José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

12.1.24

~ folha de um diário perdido ~

 

Sona Jobarteh está a entrar pelos lados onde as portas são mais negras. Para que as estrelas resplandeçam mais, nesta infindável noite.
Há na vocação das vozes um halo universal redondo é este planeta onde agora vivemos.
 
Como no mar: altas ondas outras nem tanto, a 7ª onda é sempre ouro nos sons alongados e por tal sortilégio algo em nós se expande mais.
Tenho agora os pés nus onde elas esmorecem e eu cresço.
Falo do amor. Falo sempre do amor.
 
Entretanto no mar alto e no seu fundo, tudo parece sereno, adormecido, indiferente.
Mergulhei por aqui em noites de imprudentes êxtases. Cheguei a morrer: de encantamento.
Regressei sempre 1 outro que demorava a reconhecer. Enquanto peixes translúcidos me trespassavam. Enquanto o sal da água resplandecia como minúsculos cometas afogados pelo brilho. E tudo era a mesma matéria, tudo estava sempre ligado a uma luz que de longe clamava.
Os sons, as raízes dos sons de Sona Jobarteh, aproximam tal mistério.
É uma outra colheita para a alma, outra voz incógnita cujos sons chegam a ter cores.
Pleno de tudo, regresso á minha cabana onde acendo uma vela. Vivo numa ilha, desconhecida pelos mapas.
E tudo se torna claro como um anel de sol virado do avesso. Dentro e fora tudo é igual.

 
 

( J. A. M. – Gâmbia-2023)


Sona Jobarteh – Jarabi:

https://youtu.be/oToZfPGMMBY?si=F3abTRDcUiPemF3M


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