Obra visual. J. A.M. |
(…) aconteceu-me algures, num país distante, sem tempos nem espaços uma luz 1ª, e sem dar tempo ao tempo muitas luzes explodiram em uníssono e só não caí ali redondo talvez por um acaso que julgo agora ter sido fortuito.
Era a simples beleza de
um areal prateado sem fim, ao lado o mar evidentemente, e eu ou alguém na
altura por mim (dado que cada um de nós é sempre muitos), passeava sem qualquer
destino entre os despojos das ondas à frente dos olhos e o soletrar dos seus
sons quando se fingiam enfim de mortas. Deambulava por ali ciente da
íntima felicidade que vivia sem dar por
tal e a incerta altura, o sol que me acompanhava desde o início desbotou-se
pareceu retirar-se e eu senti-me sozinho sem
e foi então, regressando
aos milagres da luz (pois hoje sei que tudo é Luz), que
olhei mui convictamente para o céu no lugar onde o sol se tinha ausentado
e pedi convictamente que voltasse para a companhia que me
faltava. Repentinamente surgiu invadindo-me de calor, das raízes dos cabelos
até às plantas dos pés e … fiquei repentinamente surpreendido pelo meu próprio
espanto!
e foi a partir deste
momento que nunca mais duvidei de Deus. Um deus, muito longe de todas as cruéis
religiões que andam por aí a fazerem dos homens escravos.
Data = ?
Rascunho nº 58
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