19.4.20
11.4.20
Os 3 Planos
Pintura: J. A. M. - 2020 |
As
semelhanças não são aparências, são estrelas que agora se unem.
-
e, depois vem esta espera, o tempo instalado na esfera indecisa dos
nossos gestos, dos nossos olhares.
Há
uma outra luz que nos faz acordar em nós.
Enquanto
ainda dormimos, sem o sabermos, há esperanças vivas nesta escuridão.
( J. A. M. - 04-04-2020)
20.3.20
Novos Tempos
Título: O 3º Olho. Autor: J.A.M. - 2020 |
As imagens tocam-me mas não sei
se vejouço ou então
só em parte estarei vivo.
O ar habita-nos por dentro e por
fora.
Ao sabor de fronteiras incertas. Às
vezes
outro sol nasce em nós. O tempo
separa as escolhas.
E então lembro-me:
as flores em Maio dão-me para olhar.
28.2.20
19.2.20
16.2.20
~ 7º pedaço de mais um diário perdido ~
Desenho. Autor: J. A. M. - Anos 80 |
O agora, estanca, parte-se, abre-se como um fruto a seu tempo, para que o tempo seja outro e haja uma viagem à-volta.
Regressarei.
Entretanto: vivi com tribos e tribos, muitos nomes e culturas, deixei-me atravessar por N mundos diferentes, vi o geral e o particular nos pormenores e em nenhum lugar fui estrangeiro.
- Há em nós algo de tudo.
( África. Senegal.2019)
13.2.20
retrospetivas
Pintura: J. A. M. |
1
Por vezes, alguém põe 1 dedo na ferida.
Quero dizer - alguém acorda a sombra geral
dos seus nomes
e os nomes mergulham nos ritmos do sangue
e logo as mãos crescem para os lugares
e os lugares crescem com elas
e depois, fica tudo mais Alto.
Há quem passe, olhe de lado e continue a sua
vida.
Outros há que passam e se detêm
por um pormenor mais chamativo.
2
Claro que todos os lados, todos os nomes
são pretextos. E os lugares também.
Nascemos e morremos por uma graça indomável
perdida no tempo. Andamos às voltas disto tudo
enquanto por dentro acordam & adormecem
as sementes povoadas pelos estranhos frutos
de uma sede sem fim.
3
Vozes e vozes que cantam a Vida e
o exemplo de milhares de sóis
mesmo sabendo-se que para outros olhares
há um abismo memorial nas cabeças
uma outra idade outra boca menos cercada
pelos dons dos dias na transformação dos corpos.
- J. A. M. in, “A Primeira Imagem”, Ed. Sol XXI,
Lisboa, 1998 -
10.2.20
4.2.20
Comunicación general del site Arteinformada (España) 4-02-2020.
2.2.20
cem título(s)
Trabalho-visual. Autor: J. A. M. |
Sei como os universos estão cheios de estrelas
de ouro
breve nas suas viagens
e um
coração de ouro nunca tem preço
(eu sei)
como o teu sol também é o meu
também sei
que por onde caminhas
é o
(mesmo) lado só teu
do lado
que também é o meu.
Mindelo. Ilha de São Vicente. Cabo Verde. 11-12-2019
25.1.20
22.1.20
~ 6º pedaço de mais um diário perdido ~
da Ciência legalizada dos Quadrados. Obra de: J. A. M. |
Como se se tratasse de um curioso olho sem
alguma função à vista desarmada, ou o eventual início de uma espiral galáctica
ou qualquer outro inopinável círculo vulgar, como se houvesse algo
que pudesse ser vulgar nesta Vida...
Nestas vãs deambulações, encontro paredes
pedras real+mente duras & a minha picareta é sempre tão frágil tão frágeis
estas mãos sementes de asas, mas às vezes como que por acaso
surgem horizontes desamparados, e dou por mim
noutra linha do tempo, isto é, re/paro que o desamparo é apenas meu e digamos
assim, para finalizar por repentina preguiça este desabafo, creio bem que há
coisinhas inverbais. Como se a língua, se enrolasse para dentro em onda repentinamente
rebelde e ficasse ofuscada perante um inesperado diamante em visita, vindo
sabe-se lá de onde? Cada vez que o vislumbro fico tão deslumbrado que,,,isto é,
apago-me e demoro acender-me.
- Conhece as ciências
do fogo? Desse lamento do seu ser profundo, esse queixume pleno de liberdade, que
o convida a morrer-se e a procurar-se de novo?
(1) “(…) o mais conhecido
romance do escritor russo Ivan
Goncharov, publicado pela primeira vez em 1859.(…) Oblomov é um jovem e generoso
nobre incapaz de tomar decisões importantes ou empreender quaisquer ações
significativa(…)” - in, Wikipédia -
(…)
J.A.M.
Data:?
Rascunho Nº 59
19.1.20
MORABEZA (*)
+ uma vez aconteceram-me as estrelas
a descerem sobre algo que não sei em mim
mas sei que são os meus olhos
que as chamaram sem eu dar portal
pois o que sinto é sempre maior
daquilo que sou:
Gaiola aberta à luz.
Felizmente 1 dia, deixei voar toda a minha passarada
e hoje, eles lá de longe sei lá de onde
não esqueceram o meu gesto
que afinal não foi só meu.
Mindelo (Ilha de São Vicente. Cabo Verde)18-12-2019.
* Significa «amabilidade; afabilidade» [Dicionário da Língua Portuguesa 2008, da Porto Editora].
O Dicionário Eletrônico Houaiss também regista morabeza e diz que este substantivo feminino é um regionalismo de Cabo Verde (ilha Brava), tratando-se de «qualidade ou característica de quem é amável, atencioso, delicado; afabilidade, gentileza», a exemplo de «m[orabeza] nas relações interpessoais».
Nota: Poema dedicado ao pintor Alex da Silva , falecido a 30-12-2019, Mindelo, Cabo Verde; Gedicht opgedragen aan de schilder Alex da Silva, die stierf op 30-12-2019, Mindelo (Cape Green).
18.1.20
~ 5º pedaço de mais um diário perdido ~
Obra visual. J. A.M. |
(…) aconteceu-me algures, num país distante, sem tempos nem espaços uma luz 1ª, e sem dar tempo ao tempo muitas luzes explodiram em uníssono e só não caí ali redondo talvez por um acaso que julgo agora ter sido fortuito.
Era a simples beleza de
um areal prateado sem fim, ao lado o mar evidentemente, e eu ou alguém na
altura por mim (dado que cada um de nós é sempre muitos), passeava sem qualquer
destino entre os despojos das ondas à frente dos olhos e o soletrar dos seus
sons quando se fingiam enfim de mortas. Deambulava por ali ciente da
íntima felicidade que vivia sem dar por
tal e a incerta altura, o sol que me acompanhava desde o início desbotou-se
pareceu retirar-se e eu senti-me sozinho sem
e foi então, regressando
aos milagres da luz (pois hoje sei que tudo é Luz), que
olhei mui convictamente para o céu no lugar onde o sol se tinha ausentado
e pedi convictamente que voltasse para a companhia que me
faltava. Repentinamente surgiu invadindo-me de calor, das raízes dos cabelos
até às plantas dos pés e … fiquei repentinamente surpreendido pelo meu próprio
espanto!
e foi a partir deste
momento que nunca mais duvidei de Deus. Um deus, muito longe de todas as cruéis
religiões que andam por aí a fazerem dos homens escravos.
Data = ?
Rascunho nº 58
16.1.20
13.1.20
Mundos Quânticos
Trabalho-Visual baseado no Experimento Científico da “ Dupla Fenda” ( partícula e onda), realizado por Thomas Young. 100X100 cm. Autor: J.
A. M. ( 2017)
~~~
|
12.1.20
~ 4º pedaço de mais um diário perdido ~
Trabalho visual. J. A. M. |
Olho-te
agora de longe. O teu rosto enaltece a luz que ainda cai entre os muitos ramos
das enormes árvores à-volta e ao mesmo tempo é uma luz que se procura saída de
dentro de ti. Com um sorriso, ao de leve apenas, como 1 pássaro suave que já
passou. Entre ti & o momento, entre ti e a tua discreta doação ao que no
fundo já sabes ser, reparei agora nesse momento fugaz entre o marulhar dos
peixes na água e os teus pés à-beira descalços e acesos no meio da fogueira que
por ora quero imaginar.
Por
detrás de ti havia plantas e flores despidas ao sol com aromas em brandas
chamas, havia borboletas amarillas lúcidas e loucas sem dono agrupadas às
voltas, e foi então que eu vi que eras uma pequena deusa ali descida, sem
testemunhas, e prometi voltar sem o saber.
( Rascunho Nº 38)
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