29.12.19
27.12.19
تحية بسيطة لشعوب العالم العربي ~ singela homenagem aos Povos do mundo Árabe.
Pintura: J. A. M. |
KHALED - EL ARBI (Sou árabe) com Tradução: https://www.youtube.com/watch?v=Yr-C4P8rkIQ&list=RDYr-C4P8rkIQ&start_radio=1
26.12.19
24.12.19
~ 2º pedaço de mais um diário perdido ~
Djeu ou o Ilhéu dos Pássaros. Mindelo. Cabo Verde. Foto: J. A. M. |
Alguém
disse já não recordo, pois foi num campo de batalha e o ribombar das bombas e
dos seus ecos na altura, faziam-nos surdos. A outros, faziam-nos cegos. A outros ainda, faziam-nos mortos.
Mas
a frase em questão, no meio daquele inferno encantou-me o lugar e por momentos
caí num silêncio sem tempo, que me trouxe a casa de meus pais, longe muito
longe, onde havia um jardim.
E
a frase era assim: não corras atrás das borboletas, cuida antes das tuas
flores que elas virão até ti (1).
Ainda
hoje, passados séculos, por vezes em dias ou noites em que tudo parece estranhamente
desolador, me acontecem as imagens bem nítidas que esta frase levanta à frente do meu olhar.
E
então, algo em mim se transforma e tudo à minha volta também. E, um sorriso leve
e doce aflora por dentro.
(1) frase atribuída, a D. Elhers, em tradução livre.
(raskunho
Nº 7)
Dez-2019
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TABERNA À BEIRA-MAR
Uma luzinha distante
E um farol cuspindo luz
Na cara negra da noite
Tudo é salgado e saudoso
Ventos com ondas às costas
Fazem tremer a taberna
Que é um navio ancorado.
Amor intenso e brutal
Entre navalhas abertas
E o desleixo
De uma rameira entre os braços.
Andam no ar desesperos
Em densos rolos de fumo.
Garrafas, copos, garrafas...
- Ai! A sede do marinheiro…
Tatuagens picando a pele
Gritam a dor e a bravura
Das aventuras nos portos
Gente de todas as raças,
Gente sem pátria e sem nome
- Apenas gente do mar
Com voz de sal e de vento
E barcos nos olhos líquidos.
Entram o Tédio e a Saudade
Mordendo velhos cachimbos…
Entram e saem depois
Levando, aos tombos, um bêbedo.
Baralhos, mesas e bancos
Garrafas, copos, garrafas
E a cara do taberneiro
Instigam a velhas revoltas
E tudo cheio de vícios,
E tudo cheio de sono
E tudo cheio de mar!
Aguinaldo Fonseca.
( Mindelo, 22 de Setembro de 1922 - Lisboa, 24 de Janeiro de 2014)
23.12.19
21.12.19
Foto trabalhada. Autor: J. A. M. em Cuba * 2018 |
"O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, disse que 2019 foi "um ano carregado de desafios, tensões e agressões" por parte dos Estados Unidos, que atiraram na ilha "para matar" (...) ""Que as nossas praças se encham de música e de alegria! Temos todos os motivos para festejar.(...)"
20.12.19
~ 1º pedaço de mais um diário perdido ~
Com meia-dúzia de estrelas nos bolsos caminho. Algures. Haverá uma terra & um céu onde eu possa ficar mais leve.
É necessário ter
os 2 pés bem poisados na divina terra que me aconteceu e, por vezes, abrir as asas
e esquecer-me nos amplos e leves caminhos das águias.
Procurar sem
procurar, ir indo à toa e ao tom belo das paisagens e do que me vai acontecendo,
até que Deus me sopre o lugar mais próprio.
Aí plantarei estas estrelas no chão hoje imundo do Mundo, para que 1 dia destes brotem pequenas plantas, que depois serão árvores e ainda depois, darão os frutos de luz que tanta falta nos fazem.
2019
(4º
raskunho)
18.12.19
to Greater AFRICA
17.12.19
Msg a Garcia
Autor: dr. zé kalunga |
" (...) Quem olhasse este passo para o mar e para a terra, e visse na terra os homens tão furiosos e obstinados , e no mar os peixes tão quietos e tão devotos, que havia de dizer?
Poderia cuidar que os peixes irracionais se tinham convertido em homens, e os homens não em peixes, mas em feras. Aos homens deu Deus uso da razão, e não aos peixes; mas neste caso os homens tinham a razão sem o uso, e os peixes o uso sem a razão. (...)
Peixes, quanto mais longe dos homens, tanto melhor: trato e familiaridade com eles, Deus vos livre!"
( " Sermão de Santo António aos Peixes", Padre Antóno Vieira . Col. Portugal, Nº38, Joaquim Ferreira)
16.12.19
o regresso
Pintura: J. A. M. - 2019 |
Mais uma viagem aproxima-se caminho lentamente
para o barco amparado pelas águas da Vida
ao lado
as redes rendilhadas & sempre frágeis do mundo.
Como um simples sopro tento apenas
ser o seu alento.
Parece-me que quem assim respira
talvez possa encontrar, encontrar-se, encantar-se.
A Natureza e os Outros serão
sempre a sua medida.
( poema inicial: 2008. Transformado em 2012 até 2019)
13.12.19
homenagem visual, ao sol & ao sangue do Povo de Cabo Verde
Cabo Verde. Dezembro de 2019. Autor: J. A. M. |
TERCEIRO ABRAÇO
No ar
o arquipélago escuta o pé
Da tua partida
Se o sol traz um arco à roda do teu rosto
E com lábios de pedra
céu & secura
As nascentes aguardam-te à boca das ribeiras
Onde! os violões
Antes do meio-dia
Devolvem às árvores o verde da melodia
Isto é
Da raiz da tua memória
partem rios
Partem aves de sol & sombra
como flores Do arco-íris
( in, " Árvore & Tambor ", de Corsino Fortes)
Un mOnde
Obra de pintura de um colega de Cuba *, cujo nome esqueci. Com uma pequena intervenção da minha parte. ( devidamente autorizada, claro).
* País que eu Amo do Coração e tão mal-visto e tão mal-tratado continua a ser,
com a "ajuda" dos media do Ocidente & da ganância dos seus verdadeiros Sr.s.
e a eterna cumplicidade ingénua de milhares de escravos.
|
7.12.19
SELFIE em S.to Antão ( Cabo Verde)
Autor: J. A. M. ~ In Cape Verde : zé kalunga ) TED: https://www.ted.com/talks/greta_thunberg_the_disarming_case_to_act_right_now_on_climate_change#t-75939 P.S. Greta Thunberg (Pirralha) começou a protestar contra o aquecimento Global no ano passado, Entretanto, "contaminou" cerca de 4 milhões de pessoas em 160 países, à-volta desta causa. A menina, por coincidência, tem atualmente 16 anos, salvo erro. |
1.12.19
20.11.19
~ Não Sei se Volto ~
" Monte Cara ". Mindelo. Cabo Verde. Foto: J. A. M. - 2005
Algures no Brasil cheguei a estar no Paraíso. E regressei. Agora encontrei outro Paraíso. Não sei se volto a voltar.
Começo por um dos lados: o mar sem fundo, no compasso di roncu di mar [1] a chegar claraMente até mim. Depois há coqueiros esguios, altaneiros nas suas tranquilas danças com a aragem muito ao de leve, afinal quem sopra por lá? E há as tamarineiras com os fortes braços erguidos para os céus & os seus frutos tombados doados à espera de quem lá chegue. Palmeiras com as suas folhas dobradas em devoção às 7 portas que iniciam as noites. Balançam-se também aos sons do mar, da lua que começa a ser maior no céu indefinito do meu olhar.
Estou nu, sentado com os pés apoiados na varanda azulzíssima e tomara eu estar assim tão nu por dentro. Agora vou colher uma cana de açúcar aqui do meu quintal e depois talvez vá soprá-la numa flauta vazia por aí adiante.
O pássaro que me visita todos os dias, merece agora toda a minha atenção. E ele já está ali, na sua árvore de eleição, misturado com as flores vivas cor-de-laranjas-acesas, pelo meio da folhagem verde escura porque efetivamente já é noite e tudo está demasiado claro para mim.
raskunho Nº217.
(Sidády Vêlha. Ilha de Santiago. Cabo Verde . 2013)
[1] “nos sons compassados das ondas do mar”. (crioulo do Sotavento).
13.11.19
27.10.19
22.10.19
pequena homenagem à Amazónia : reino mineral, vegetal, animal (humano) e divino.
6.10.19
25.9.19
Exercício Alegórico à Beleza
Desenho. Anos /80 . Autor: J. A. M. |
Longos dedos têm o silêncio no meio
das muitas palavras acordadas. Inventam
rios de peixes completos na cor
estrelas austeras como cardos
e das fontes por onde bebemos
não a água, mas a sede
chega-nos ao rosto esse anónimo jardim
com sementes sonhadoras ainda
em exercícios geométricos e sonâmbulos
onde invisíveis mãos já tocam extasiadas
uma repentina beleza para os nossos olhos.
( in, " As Mãos e as Margens", Editora Limiar - 1991 )
18.9.19
12.9.19
Imagens Afundadas na Memória ( 15º )
Pintura de J. A. M. |
como um navio deixa nos olhos uma sombra em movimento
a memória é um cais iluminado só por um lado crescem as
raízes das estrelas que os dedos não tocam apesar das palavras
agora falo-te assim como um navio que vai de imagem em imagem
lentíssimamente, atravessando um instante sempre atrás de outro
o tempo é um gesto parado que não pára de navegar.
(in, "A Primeira Imagem", Editora Sol XXI, Lisboa-1998)
3.9.19
Imagens Afundadas na Memória ( 3ª)
Os dias acordam as várias faces
da luz.
O poder inexorável do Mundo
vem das raízes
do sol.
Dias absolutos
nos seus fulgores errantes
impelidos par além
de todos os gestos dos mortais.
Todos os tempos da memória
são espasmos próximos à madeira
quando aumenta os anéis
nos troncos das árvores. - Todos
os segredos da Terra
são gerados em silêncio.
Em geométricas forças moleculares.
E o jeito dos olhares...- o enredo
toca o centro
e o dia desprende-se
para todos os lados
em luzes aliadas com as sombras.
Olhamos, respiramos, toda a vida
toda a arte é
transparente. E depois apaga-se
o lugar repentino
que mal se vê
e já não se encontra. Nem
o caos. Nem a ordem
ou a lembrança.
( in, A PRIMEIRA IMAGEM, Editora Sol XXI, Lisboa -1998)
1.9.19
30.8.19
XXI BIENAL ARTES PLÁSTICAS, Festa do Avante ( 6,7,8 Setembro ~ 2019)
" H de HOMEM " ( 100X100 cm). Obra de de : J. A. M. |
Júri de Seleção:
Andreas
Stöcklein, ( pintor que cursou a
Academia de Belas-Artes de Dusseldorf e actualmente ocupa um lugar de destaque
na renovação da azulejaria portuguesa);
Jaime Silva ( pintor, coordenador e docente da Área de
Pintura da Sociedade Nacional de Belas Artes e vice-presidente do seu Conselho
Técnico;
Sérgio
Vicente (artista plástico e
professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.)
18.8.19
9.8.19
onde o sOl é mais perto
" O Olhador " . Autor: J. A. M. |
ás vezes à noite, pego no
bloco pego na caneta. Fico assim, horas a fio a olhar para o céu, depois a
incerta altura, desço o olhar
agora:
1 pirilampo aqui outro acolá na espessura da noite por detrás da sebe deste
jardim há 3 sobreiros unidos com troncos rugosos onde a cortiça respira e
cresce sem darmos por isso e as folhas todas juntas formam uma cabeleira que
estremece & dança, muito espaçadamente, com a aragem que sopra dos lados do
mar enquanto pedaços de algodão dos álamos esvoaçam e uma sisão[1]
algures espalha as pautas.
De
repente, a chuva parou. Gotas de água escorrem de folha em folha e depois
apagam-se no chão onde as raízes das plantas absortas se abrem aos desejos da
sede. E as folhas cintilam sob o peso da luz que cai dos candeeiros. E são
belas assim, nos seus verdes flamejantes contra as obscuridades à volta. Na
superfície azulada de um pequeno lago provisório, estranhamente ondulado, está
a lua estampadamente enorme.
Data =?
(
Rascunho Nº 238)
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