José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

7.7.10

A Poesia



Entre o alimento vermelho da carne sorumbática

uma veia de ouro única: poesia.

É preciso encarnar o corpo anónimo
saber estar atento
para quando o excesso do ouro
cega as flores à superfície.

Aliciadas pelo perfume as mãos impacientes
recolhem sob a cegueira o brilho primeiro
e expõem à vida a escura transparência de uma voz
transbordada pelas imensuráveis dimensões evocativas
o corpo, o Mundo, os Universos
e os restos de poeira sobre a epiderme das coisas.



(in, O Triângulo de Ouro", Ed. Justiça e Paz.1988)

1 comentário:

  1. Sobre os Poetas
    O mágico nunca revela os seus segredos;
    O poeta nunca explica uma entrelinha .
    Li isto algures e achei uma óptima comparação

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