a aragem muito ao de leve, afinal quem sopra por lá? E
há as tamarineiras com os fortes
braços erguidos para os céus & os seus frutos curvados doados à espera de quem
lá chegue. Palmeiras com as suas folhas dobradas em devoção às 7 portas que
iniciam as noites. Balançam-se também aos sons do mar, da lua que começa a ser
maior no céu indefinito do meu olhar.
Estou nu, sentado com as patas apoiadas na varanda azulzíssima e tomara eu estar assim tão nu por dentro. Agora vou colher uma cana de açucar aqui do meu quintal e depois talvez vá soprar uma flauta vazia por aí adiante.
Olhando, escutando, aprendendo a ser mais.
O pássaro que me visita
todos os dias, merece agora toda a minha atenção. E ele já está ali, na sua
árvore de eleição, misturado com as flores vivas cor-de-laranjas-acesas, pelo
meio da folhagem verde escura porque efetivamente já é noite e tudo está
demasiado claro para mim.
de: j. a. M. & Victor M.
(Sidády Vêlha. Ilha de Santiago. Cabo Verde. Rascunho.2008/2017)
22.12.17
15.12.17
cheguei hoje a São Jorge dos Órgãos para ver as árvores
Cheguei hoje,
atenciosamente recebido pelo chilrear dos pássaros que acordavam o dia, a São
Jorge dos Órgãos para ver árvores. Também.
A viagem em
“Hiace” demorou e não demorou como é natural por estas bandas, com vizinhos
sonolentos como eu e o meu grande malão (é o boby tem 4 rodas,
trela & tudo) cheio de pedras preciosas, joias de ouro muitas e de pratas
algumas, falo metaforicamente, também seixos plebeus colhidos em costas
marítimas pelo mundo a fora a mala pesadíssima lá atrás,
encostada a um porku branco que às vezes rosnava para o
silêncio dele próprio.
A certa altura, o
condutor parou numa povoação cheia de buganvílias, São Domingos, fez um gesto
geral com os dez dedos no fim dos braços levantados e cada um foi à sua vida
por uns momentos. Numa pequena tenda montada em plena rua por ali à sombra de uma
buganvília com flores cores de curcuma, que me seduziram vê-se bem porquê,
decidi-me por um pastel de milho ainda morno e um ponche de coco que a patroa
garantiu ser safra dela e seu marido lá para,,,,e apontou 1 dedo para um local
algures , que logo imaginei ser agradável ir até lá um dia destes. Este
encontro realmente caiu-me muito bem, entrelaçado com as várias fragâncias no
ar e um grupo de “batukadeiras” ali perto, a explodirem sons a condizer.
Regressados ao
veículo, voltámos a amontoar-nos como podíamos todos com a natural morabeza que
eu aprendia devagarosamente e ainda estou a ouvir as “tabankas” do rádio,
que parecia já ter uma incerta idade, ou seriam cassetes? acompanhadas pelo
leve resvalar do veículo pela estrada acima que nem uma seta q.b. por dentro do
nevoeiro que às vezes se esquecia de o ser, e então apareciam montanhas verdes
muito altas algumas, quem o haveria de dizer, e casas perdidas sozinhas por lá,
onde só as portas e as janelas tinham cores, e que cores! e as paredes
levantadas prolongavam os tons da terra.
Nota: O título faz alusão ao único jardim botânico do país, sonho realizado em 1983, pelo franco-português Luís Augusto Grandvaux Barbosa, onde podemos apreciar inúmeras plantas endémicas e árvores, como jacarandás, cabaceiras,dragoeiras, acácias, etecetera.
José Alberto Mar
(
Cabo Verde. Ilha de Santiago )
11.12.17
~ castanhas, amarelas, verdes, vermelhas ~
As folhas despedem-se das suas árvores
castanhas, amarelas, verdes, vermelhas
às vezes
um adeus de sombras a voarem.
às vezes
um adeus de sombras a voarem.
(vadias pela aragem enquanto a terra não lhes dá colo)
Naturalmene despidas, as árvores abraçam o frio.
(?-J. A. M.)
8.12.17
é Inverno = Está frio = Pessoas de boas Vontades: juntemo~nos.
desenho: J. A. M. ( 1780 ) https://youtu.be/Jqk7PXMBQc4 |
29.10.17
série: pequenas sabedorias ~ series: small wisdoms.
Obra de : J. A. M. ~ Power of the Heart | Poder do Coração.https://youtu.be/q0xU6T2pAnA |
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