José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

10.5.12

série: Diásporas

Foto: J. A. M.
Com abraço a Vadú do outro lado:http://youtu.be/MxSHNsFLaWw


- demorei a levar-me a casa -


a noite redOnda pela L.C., cai a luz  caindo

E então, hoje perdi-me + no caminho para casa & sem quaisquer pressas já estava na montanha sentado perante o descanso indeciso das cabras pasmadas para mim e assim fiquei divagado pela luz que circundava a lua quando, sem saber o porquê, um jovem macaco pousou no meu ombro esquerdo e assim ficou vidrado pelas visões que eu colhia. A uns bons metros, sua mãe velava o encontro com apaziguada pachorra

Demorei a chegar-me a casa no alto da outra montanha fui até lá com o cajado dos sons do mar lá em baixo nos confins a conduziram-me sem eu dar portal. Entrei pela janela - nada de chaves por esta noite por amor a deus - acendi a outra luz e estanquei ás porta do sono, escutando os galos & as galinhas e uma mosca chata-Chata que teimou em papiâ comigo até


(Sidade Vélha. Cabo Verde.Cape Verde.2008)

6.5.12

Exposição : " TRABALHOS de 1 JARDINEIRO "



















Montagem: J. A. M

Reportagem fotográfica de : José Manuel Barbosa: https://picasaweb.google.com/104966615236122854678/105ExposicaoTrabalhosDe1JardineiroDeJoseAlbertoMarSessaoInaugural05Maio2012?authuser=0&feat=directlink



TRÍPTICO A CERCA das IMAGENS de 1 JARDINEIRO

( http://youtu.be/KFTUnzKZGBM )
1.

por vezes, alguém põe um dedo na ferida. Quero dizer:

alguém acorda na sombra geral dos seus dias e os dias mergulham

nos ritmos do sangue e logo as mãos crescem para os lugares e os lugares

crescem com elas e fica tudo + Alto



há quem passe, olhe de lado e continue a sua vida.

Outros há, que passam e ao passarem se detêm por um pormenor
mais íntimo.


2.

Claro que todos os lados, todos os nomes são pretextos.

E os lugares também.

Nascemos & morremos por uma graça indomável perdida no tempo.

Andamos às voltas disto tudo enquanto por dentro acordam & adormecem

as sementes povoadas pelos imensos frutos de uma sede sem fim.


3.

Palavras e imagens que cantam a Vida e, o exemplo dos milhares de sóis

mesmo sabendo-se que para outros olhares

há outros abismos nas cabeças e nos corações

outras idades  por  si cercadas

pelos dons dos dias

na transformação dos corpos.




(in, catálogo.José Alberto Mar. in, "A Primeira Imagem", 1998. Última versão: Abril.2012)

3.5.12

" TRABALHOS de 1 JARDINEIRO"









Realização: António Domingos

http://youtu.be/AJoLowwDrV8


“ Breves dikas:


A presente exposição pretende ser um Cântico à Natureza , onde nós seres humanos estamos incluídos, naturalmente ; ~ )

Numa época em que o entretenimento & o espectáculo substituem descaradamente a(s) cultura(s) - digamos assim, sem mais, por agora - continuo recusando aceitar-me simplesmente como mais 1 contribuinte & consumidor.
Não sei se vem a propósito, mas ainda vivo em Portugal.

(digo para comigo: Desacelera ! )

o ritmo das mudanças sociais, científicas, tecnológicas e ambientais está acelerado, diz-se, as transformações a nível pessoal/humano - a meu ver - nem por isso, ainda andamos demasiado às voltas das egomanias, mercê igualmente, das finas flores do entulho que florescem nas elites ( eleitas pela ingenuidade, a ignorância & a cegueira de muitos pobres diabos).

Como artista-visual e escritor-poeta e ser humano, prossigo o meu (?) projeto pela Vida, encarando-a como a principal “obra” de arte possível, a ser aprumada, sempre.
Entretanto: "os trabalhos e os dias".
- A propósito: em que lua estamos?


(parte do texto inicial do catálogo. J. A. M. ~ Abril. 2012 )

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Técnicas e Materiais utilizados:
fotografia, folhas de árvores, tintas & pincéis, imaginação, scan em multifunções, liberdade, retoques simples no Picassa, marcadores, pena de ave, intuição, cola, tesoura, criatividade, lápis de cor, reflexão, fita-cola, amor, eteceteras.”

~

marketing, made in España:   http://www.arteinformado.com/Eventos/62657/trabalhos-de-1-jardineiro/





28.4.12















Imagem: J. A. M.
http://youtu.be/1ZHMXQ_7lNs


1 novo dia aconteceu
às minhas mãos
aos meus olhos
ao meu corpo
e à minha alma


e, o que já não era luz negra
tornou-se luz dourada
o que ainda era imensidão
permanece inteiro no meu coração.

( Abril. 2012)

Estrada Nova ( Oswaldo Montenegro )

26.4.12

Chernobyl – Чорнобиль - 26 Years After












Poster by : J. A. M.

* http://pt.wikipedia.org/wiki/Acidente_nuclear_de_Chernobil

msgs a Garcia: barco negro














Foto: J. A. M.

* http://youtu.be/GdJYzzyO7nc

&, no entanto há uma luz por aqui















Image: J. A. M.



&, no entanto
há uma luz
poisada no centro
do seu sereno silêncio de ser
só uma luz
Aberta
para fora
de si


- como se um pássaro esquecesse no voo
o peso das suas  asas;

-  como se a memória fosse uma trave esmorecida
na casa estagnado dos hábitos;


-  como se, algo te chamasse & fosse uma voz cúmplice
no cálice mais translúcido do teu  corpo
onde o som maduro do silêncio
te chama - em chamas - alumiantes na cor
e tu estás longe ou perto nos olhos

divagados em ti



E então, nem o ouro
nem a prata


- por onde há-de uma Vida luzir ?



( 28-Set.2007 )




25.4.12

Poema em Saldo
















Imagem: J. A . M.



uma data que regressa sempre
transparente à cabeça, um sino pendular

nas cavernas do corpo e então lembrar
é abrirmo-nos as potências do sangue,
dos pés até à raiz dos cabelos, deixar crescer
a Vida circular dos dias
pelo silêncio poderoso, se fundamenta um olhar
um sonho é uma estátua invisível

dentro da memória, ordena-se o esquecimento
mantendo sempre a respiração do  Mundo
entre muitos & muitos horizontes.

( Gaia, 1999 .Alterado em 25-Abril-2012)

24.4.12

Dedicada a cerca de 10 Milhões de CIDADÃOS portugueses: " mortos"












Imagem: J. A. M.


P.S/P.S.D.:
- há gente que manda na gente só para se sentir gente -

 há "gente" que só manda na gente, para se sentir gente. Eu, cá pra mim, não gosto nada dessa "gente". Prefiro, de longe, a gente que gosta da gente, sem lhe apetecer mandar na gente. Pois, essa "gente", que só gosta de mandar em toda a outra gente para se julgar gente, cá pra mim, não são gente mesmo. Porque se essa "gente" fosse realmente gente, entendia clara-mente, que não é necessário haver "gente" Por+Cima da outra gente. Mas, porque é que essa "gente" que continua a mandar em toda a outra gente, não começa por saber mandar neles próprios, para se tornarem verdadeiramente gente? Essa "gente" é mentecapta, idiota, têm a lucidez do tamanho da astúcia, são muito inteligentes sem dúvida só que têm a inteligência ao serviço da estupidez, são inequivocamente infelizes, intranquilos, desalmados até, mas nós a gente que culpa temos disso? Embora essa "gente" nos castigue continuadamente por isso.



“Gente” deste & daquele ramo, desta árvore putrefata, crentes disto & daquilo, governantes Grandes & governantezinhos pequenininhos, lá vê a gente, aquela outra "gente" a continuar a mandar, para nos enganar, escravizar, ignorar, espezinhar,& roubar, a toda à minha nossa gente (…)



Claro que também há gente que se deixa amandar, por essa "gente", e então só é gente assim-assim.
Nesta coisa de haver gentes, "ser ou não ser é" mesmo a questão, pois cá pramim não há meias-gentes, propriamente dito.



(eteceteras)

(Texto inicial: Out.2010.)

22.4.12

msgs a Garcia: 3 stones ~ 3 rochas verticais






















Foto: J. A. M.

" muitos serão chamados &..."

Parece-me que quem assim respira talvez possa encontrar


















Cidade do Porto
Foto : J. A. M.



Mais uma viagem aproxima-se caminho lentamente
para o barco metafórico amparado pelas águas deste rio
ao lado
as redes rendilhadas & frágeis do Mundo.


Como um simples sopro tento apenas
ser o seu alento

parece-me que quem assim respira
talvez possa encontrar.


(Algures, Julho-2008. Trasformado.Abril-2012)

msg a Garcia






















Imagem: J. A. M.


" Não só as coisas acontecem com as pessoas, (...) cada um gera também aquilo que acontece consigo. Gera-o, invoca-o, não deixa de escapar àquilo que tem de acontecer. O homem é assim. Fá-lo, mesmo que saiba e sinta logo, desde o primeiro momento, que tudo o que faz é fatal. O homem e o seu destino seguram-se um ao outro, evocam-se e criam-se mutuamente. Não é verdade que o destino entre cego na nossa vida, não. O destino entra pela porta que nós mesmo abrimos, convidando-o a passar. Não há nenhum ser humano que seja bastante forte e inteligente para desviar com palavras ou com acções o destino fatal que advém, segundo leis irrevogáveis, da sua natureza, do seu carácter."



- Sándor Márai, in 'As Velas Ardem Até ao Fim'-

Dia da TERRA


















Imagem: J. A. M.

17.4.12

msgs a Garcia: a cerca da vilolência



 " A violência é fruto de um estado interior de infelicidade. Assim, é importante buscarmos pequenos gestos de amor, acolhimento, simpatia e calor humano, que actuam como antídoto contra o veneno do rancor que circula entre nós seres humanos."

 ( extraído do " Lições de Amor" )

15.4.12

a cerca do progresso













Foto: J. A. M.


(...) já a noite tinha sido iniciada, os pescadores juntos, sentados, calados, curvados, olhavam presos por um fio emaranhado de leves & ondulados pensamentos, aquele horizonte como quem lia 1 texto antigo.
Entretanto as nuvens de um lado para o outro, fragmentariamente orquestradas pelo seu próprio destino, lá iam pavidamente diferentes.

Nada se cruzava & tudo era unido.

Os barcos continuavam a baloiçar o cais. O mar sempre estivera ali como se fosse eterno. Como um eco longínquo que ainda perdura pelo poder dos olhares de muitas gerações.
E os pescadores aguardavam como quem espera e também não, a hora da partida.
Em casa, os filhos choramingavam por comidas e as mães afagavam-lhes os cabelos, com um sorriso junto ao aconchego do útero.

Os pescadores, disse-me um dia um amigo vagabundo, viraram estátua fixa-permanente e ali estacaram para o gáudio dos turistas que acudiam aos magotes e as crianças agora pediam moedinhas com uma vida inteira moribunda nos olhares.


(Out.2010.nova versão: Abril-2012)


13.4.12

2 birds, only














Imagem: J. A. M.

- ~ ~ ~ e, agora amigo que "eles" dormem & continuam mortos
como quando são atravessados pelos dias
não escutas melhor o ouro do silêncio ?

- ~ ~ ~ ~ ~ ~

Tom Waits reads Charles Bukowski

Nature: The Great Book















Imagem construída: J. A. M.


- you see the beauty I see?
- how do I know?


( then silence let the sun go down on the white flowers and
both 2 birds continue to speak words of gold)


- Abril. 2012 -

" as flores em Maio dão-me que pensar "












Imagem & verso: J. A. M.

Heart Of Gold ( Neil Young )

" The Merging of Spirit and Science " ~ Mr. Albert Einstein ~






















Image: J. A. M.


" The most beautiful and most profound experience is the sensation
 of the mystical. It is the sower of all true science.
He to whom this emotion is a stranger, who can no longer wonder and
stand rapt in awe, is as good as dead.
To know that what is impenetrable to us really exists,
manifesting itself as the highest wisdom and the most radiant beauty
which our ull faculties can comprehend only in their primitive forms

- this knowledge, this feeling is at the centre of true religiousness. "


( Albert Einstein, in " The Merging of Spirit and Science “ )



P.S. there are ( only..) google translate.

12.4.12

Poseidon ( Türkiye )














Imagem: J. A. M.


Vi o mármore abandonado ao martelo
a música a cair em si
e depois
as formas dos deuses.

Os olhos sopravam uma luz macia.

( 2002 ?)

Série: O(s) Grito(s) : "The New World Order is Here!"




P.S. existe sistema tradutor ~ hay sistema traductor.

11.4.12

" imagens afundadas na memória ~ 15ª "















Imagem: J. A. M.



como um navio deixa nos olhos uma sombra em movimento
o mundo é um cais iluminado só por um lado crescem as raízes
das estrelas que os dedos só  sonham apesar das palavras agora
falo-te assim como um navio que vai de imagem em imagem,
lentíssimamente, atravessando um instante atrás de outro
o tempo  é uma água parada que não pára de navegar.



 ( in, " A Primeira Imagem", Editora Sol XXI, 1998. Poema c/ alterações)

to nature ~ à natureza
















imagem construída: J. A. M.


" thy word is a lamp unto my feet "
~

 " sua palavra é uma lâmpada aos meus pés "

10.4.12

~


















imagem construída: J. A. M.

a beleza derrota-me



... e depois, há os diamantes
os que não acendem a escuridão
nem valem 1 tostão
os que vagueiam simplesmente
sem ninguém os vislumbrar
e são esses que eu encontro
por entre as vírgulas dos dias
& das noites, amém.


( Abril.2012)

" ever so lonely " ( Sheila Chandra )

enquanto se viaja






















foto: J. A. M.

- Alto Douro -

por aqui, já há papoilas abertas
ao sol  que acontece pelos dias
estão encarnadas entre os verdes
e depois  perdem-se pelos montes


também há málmequeres brancos, pikenos
concentrados no mesmo sol
& tulipas algures nas varandas
onde ainda haverá  gente ?



(Interior de Portugal -? . Abril . 2012 ) 

5.4.12

inclinar-se para fora do barco










foto: J. A. M.

" to lean out of the boat. To be human."

(in, seth godin,s Blog )

~

“Os que viajam mudam de clima, mas não de caráter”.
- Horácio -

1.4.12












Foto: J. A. M.


"Je suis d'un autre pays que le vôtre, d'une autre quartier, d'une autre solitude.Je m'invente aujourd'hui des chemins de traverse. Je ne suis plus de chez vous (...)"


- Léo Ferré

27.3.12

msgs a Garcia



















Imagem: J. A. M.


"A matemática é o alfabeto com o qual DEUS escreveu o universo"
~ Pitágoras ~

cresce a mão para as palavras




26.3.12

" É só com sangue que se escrevem versos." ( Saul Dias)











Imagem: J. A. M.

como um fio-de-prumo a noite em cima de tudo



como um fio-de-prumo a noite
encimada em tudo e  por dentro,
uma voz insidiosa e duradoira, o ouro breve dos momentos
atravessa a escuridão com a velocidade dos átomos do Mundo.

Também há os universos acesos para todos os lados e
os candelabros dos nossos pensamentos são fagulhas que no ar
se cruzam & entrelaçam & enlaçam
as substâncias que unem os presságios
das nossas vidas passageiras.

Tudo tem um propósito errante e nenhuma voz cabe dentro
de todas as línguas faladas, fadadas, calada da Terra.



(27-Março-2007 )

21.3.12

" Fora do Compasso "
















Imagem: J. A. M. (Início da Primavera)


- Fora do Compasso -


dias abundantes nas bocas
pelos segredos das mãos
ao rebentarem magnéticas
os nomes à-volta.
Inspira-as a cegueira de uma luz
sem fim, como que vencida
pela eternidade.

Não é a carne nem é memória
esta respiração. Por ela vivemos
pendurados nas perguntas
que respiram pelos orifícios da pele
que sorvem as queimaduras dos astros.

Talvez só os deuses conheçam a intenção da água
dentro dos corpos. A água fechada
ao fazer um nó às portas dos olhos
estrela ou paisagem, quanta claridade
ao redor dos dedos a mexerem dentro
as oficinas da terra
os lugares abraçados pelo tacto da fala.



- in, " As Mãos e as Margens ", Ed. Limiar ( Os Olhos e a Memória/57) - 1991