Sona Jobarteh está a entrar pelos
lados onde as portas são mais negras. Para que as estrelas resplandeçam mais,
nesta infindável noite.
Há na vocação das vozes um halo
universal redondo é este planeta onde agora vivemos.
Como no mar:
altas ondas outras nem tanto, a 7ª onda é sempre ouro nos sons alongados e por
tal sortilégio algo em nós se expande mais.
Tenho agora os
pés nus onde elas esmorecem e eu cresço.
Falo do amor.
Falo sempre do amor.
Entretanto no
mar alto e no seu fundo, tudo parece sereno, adormecido, indiferente.
Mergulhei por
aqui em noites de imprudentes êxtases. Cheguei a morrer: de encantamento.
Regressei
sempre 1 outro que demorava a reconhecer. Enquanto peixes translúcidos me
trespassavam. Enquanto o sal
da água resplandecia como minúsculos cometas afogados pelo brilho. E tudo era a
mesma matéria, tudo estava sempre ligado a uma luz que de longe clamava.
Os sons, as
raízes dos sons de Sona Jobarteh, aproximam tal mistério.
É uma outra
colheita para a alma, outra voz incógnita cujos sons chegam a ter cores.
Pleno de tudo,
regresso á minha cabana onde acendo uma vela. Vivo numa ilha, desconhecida
pelos mapas.
E tudo se
torna claro como um anel de sol virado do avesso. Dentro e fora tudo é igual.
( J. A. M. – Gâmbia-2023)
Sona Jobarteh – Jarabi:
https://youtu.be/oToZfPGMMBY?si=F3abTRDcUiPemF3M
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