José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

10.1.18

nÃo peço brasas emprestadas



 Hoje, deu-me para ir jantar fora para espraiar ver gente à minha volta talvez fazer amigos algo assim diferente. Encaminhei-me para o  restaurante mais próximo dado que estava a chover e os guarda-chuvas não se dão bem comigo & vice-versa e já agora  confesso com o  tempo acabei por aceitar tal facto. c,est la vie. Lá fui entretido com  a noite bem escura e as gotas de água fria que me perseguiram até à meta pretendida na aLtura e quando desemboquei na coisa é que me apercebi que amanhã será feriado e por conseguinte todo o pessoal da zona lhe deu pra ir prá-li coincidências.

Lá me alinhei aprumadamente na fila de espera depois de emprestar o nome ao men de serviço nos apontamentos e pus-me a pasmar com o vái-vém corredio dos empregados por  entre N curvas do pouco espaço e os rostos foragidos de si próprios,  mais um ou outro personagem que sobressaia por 1 ocaso qualquer  e me levava o olhar para aqui e acolá onde acabava por se esfumar (as mesas fartas, as bocas a mastigarem abertamente nos vários planos arranhados das algazarras, os omnipresentes telemóveis pelo meio das batatas fritas & das carnes a fumegarem químicos, o ruido abrupto das 4 pernas das cadeiras juntas quando deslizavam, um prato que foi desta pra melhor forçando à despedida a presença obrigatória de muitos olhares, por aí…..)

e sem dar por isso já estava a ser encaminhado por um empregado conhecido que me levava pela mão imaginei isto assim pois quando fui palhaço num circo ambulante pela província descobri que somos todos seres humanos ou para lá caminhamos nunca será tarde e então aconteci numa mesa com duas cadeiras, onde obviamente só ocupei uma. Aparentemente. Dado que a outra, por debaixo da toalha de plástico com quadrados ainda vermelhos servia-me para apoiar confortavelmente as sapatilhas encharcadas de todo. É Inverno por estas bandas e dei as botas a um pobre diabo que estava a tentar dormir à soleira da minha & também  dele porta da cabana, quem leva o quê quando vamos desta pra melhor?

Por cima da minha cabeça havia uma T.V. e no início estranhei tanta gente a olhar para mim. O meu “eGo” ( o tal meu cão com o seu aspeto cada vez + belo à vista desarmada já vai tendo  1 nomezinho na praça intenacional, após exposição pública desatempada mas oportuna a meu ver qualquer dia chamam-no pra  Hollyood  é o meu último  grande sonho  e eu vou ser o seu curador & ambos vamo-nos safar bem na vidinha e veio-me agora ao de cima isto são tentações ordinárias que acontecem pelos raios dos hábitos mas o Sr. acima referido tinha ficado em casa. Afinidades também sou muito caseiro e até à data lido muito bem comigo próprio tantas vezes sei lá quem  sou.

Dado a algazarra inopinada (em relação ás minhas perspetivas iniciais para quê as perspetivas quando tudo está sempre a mudar como nos anúncios das têVés mas estas nunca chegarão lá?), explico não só pelo feriado já aludido centra-te mas também porque já começou a coisa dos Natais e ele há grupos & mais grupos a juntarem-se para se comemorarem felizmente há males que vêm por bem e quando chegou o empregado com aquele livrinho trés fino que só tem meia-dúzia de folhas habitualmente, mas aqui fica-se pelas duas, eu disparei-lhe logo a solução: ½ dose de açorda de camarão (lá são generosos nisto, já não é a 1ª  vez & até dá pra trazer pra casa)  e o  maduro branco da casa  com o seu conveniente ar de frescura ( é do Douro, bonzinho até à data venham mais turistas), e aguardei pastando o olhar pela multidão de vozes & rostos & gestos & televisões nos 4 cantos do lugar tomara não haver 5  nesta altura do campeonato até ganhavam a animalesca taça da  competição, mas estavam isoladas de todo pareciam as ilhas Berlengas no inverno ou até mais que isso, salvo as devidas distãncias que não são nenhumas.

Felizmente o pedido não demorou a ter resposta, pois já estava a esgotar o cardápio visual & sonoro. Debrucei-me sobre o assunto em questão e isolando-me do mundo à-volta, saboreei o repasto, pois realmente a fome é negra, como dizem os pobres pois os ricos ainda não chegaram lá e com a noite de bréu pelo meio ainda mais, depois havia ali mesmo à minha frente mais 1 camarão rosadinho que nem uma minhota, mais uma concha para desembrulhar mais uma colherada de açorda com orégãos, a faca & o garfo entrecruzando-se num bailado amistoso + uma golada do delicioso néctar  tudo estava a ficar  1 pouco mais claro e comecei a serenar os impetuosos ânimos um tanto ou quanto já exaltados do meu dele estômago que desde manhã cedo não tinha vislumbrado niente.

Fizemos as pazes finalmente nunca é tarde para tal deslumbrante facto, a meu ver.

Mastiguei demoradamente, como é meu hábito não tenho pressas entretido com os minúsculos sabores que advêm de tal esforço pelos vistos compensatório para as papilas gustativas que batiam palmas em uníssono, escortinando agora à-volta aquele mundo parecia-me tudo muito longe. Tinha-me desligado. Aprendi esta pequena arte algures com um mestre budista que me enfiou numa gruta sozinho por um ano e tal. Nem me deu tempo para. Foi numa serra do Tibete (bem perto de um portal ) toda alva de neve e quando saí de lá até voei  ~.~
Bons tempos,,,,, em que entre mim e os anjos apenas havia a diferença no comprimento das asas. Quanto à cor ninguém se sentiu nem mais nem menos assim é que eu gosto & gostos não se discutem.

Depois regressei aos ocidentes made iN  U.E. prá-ki made In U.S.A. prá-li todos  feitos num nó obscuramente  amistoso opiniões pessoais claro e todas as minhas asas foram à vida. 1º fiquei desencantado de todo depois comecei andar macambuzio pelos cantos dos dias depois  surgiu uma depressão horrível e mais depois logo a seguir psiquiatras pírulas um balúrdio de $ nas farmácias [1]. Terra esta de danados, meu irmão. Também de pessoas simples, humildes e humilhadas tantas vezes parece-me só ás vezes sem darem por isso nem me apetece parecer.

Após um delicioso café  (honra lhe seja feita)  e um incendiário bagaço (fabrico caseiro, proibido nas Europas eles lá sabem o que fazem?) lá me dispus a declarar-me à noite sózinho que remédio, regressando a casa entre estrelas muitas e gotas de chuva agora prateadas pela luz descarada que descia da lua belamente cheia.






[1] Onde felizmente me deixam pagar ao fim do mês * quando o patrão me dá (ás vezes sei lá se dá mesmo?) o tal de ordenado mínimo que nem tenho cabeça pra saber a minha Maria é que trata dessas coisas.

*uma das minhas namoradas anda lá metida com a patroa & pronto dá-se com uma mão e recebe-se com a outra.


-.- Rascunho nº 192 . 1757/2018  -.-

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