11.4.12
to nature ~ à natureza
imagem construída: J. A. M.
" thy word is a lamp unto my feet "
~
" sua palavra é uma lâmpada aos meus pés "
10.4.12
a beleza derrota-me
... e depois, há os diamantes
os que não acendem a escuridão
nem valem 1 tostão
os que vagueiam simplesmente
sem ninguém os vislumbrar
e são esses que eu encontro
por entre as vírgulas dos dias
& das noites, amém.
( Abril.2012)
enquanto se viaja
foto: J. A. M.
- Alto Douro -
por aqui, já há papoilas abertas
ao sol que acontece pelos dias
estão encarnadas entre os verdes
e depois perdem-se pelos montes
também há málmequeres brancos, pikenos
concentrados no mesmo sol
& tulipas algures nas varandas
onde ainda haverá gente ?
(Interior de Portugal -? . Abril . 2012 )
9.4.12
8.4.12
5.4.12
inclinar-se para fora do barco
foto: J. A. M.
" to lean out of the boat. To be human."
(in, seth godin,s Blog )
~
“Os que viajam mudam de clima, mas não de caráter”.
- Horácio -
1.4.12
Foto: J. A. M.
"Je suis d'un autre pays que le vôtre, d'une autre quartier, d'une autre solitude.Je m'invente aujourd'hui des chemins de traverse. Je ne suis plus de chez vous (...)"
- Léo Ferré -
30.3.12
27.3.12
cresce a mão para as palavras
mas porque é que cresce a mão para a palavra?
Há o sol, as matérias primas
dentro do sangue
e há a noite recolhida, submersa
e ainda há as pessoas
e a vastidão da respiração
no coração
seio de idades invadidas por tantos rostos
e há pontos imprecisos em que somos quase
inteiros
e há o útero de tudo onde as vozes se instalam
mas só às portas exaltam os sons
nas palavras que agora vos escrevo:
dentro do sangue
e há a noite recolhida, submersa
e ainda há as pessoas
e a vastidão da respiração
no coração
seio de idades invadidas por tantos rostos
e há pontos imprecisos em que somos quase
inteiros
e há o útero de tudo onde as vozes se instalam
mas só às portas exaltam os sons
nas palavras que agora vos escrevo:
o olho do mundo dança-me na cabeça
ao sabor das luzes que giram
na alta nudez sem nome.
(Nov.2008)
26.3.12
" É só com sangue que se escrevem versos." ( Saul Dias)
como um fio-de-prumo a noite em cima de tudo
como um fio-de-prumo a noite
encimada em tudo e por dentro,
uma voz insidiosa e duradoira, o ouro breve dos momentos
atravessa a escuridão com a velocidade dos átomos do Mundo.
Também há os universos acesos para todos os lados e
os candelabros dos nossos pensamentos são fagulhas que no ar
se cruzam & entrelaçam & enlaçam
as substâncias que unem os presságios
das nossas vidas passageiras.
Tudo tem um propósito errante e nenhuma voz cabe dentro
de todas as línguas faladas, fadadas, calada da Terra.
(27-Março-2007 )
(27-Março-2007 )
22.3.12
21.3.12
" Fora do Compasso "
Imagem: J. A. M. (Início da Primavera)
- Fora do Compasso -
dias abundantes nas bocas
pelos segredos das mãos
ao rebentarem magnéticas
os nomes à-volta.
Inspira-as a cegueira de uma luz
sem fim, como que vencida
pela eternidade.
Não é a carne nem é memória
esta respiração. Por ela vivemos
pendurados nas perguntas
que respiram pelos orifícios da pele
que sorvem as queimaduras dos astros.
Talvez só os deuses conheçam a intenção da água
dentro dos corpos. A água fechada
ao fazer um nó às portas dos olhos
estrela ou paisagem, quanta claridade
ao redor dos dedos a mexerem dentro
as oficinas da terra
os lugares abraçados pelo tacto da fala.
- in, " As Mãos e as Margens ", Ed. Limiar ( Os Olhos e a Memória/57) - 1991
19.3.12
quando a noite tomba, às vezes o espanto cresce e tudo é uma outra coisa
um marmelo
Foto: J.A.M.
Estremece a estrela que vive
naturalmente aberta à escuridão
e nos 2 olhos cintila
e nos 2 olhos cintila
o véu do instante a aparência maior
do que é superfície e aí se afoga
na multidão dos dias
as multidões são mecânicas.
do que é superfície e aí se afoga
na multidão dos dias
as multidões são mecânicas.
Vejo nos gestos a estrela amparada
pelo silêncio que aspiro, o lugar onde
qualquer semente pensa
sonhando con+tudo
pelo silêncio que aspiro, o lugar onde
qualquer semente pensa
sonhando con+tudo
pois nada do que é fruto
acontece sozinho.
acontece sozinho.
(Set.-2009)
16.3.12
13.3.12
12.3.12
ao Sr. V.G.
(...) tautumba como senão eu já vi as searas como pensamentos amarelos e o céu a voar em círculos desamparados pelos violentos tons de azul que cresciam da terra ...
... mal dei conta & mal me tinha esquecido, regressam as faturas a pagar já no mês agora e eu cidadão me confesso: passo...
( Gaia-Ciência. Mar.2012 )
11.3.12
9.3.12
Performance ( not legal)
Performance by J.A. M.
" Valha - me - nossa - senhora - de - fátima ".
( XII Bienal Internacional de Cerveira.) made in Portugal - 2005
(Em fundo, obra-plástica do pintor: Augusto Canedo).
- not legal -
performance to Exposition
(XII Biennial Cerveira. 2005 - made in Portugal )
- not legal -
8.3.12
e uma sombra alumia-se rente ao chão = inícia-se um outro dia
7.3.12
o sangue quando seca é da cor da terra
ia eu pela estrada a fora, 1 pé bem atrás do outro, duas margens: uma à esq.ª e outra eteceteramente cativada pelo que em mim era invaginação à deriva e não é que a gaja não aparecia ?
Tinha-a mirado há tarde ainda era dia à beira-rio* abraçada às águas e a entrar e a sair arrebanhando os negros cabelos para trás, como quem não tem passado e é livre e está ali inteira depois
nunca mais me largou aquela índia.
N mas N mesmo passos frente, encontrei um jovem taxista atencioso q.b. disponível até sei lá porquê, há já sei: tratávamos-nos como amigos a sério (...)
calcorreamos as montanhas onde caía espessamente a noite (...) até que a encontrei (...)
( dps de N pag.s e a páginas tantas:)
Antes de tombar inteiramente no sono, ainda fui ao jardim mesmo ali à mão de semear, colher uma flor que lhe plantei no cu (...)
Abraçado a duas flores, adormeci como 1 anjo pois o dia findava-se completo.
Abraçado a duas flores, adormeci como 1 anjo pois o dia findava-se completo.
* Rio Preguiças ( Estado do Maranhão)
( algures no Brasil )
6.3.12
Série : O(s) Grito(s) - poema emprestado do M.H.L.
A MINHA QUERIDA PÁTRIA
os camões
os aviões
e os gagos-coutinhos
coitadinhos
a pátria
e os mesmos
aldrabões
recém-chegados
à democracia social
era fatal
a pátria
novos camões
na governança
liderando
as mesmas
confusões
continuando
mesmo assim
as velhas tradições
de mau latim
da Eneida
enfim
sabem que mais?
pois
vou da peida
os aviões
e os gagos-coutinhos
coitadinhos
a pátria
e os mesmos
aldrabões
recém-chegados
à democracia social
era fatal
a pátria
novos camões
na governança
liderando
as mesmas
confusões
continuando
mesmo assim
as velhas tradições
de mau latim
da Eneida
enfim
sabem que mais?
pois
vou da peida
- Mário-Henrique Leiria -
5.3.12
flash ( há quem diga que estamos sós nos Universos : ~ )
25.2.12
"Porto sem fim / timeless "
Foto: J. A. M.
Tratou-se de um encontro entre amigos, conhecidos e desconhecidos (que acabaram por se conhecer), na "Espaço d, Arte Quadrasoltas" ( Rua Miguel Bombarda - Porto), acerca do livro "Porto sem fim/timeless" do fotógrafo suiço, Markus Zuber e da escritora portuguesa , Eugénia Soares Lopes.
Uma "tertúlia" agradável, despretensiosa e bem comunicante.
Pois,
nos tempos que correm: cai sempre bem.
(Porto.25.Fev.2012)
24.2.12
22.1.12
coisas comuns
há pessoas assim, chegam-nos sei lá de onde, instalam-se num lugar qualquer mais substantivo do nosso corpo onde ciclicamente amanhecemos & morremos e parece que as levamos connosco para todo os lados, sem darmos conta da leveza que nos dão..
E com o tempo, prolongam-nos entre palavras anónimas nas conversas mais íntimas, sem nada sabermos do que acontece e que importa?
(Julho-2007)
21.1.12
8.1.12
silêncio: Um gato escuta o sol em cima um pássaro é uma sombra a voar.
1.1.12
15.12.11
9.12.11
6.12.11
4.12.11
(às crianças)
imagem: J. A. M.
Um transe nos olhos o lugar exato
dos claros segredos. É esta a grandiosa escada
da infância. O poço sem fim das novidades.
O reino das crianças simples
no centro ilegível do mundo quando perguntam
Porquê Porquê só para dizerem
não há palavras não há mais gestos
na luz dos olhos os lábios primeiros.
( in, As Mãos e as Margens, Editora Limiar - 1991 )
3.12.11
visões
O barco vai indo ao sabor das águas do rio Preguiças, vai indo amparado pelas duas margens das coisas visíveis, vai indo como quem se deixa ir indo apostado no rumo que será o seu.
O barqueiro não se vislumbra, mas eu sei que háláalguém que vigia os horizontes comuns, alguém segura com as duas mãos o leme da sua vastidão.
Estou lá e estou aqui e afasto-me de tudo com um saber que vem depois de morrer.A noite desce e tudo o que está vivo Ergue-se !
2.12.11
msgs a Garcia
poster. J. A. M.
" Os problemas significativos que enfrentamos não podem ser resolvidos
ao mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criámos."
(Albert Einstein)
1.12.11
Teoria do Granito
É uma pedra fechada calada em torno de si. Com 1 ser centrado em três visões. É um laço de cinza com o peso dos horizontes anunciarem a chuva e a água passa por cima em camadas leves como os lençóis de sol no Verão sobre os corpos sonolentos. Leves, leves como os sonhos ke por lá se estremoam e se abrem às novas manhãs.
É por dentro da pedra que a memória dos seres humanos à-volta se funda & aprofunda o tempo das gerações barrocas, os gestos rendilhados do espírito de um povo aqui.
30.11.11
agora é a hora do fogo
agora é a hora do fogo como símbolo ou enigma, a memória afundada em ilhas como se - ao de leve - tudo estivesse onde realmente deve estar e todo o ar das circunstâncias fosse o ar de todos os dias alisados pelos hábitos fixados e pelas alegrias que vão acontecendo.
É no fim de contas a hora dos mortos, até às tantas da manhã, quando "eles" sentem as amarras e tentam entender o vislumbre das suas âncoras mais fundas enquanto unem ondas & ondas desavindas.
É nestas Alturas que os vejo a terem um esboço do inferno em que vivem e a esquecerem as luzes que amanhã já não sabem.
- 2011 -
É no fim de contas a hora dos mortos, até às tantas da manhã, quando "eles" sentem as amarras e tentam entender o vislumbre das suas âncoras mais fundas enquanto unem ondas & ondas desavindas.
É nestas Alturas que os vejo a terem um esboço do inferno em que vivem e a esquecerem as luzes que amanhã já não sabem.
- 2011 -
29.11.11
Foto . J.A.M.
(Alcântra)
mais uma viagem aproxima-se. Caminho lentamente
para o barco desamparado nas águas,
ao lado,
as redes rendilhadas do (meu) Mundo.
Como um simples sopro tento apenas
ser o seu alento.
Parece-me que quem assim respira
só pode encontrar.
2008)
28.11.11
25.11.11
discrete window of my house ~ a janela discreta da minha casa
Série : O(s) Grito(s) : made in portugal
"Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!"
- Nicolau Maquiavel -
- Nicolau Maquiavel -
24.11.11
23.11.11
22.11.11
19.11.11
eu não gosto nada de citações, mas há algumas ke, deus me perdoe
" O fim da arte inferior é agradar, o fim da arte média é elevar, o fim da arte superior é libertar."
( Sr. Fernando Pessoa )
18.11.11
- por uma unha negra -
Foi um tempo obscuro, escuro, mesmo negro. Atravessei-o com a juventude espalhada pelo corpo e todos os mundos que podia a encherem-me a alma até às marcas afloradas na pele. Por vezes, pensava que enlouquecia e então abrigava-me nas casas do silêncio, á espera de escutar o fio tremeluzente da minha voz mais íntima. Outras vezes, saía pelo mundo a fora á procura de mais dias & mais noites umas a seguir às outras, como primaveras que se devoram com muitas flores vivas a saltarem pela boca, pelos olhos, pelo corpo inteiro esburacado. Conheci, gente, pessoas, corpos habitados por alguém, outros nem por isso, cheguei a conhecer os mortos que continuam por aí de um lado para o outro como imagens atrapalhadas adiarem sei lá o quê. Também, confesso, cheguei a ser tocado por alguns seres humanos, que me deram minúsculas estrelas duradoiras, muitas vezes sem eu dar por isso. Ainda hoje as guardo, como pedras preciosas soltas entre os seixos das minhas margens.
Foi um tempo de procuras, em que passei por pontes & pontes e nem sequer as via, nem o rio que lá descia para o seu mar, nem os lugares de um lado e do outro por onde queimava o meu destino, possuído pela dourada cegueira da juventude & por todos os copos de veneno que tragava. Vi alguns amigos, caírem para o interior de uma luz que nunca mais os largou, foram assim sozinhos para tão longe e nuncanunca mais.
Após, muitas paisagens, comecei a ver que tudo á minha volta era uma imagem que se soltava de dentro de mim, onde eu não era chamado para o caso, nem propriamente ninguém, mas, no fim de contas todos estávamos lá: pessoas, mundo, vida, animais, plantas, pedras e todos os universos que sabia e sentia.
Comecei a olhar mais a luz, a luz claramente acesa, a primeira que vem de dentro das pessoas e das coisas.Descobri um centro que não é centro nenhum, apenas me desloco despido e cada vez maia nu por dentro, de centro em centro, na mapa circular da minha idade. Sempre, com o deus presente de tudo á minha volta e o amor íntimo & distante por tudo o que passa por mim.
( algures. 2006 )
Subscrever:
Mensagens (Atom)