19.3.12
16.3.12
13.3.12
12.3.12
ao Sr. V.G.
(...) tautumba como senão eu já vi as searas como pensamentos amarelos e o céu a voar em círculos desamparados pelos violentos tons de azul que cresciam da terra ...
... mal dei conta & mal me tinha esquecido, regressam as faturas a pagar já no mês agora e eu cidadão me confesso: passo...
( Gaia-Ciência. Mar.2012 )
11.3.12
9.3.12
Performance ( not legal)
Performance by J.A. M.
" Valha - me - nossa - senhora - de - fátima ".
( XII Bienal Internacional de Cerveira.) made in Portugal - 2005
(Em fundo, obra-plástica do pintor: Augusto Canedo).
- not legal -
performance to Exposition
(XII Biennial Cerveira. 2005 - made in Portugal )
- not legal -
8.3.12
e uma sombra alumia-se rente ao chão = inícia-se um outro dia
7.3.12
o sangue quando seca é da cor da terra
ia eu pela estrada a fora, 1 pé bem atrás do outro, duas margens: uma à esq.ª e outra eteceteramente cativada pelo que em mim era invaginação à deriva e não é que a gaja não aparecia ?
Tinha-a mirado há tarde ainda era dia à beira-rio* abraçada às águas e a entrar e a sair arrebanhando os negros cabelos para trás, como quem não tem passado e é livre e está ali inteira depois
nunca mais me largou aquela índia.
N mas N mesmo passos frente, encontrei um jovem taxista atencioso q.b. disponível até sei lá porquê, há já sei: tratávamos-nos como amigos a sério (...)
calcorreamos as montanhas onde caía espessamente a noite (...) até que a encontrei (...)
( dps de N pag.s e a páginas tantas:)
Antes de tombar inteiramente no sono, ainda fui ao jardim mesmo ali à mão de semear, colher uma flor que lhe plantei no cu (...)
Abraçado a duas flores, adormeci como 1 anjo pois o dia findava-se completo.
Abraçado a duas flores, adormeci como 1 anjo pois o dia findava-se completo.
* Rio Preguiças ( Estado do Maranhão)
( algures no Brasil )
6.3.12
Série : O(s) Grito(s) - poema emprestado do M.H.L.
A MINHA QUERIDA PÁTRIA
os camões
os aviões
e os gagos-coutinhos
coitadinhos
a pátria
e os mesmos
aldrabões
recém-chegados
à democracia social
era fatal
a pátria
novos camões
na governança
liderando
as mesmas
confusões
continuando
mesmo assim
as velhas tradições
de mau latim
da Eneida
enfim
sabem que mais?
pois
vou da peida
os aviões
e os gagos-coutinhos
coitadinhos
a pátria
e os mesmos
aldrabões
recém-chegados
à democracia social
era fatal
a pátria
novos camões
na governança
liderando
as mesmas
confusões
continuando
mesmo assim
as velhas tradições
de mau latim
da Eneida
enfim
sabem que mais?
pois
vou da peida
- Mário-Henrique Leiria -
5.3.12
flash ( há quem diga que estamos sós nos Universos : ~ )
25.2.12
"Porto sem fim / timeless "
Foto: J. A. M.
Tratou-se de um encontro entre amigos, conhecidos e desconhecidos (que acabaram por se conhecer), na "Espaço d, Arte Quadrasoltas" ( Rua Miguel Bombarda - Porto), acerca do livro "Porto sem fim/timeless" do fotógrafo suiço, Markus Zuber e da escritora portuguesa , Eugénia Soares Lopes.
Uma "tertúlia" agradável, despretensiosa e bem comunicante.
Pois,
nos tempos que correm: cai sempre bem.
(Porto.25.Fev.2012)
24.2.12
22.1.12
coisas comuns
há pessoas assim, chegam-nos sei lá de onde, instalam-se num lugar qualquer mais substantivo do nosso corpo onde ciclicamente amanhecemos & morremos e parece que as levamos connosco para todo os lados, sem darmos conta da leveza que nos dão..
E com o tempo, prolongam-nos entre palavras anónimas nas conversas mais íntimas, sem nada sabermos do que acontece e que importa?
(Julho-2007)
21.1.12
8.1.12
silêncio: Um gato escuta o sol em cima um pássaro é uma sombra a voar.
1.1.12
15.12.11
9.12.11
6.12.11
4.12.11
(às crianças)
imagem: J. A. M.
Um transe nos olhos o lugar exato
dos claros segredos. É esta a grandiosa escada
da infância. O poço sem fim das novidades.
O reino das crianças simples
no centro ilegível do mundo quando perguntam
Porquê Porquê só para dizerem
não há palavras não há mais gestos
na luz dos olhos os lábios primeiros.
( in, As Mãos e as Margens, Editora Limiar - 1991 )
3.12.11
visões
O barco vai indo ao sabor das águas do rio Preguiças, vai indo amparado pelas duas margens das coisas visíveis, vai indo como quem se deixa ir indo apostado no rumo que será o seu.
O barqueiro não se vislumbra, mas eu sei que háláalguém que vigia os horizontes comuns, alguém segura com as duas mãos o leme da sua vastidão.
Estou lá e estou aqui e afasto-me de tudo com um saber que vem depois de morrer.A noite desce e tudo o que está vivo Ergue-se !
2.12.11
msgs a Garcia
poster. J. A. M.
" Os problemas significativos que enfrentamos não podem ser resolvidos
ao mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criámos."
(Albert Einstein)
1.12.11
Teoria do Granito
É uma pedra fechada calada em torno de si. Com 1 ser centrado em três visões. É um laço de cinza com o peso dos horizontes anunciarem a chuva e a água passa por cima em camadas leves como os lençóis de sol no Verão sobre os corpos sonolentos. Leves, leves como os sonhos ke por lá se estremoam e se abrem às novas manhãs.
É por dentro da pedra que a memória dos seres humanos à-volta se funda & aprofunda o tempo das gerações barrocas, os gestos rendilhados do espírito de um povo aqui.
30.11.11
agora é a hora do fogo
agora é a hora do fogo como símbolo ou enigma, a memória afundada em ilhas como se - ao de leve - tudo estivesse onde realmente deve estar e todo o ar das circunstâncias fosse o ar de todos os dias alisados pelos hábitos fixados e pelas alegrias que vão acontecendo.
É no fim de contas a hora dos mortos, até às tantas da manhã, quando "eles" sentem as amarras e tentam entender o vislumbre das suas âncoras mais fundas enquanto unem ondas & ondas desavindas.
É nestas Alturas que os vejo a terem um esboço do inferno em que vivem e a esquecerem as luzes que amanhã já não sabem.
- 2011 -
É no fim de contas a hora dos mortos, até às tantas da manhã, quando "eles" sentem as amarras e tentam entender o vislumbre das suas âncoras mais fundas enquanto unem ondas & ondas desavindas.
É nestas Alturas que os vejo a terem um esboço do inferno em que vivem e a esquecerem as luzes que amanhã já não sabem.
- 2011 -
29.11.11
Foto . J.A.M.
(Alcântra)
mais uma viagem aproxima-se. Caminho lentamente
para o barco desamparado nas águas,
ao lado,
as redes rendilhadas do (meu) Mundo.
Como um simples sopro tento apenas
ser o seu alento.
Parece-me que quem assim respira
só pode encontrar.
2008)
28.11.11
25.11.11
discrete window of my house ~ a janela discreta da minha casa
Série : O(s) Grito(s) : made in portugal
"Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!"
- Nicolau Maquiavel -
- Nicolau Maquiavel -
24.11.11
23.11.11
22.11.11
19.11.11
eu não gosto nada de citações, mas há algumas ke, deus me perdoe
" O fim da arte inferior é agradar, o fim da arte média é elevar, o fim da arte superior é libertar."
( Sr. Fernando Pessoa )
18.11.11
- por uma unha negra -
Foi um tempo obscuro, escuro, mesmo negro. Atravessei-o com a juventude espalhada pelo corpo e todos os mundos que podia a encherem-me a alma até às marcas afloradas na pele. Por vezes, pensava que enlouquecia e então abrigava-me nas casas do silêncio, á espera de escutar o fio tremeluzente da minha voz mais íntima. Outras vezes, saía pelo mundo a fora á procura de mais dias & mais noites umas a seguir às outras, como primaveras que se devoram com muitas flores vivas a saltarem pela boca, pelos olhos, pelo corpo inteiro esburacado. Conheci, gente, pessoas, corpos habitados por alguém, outros nem por isso, cheguei a conhecer os mortos que continuam por aí de um lado para o outro como imagens atrapalhadas adiarem sei lá o quê. Também, confesso, cheguei a ser tocado por alguns seres humanos, que me deram minúsculas estrelas duradoiras, muitas vezes sem eu dar por isso. Ainda hoje as guardo, como pedras preciosas soltas entre os seixos das minhas margens.
Foi um tempo de procuras, em que passei por pontes & pontes e nem sequer as via, nem o rio que lá descia para o seu mar, nem os lugares de um lado e do outro por onde queimava o meu destino, possuído pela dourada cegueira da juventude & por todos os copos de veneno que tragava. Vi alguns amigos, caírem para o interior de uma luz que nunca mais os largou, foram assim sozinhos para tão longe e nuncanunca mais.
Após, muitas paisagens, comecei a ver que tudo á minha volta era uma imagem que se soltava de dentro de mim, onde eu não era chamado para o caso, nem propriamente ninguém, mas, no fim de contas todos estávamos lá: pessoas, mundo, vida, animais, plantas, pedras e todos os universos que sabia e sentia.
Comecei a olhar mais a luz, a luz claramente acesa, a primeira que vem de dentro das pessoas e das coisas.Descobri um centro que não é centro nenhum, apenas me desloco despido e cada vez maia nu por dentro, de centro em centro, na mapa circular da minha idade. Sempre, com o deus presente de tudo á minha volta e o amor íntimo & distante por tudo o que passa por mim.
( algures. 2006 )
17.11.11
à Diana Isabel
- Pai, o sol apagou a chuva !
E no fundo do coração
levanta-se o chão
rebentam as sementes
estremunhados sons
inundam a visão.
(1900 & kê ?)
E no fundo do coração
levanta-se o chão
rebentam as sementes
estremunhados sons
inundam a visão.
não gosto nada de citações, mas há algumas que, deus me perdoe.
" - Em todas as grandes obras de literatura nota-se predilecção pelos indivíduos cuja maneira de ser não tolera as formas que a comunidade lhes pretende impor. Isso conduz a certas decisões impossíveis de tomar; só essas vidas merecem descrição. Que encontras tu ao observar o sentido profundo de todas as grandes obras? A negação, sem dúvida parcial, mas recheada de experiências e repartida por uma infinidade de casos únicos, de todos esses princípios, regras e prescrições sobre os quais está edificada a sociedade e com que esta delira ao ler essas obras O poema, com o seu mistério, corta todas as ligações que uniam o sentido do mundo ao vocabulário quotidiano: e ei-lo que voa como um balão! Se quisermos chamar a isso beleza, como é costume fazer-se, então ela deveria constituir uma alteração bastante mais brutal do que qualquer revolução política! "
- in, O Homem Sem Qualidades, Robert Musil.
16.11.11
15.11.11
rekadinho
coisas simples, p.f., palavras pousadas como o pão na mesa, frases espaçadas com intervalos para nos debruçarmos nas suas varandas, silêncios cheios em que cada 1 seja um & todos, olhares que falem também e troquem amenas luzes para se manterem despertos, gestos poucos em movimentos comunicantes, eu aqui, tu ali, ele acolá,aproxima-te !
estás entre amigos, há que afugentar o medo que se instalou em Tudo, meu deus, o Medo que serve os tais makakóides que sugam o Mundo & chupam desalmadamente o sangue das nossas vidas,
sem tantas vezes, dares
por
isso.
( 2006 ? ou, antes ? sei lá )
série : Diásporas (C.V.)
- demorei a chegar-me a casa -
A noite redOnda pela L.C., caía a luz caindo.
(Sidade Vélha.Cape Verde.2008)
A noite redOnda pela L.C., caía a luz caindo.
E então, hoje perdi-me + no caminho para casa & sem quaisquer pressas já estava na montanha sentado no descanso indeciso das cabras a olharem para mim e assim fiquei divagado pela luz que circundava a lua quando, sem saber o porquê, um jovem macaco pousou no meu ombro esquerdo e assim ficou vidrado pelas visões que eu colhia. A uns bons metros, sua mãe velava o encontro com apaziguada pachorra.
Demorei a chegar-me a casa no alto da montanha fui até lá com o cajado dos sons do mar lá em baixo nos confins a conduziram-me sem eu dar portal. Entrei pela janela - nada de chaves por esta noite por amor a deus - acendi a outra luz e estanquei ás porta do sono, escutando os galos & as galinhas e uma mosca xata-xata que teimou em zunir perto de mim até
14.11.11
Tudo são Ilhas com a mesma raíz
e
com o tempo comecei a ver as coisas com mais distância, a olhar de soslaio a luz que bate nos vários lados das coisas, a separar-me o mais possível das coisas para as vislumbrar de dentro
Tudo são ilhas, todas elas com a mesma raiz enlaçada a uma só luz sem tempo.
15.12.2006
13.11.11
vozes da noite
foto. J.A.M.
Algures nas Arábias, 1 Mestre & o seu discípulo caminhavam em passos lentos por um terraço +/- a meio da noite.
De súbito, o discípulo interrompe a koisa e diz:
- Mas ,Que Silêncio !
- Não digas isso dessa maneira - aconselhou-o o Mestre - Diz, antes :
" Não ouço nada".
(in,Contos filosóficos do Mundo Inteiro, Jean-Claude Carrière .)
12.11.11
série: Diásporas ( Brasil )
~ Gaibu ~
na rua as pessoas passeiam-se devagar no meio do tempo saboreiam os encontros, param aqui & acolá, trocam poucas frases poucos, gestos coisas simples, como um sorriso cúmplice na caminhada, já é Tanto !
1 pescador idoso de boné vermelho e corpo fechado, está esquecido ou estará a lembrar-se, a olharolhar o mar como se lesse um texto.
há em tudo uma paz muito possível aproximando-se provavelmente a um sopro distraído de deus por aki, o ke sei eu ?
(Perto de Recife-Brasil-2004 )
a varanda é branca com o sol a bater-lhe ainda por cima, depois há o azul-cobalto das águas do mar e depois ainda, há muitas árvores emaranhadas nos seus verdes a erguerem uma montanha até a um imenso céu, onde me esqueço e só N tempo depois, felizmente, acabo por cair
em mim.
aqui ao lado, as folhas das palmeiras continuam penteando a aragem que corre atrás de si e por vezes, alarga-se até á mesa e leva-me as folhas e as palavras e o que me importa?em mim.
na rua as pessoas passeiam-se devagar no meio do tempo saboreiam os encontros, param aqui & acolá, trocam poucas frases poucos, gestos coisas simples, como um sorriso cúmplice na caminhada, já é Tanto !
1 pescador idoso de boné vermelho e corpo fechado, está esquecido ou estará a lembrar-se, a olharolhar o mar como se lesse um texto.
há em tudo uma paz muito possível aproximando-se provavelmente a um sopro distraído de deus por aki, o ke sei eu ?
(Perto de Recife-Brasil-2004 )
msgs a Garcia
" A semente que, após ter ficado oculta por algum tempo sob a terra, brota e viceja, ensina-nos"
11.11.11
9.11.11
kalungando
quanto + sei menos sei
&
mesmo acerca disto tenho dúvidas
-JA kalunga -
&
mesmo acerca disto tenho dúvidas
-JA kalunga -
& há abismos assim
... de tanto azul nos olhos já vejo
cor-de-lsranjas a dançarem, bem
vivas nos seus gestos
circulantes
como as estrelas, todos os universos
se aliceçam
em curvas
como a luz ke chega até nós
& o Sol é uma miragem apagada
de voz visivelmente própria há o eco
e, nada + direi.
em palavras as sombras são espesssas.
(algures.Nov.2011)
cor-de-lsranjas a dançarem, bem
vivas nos seus gestos
circulantes
como as estrelas, todos os universos
se aliceçam
em curvas
como a luz ke chega até nós
& o Sol é uma miragem apagada
de voz visivelmente própria há o eco
e, nada + direi.
em palavras as sombras são espesssas.
(algures.Nov.2011)
8.11.11
6.11.11
série: Diásporas ( Meiri )
Os lençóis negros da noite desciam, tombavam, adormeciam colados uns aos outros, como folhas de árvores outonais, que no chão se voltam ajuntar.
Depois de várias voltas por N ruas obscuras da cidade pareceu-me que era por ali que a festa começava a fervilhar. No passeio de uma rua desamparada, encontrei um banco á minha espera e pedi mesmo ali á Sr.ª da rolote uma cerveja bem gelada. Recostei-me, costas com parede e vice-versa e pus-me a pastar vacarosamente o olhar à volta. Havia de tudo o que era gente, jovens em grupos soltos e felizmente assim, pessoas solitárias, alguns com ar de quem procura desespiradamente libertarem-se daquilo, outros já mais ancorados nas suas derradeiras sortes, havia casais apaixonados que nem pássaros azurumbados, havia também mulheres de todas as cores, e as mais belas prendiam-me o olhar por mais tempo e logo depois, desapareciam pelas portas dos vários bares de onde se soltavam molhadas de canções, e de quando em quando tudo aquilo fundia-se no fundo mais epidérmico de mim próprio e dava-me sede para mais uma cerveja.
Por cima, a grande escuridão universal salpicada de estrelas & uma clara sensação a vastidão completamente alheada de tudo.
A incerta altura, uma menina sozinha, por dentro e por fora, aproximou-se de mim, de cerveja na mão e sentou-se a meu lado. Depois continuou calada, ancorada e eu também não, de cerveja na mão. Encostou a sua tristeza desarmada no meu ombro abrigada e eu comecei a falar. As minhas palavras eram peixes criados ali, para o seu mar. Sem darmos por isso, pousámos os olhos nos olhos & começámo-nos beijar. Já o seu fundo sereno tinha outro brilhar. E uma paixão qualquer apareceu naquele lugar. Claro que o dia nasceu sem nos avisar.
4.11.11
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