José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

5.5.09

Divaganção


A varanda é branca com o sol ainda por cima e depois há o azul-cobalto do mar e ainda depois há muitas árvores emaranhadas nos seus verdes a erguerem os olhos para a beleza de um imenso céu, onde me esqueço e só muito tempo depois me faz cair em mim.
Aqui ao lado, as folhas das palmeiras penteiam a aragem que corre atrás de si e por vezes, alarga-se até à mesa onde escrevo e leva-me as folhas as palavras, o que me importa?
Na rua as pessoas deslocam-se devagar no meio do tempo, saboreiam os encontros, param aqui e acolá, trocam poucas frases, alguns gestos, coisas simples com um sorriso cúmplice na caminhada, já é tanto.
Um pescador de boné vermelho e corpo calado, está esquecido ou estará a lembrar-se, a olharolhar o mar como se lesse um texto.
Há em tudo uma paz muito possível aproximando-se provavelmente a um sopro distraído de deus, no meu olhar.


(Brasil. Gaibu.2005)

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