José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

18.1.20

~ 5º pedaço de mais um diário perdido ~

Obra visual. J. A.M.

















(…) aconteceu-me algures, num país distante, sem tempos nem espaços uma luz 1ª, e sem dar tempo ao tempo muitas luzes explodiram em uníssono e só não caí ali redondo talvez por um acaso que julgo agora ter sido fortuito.


Era a simples beleza de um areal prateado sem fim, ao lado o mar evidentemente, e eu ou alguém na altura por mim (dado que cada um de nós é sempre muitos), passeava sem qualquer destino entre os despojos das ondas à frente dos olhos e o soletrar dos seus sons quando se fingiam enfim de mortas. Deambulava por ali ciente da íntima felicidade que vivia sem dar por tal e a incerta altura, o sol que me acompanhava desde o início desbotou-se pareceu retirar-se e eu senti-me sozinho sem

e foi então, regressando aos milagres da luz (pois hoje sei que tudo é Luz), que olhei mui convictamente para o céu no lugar onde o sol se tinha ausentado e pedi convictamente que voltasse para a companhia que me faltava. Repentinamente surgiu invadindo-me de calor, das raízes dos cabelos até às plantas dos pés e … fiquei repentinamente surpreendido pelo meu próprio espanto!


e foi a partir deste momento que nunca mais duvidei de Deus. Um deus, muito longe de todas as cruéis religiões que andam por aí a fazerem dos homens escravos.

 (…)

Data = ?

Rascunho nº 58

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