A varanda é branca com o sol derramado ainda por cima e há o azul-cobalto do mar ao lado e do outro, muitas árvores emaranhadas nos seus verdes a erguerem os olhos para a beleza de um imenso céu, onde muitos pássaros coloridos me alongam nos seus voos ~~~~~~~
e só muito tempo depois – felizmente – acabo, por: cair em mim.
aqui ao lado, as folhas das palmeiras continuam penteando a aragem que corre atrás de si e por vezes, alarga-se até á mesa e leva-me as outras folhas, as palavras o que me importa?
na rua as pessoas passeiam-se devagar no meio do tempo. Saboreiam os encontros, param aqui & acolá, trocam poucas frases, poucos gestos, coisas simples, como um sorriso cúmplice na caminhada, já é tanto !
um pescador idoso de boné ainda vermelho e corpo inclinado, está esquecido ou estará a lembrar-se, a olharolhar o mar como se lesse um texto.
Há em tudo uma paz muito possível aproximando-se provavelmente a um sopro distraído de deus no meu olhar.
(Texto inicial: Hotel Europa. Recife- Gaibu-Brasil -2004)