23.12.13
11.11.13
(homenagem)
E
ela estava deitada, absorta no seu sonho de ser mulher para as minhas mãos e eu
sentia-a a crescer nos ritmos da respiração, e de um lado e do outro, ambos
éramos mais próximos, como se houvesse uma indeterminada luz pelo meio, que
tínhamos de possuir precisamente ao mesmo tempo.
Tudo
ilusão. E, no entanto não era. Eu estava ali, ela também, éramos dois corpos
com as portas escancaradas de todo. A aragem das mãos esvoaçando sobre a pele
de veludo, era o que sobrava do silêncio de chumbo, onde os nossos corpos
jaziam. Havia entre nós, um nó inteiramente aceso por dentro, onde as línguas
mais aprumadas já não dizem palavras. Os gestos criavam outros mundos, onde só
nós cabíamos, onde só nós éramos quase perfeitos espera de o sermos.
16.7.13
já não me lembro
Já não me lembro se era
uma luz exterior ou de dentro de mim, mas tudo estava incandescente de uma
forma natural e o Mundo tinha um
amplo sentido exato em todas as coisas.
A certa altura, olhei-me de longe e com o passar do tempo aprendi a esquecer-me de mim.
A certa altura, olhei-me de longe e com o passar do tempo aprendi a esquecer-me de mim.
No entanto, sou cada vez
mais
esse vaso de luzonde a luz me ensina.
2.Julho.2009
10.7.13
EXPOSIÇÃO DE PINTURA & DESENHO. Galeria QuadraSoltas,Rua Miguel Bombarda, 529, Porto. 13 Julho a 17 Agosto.
24.6.13
OLHANDO PARA O MONTE CARA
Os
ramos das palmeiras ao sabor da leve brisa
e os sons frescos encaminham-me para o mar
onde vejo um pensativo rosto de pedra.
e os sons frescos encaminham-me para o mar
onde vejo um pensativo rosto de pedra.
Feliz escureço, o olhar à procura
onde uma das luas se deita
e então eu sou, a sombra pousada
dessa luz alheada.
( Cabo Verde. Mindelo )
13.6.13
A Lei e a Liberdade
Não entendo essa ausência de rigor
dissipando a morte
no fundo insípido dos dias.
Seja o que for que haja pelo menos uma vez
um olhar grandioso
sobre o grandioso mundo
que uma mão se liberte libertando a imagem
e seja pássaro, ideia ou nuvem
ou apenas
um íntimo segredo abraçado à vida.
4
Cai sobre um rosto toda a luz de um dia.
E o rosto é um templo de máscaras
com a idade do mundo.
Nenhuma memória ou esquecimento separa o desejo
dessa luz primeira
que por dentro transforma os olhos
e é para estes que nos voltamos conquistados
sabendo que das máscaras inventadas
todas as sombras nos cativam
todas as sombras nos desmentem.
6.
Há lugares onde os silêncios são
outras palavras
mais perto dos simples segredos
do mundo. São lugares como rostos
suspensos por uma leveza nos olhares
e unidos ao sangue universal das vozes
distraidamente esquecidos no fim dos dicionários
por um talento feito de procura e êxtase.
José Alberto Mar, As Mãos e as Margens, Porto: Limiar, 1991, p.17, 38, 40
(Publicado no blogue Tulisses)
2.6.13
14.5.13
Como um fio-de-prumo a noite. Em cima de tudo. E
por dentro, uma voz insidiosa e duradoira, o ouro breve dos momentos atravessa
a escuridão com a velocidade dos sinais do Mundo. Também há o universo aceso
para todos os lados, e os candelabros dos nossos pensamentos são fagulhas que
no ar se cruzam e entrelaçam e enlaçam as substâncias que unem os cenários das
vidas. Tudo tem um propósito errante e nenhuma voz cabe dentro de todas as
línguas faladas, caladas da Terra.
21.4.13
19.3.13
Imagens afundadas na memória (5ª)
Parado impreciso como uma janela
nos chama ao abrir-se o gesto
leva a mão em arco sobre
a luz desenhada que dizes: Poesia
in,A Primeira Imagem, Editora Sol XXI,1998.
13.2.13
EXPOSIÇÃO DE PINTURA "7 CRUZES"
Cruz 2. J.A.M.
Palacete Viscondes de Balsemão
Praça Carlos Alberto, Nº71
11 de Fevereiro a 2 de Março
24.1.13
8.1.13
2013
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