Pintura: J. A. M. |
Alguém disse já não recordo, pois foi num
campo de batalha e o ribombar das bombas e dos seus ecos na altura, faziam-nos
surdos. A outros, faziam-nos cegos. A outros ainda, faziam-nos mortos.
Mas a frase em questão, no meio daquele inferno encantou-me o lugar e por momentos caí num silêncio sem tempo, que me trouxe a casa de meus pais, longe muito longe, onde havia um jardim. E a frase era assim: não corras atrás das borboletas, cuida antes das tuas flores que elas virão até ti (1).
Ainda hoje, passados séculos, por vezes em
dias ou noites em que tudo parece estranhamente desolador, me acontecem as
imagens bem nítidas que esta frase levanta à frente do meu olhar.
E então, algo em mim se transforma e tudo à minha volta também. E uma flor leve e doce aflora por dentro.
Mas a frase em questão, no meio daquele inferno encantou-me o lugar e por momentos caí num silêncio sem tempo, que me trouxe a casa de meus pais, longe muito longe, onde havia um jardim. E a frase era assim: não corras atrás das borboletas, cuida antes das tuas flores que elas virão até ti (1).
E então, algo em mim se transforma e tudo à minha volta também. E uma flor leve e doce aflora por dentro.
(1) frase atribuída, a D. Elhers, em tradução livre.
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