31.5.20
Creio que vivemos tempos demasiado " normais"... Também creio que está acontecer um fim nisto tudo...
30.5.20
~ 8º Pedaço de mais um diário perdido ~
Pintura: J. A. M. |
A noite está densa como bréu.
Ouço
2 ou 3 pássaros aqui no meu jardim e no lado íntimo deles próprios,
que
também é o meu.
O
que dizem desconheço, mas sinto que comunicam algo de belo pelos sons que caiem
em mim.
Há
muitos mundos neste Mundo.
E
muita Beleza, também.
E,
creio bem, que Tudo se toca, muito longe ou muito perto, das palavras que vos escrevo.
Há
com certeza um equívoco qualquer, nesta aparente separação.
A
luz das estrelas chega até nós, após uma ilusão do tempo, que afinal é de ninguém.
( J. A. M ~ Maio. 2020.)
29.5.20
28.5.20
Selfie de Guerreiro.
"El arte, para aquellos que no están todos
encerrados en él como en las paredes de un monasterio, singulariza la existencia".
(in, “Notas Contemporâneas”. Escritor portugués,Eça de Queirós)
~
“Art, for those who are not all enclosed in it as in the
walls of a monastery, singularly poetizes existence.”
(in, “Contemporary Notes”. Portuguese writer, Eça de
Queirós)
~
“A arte, para os que não se
enclausuraram todos nela como nos muros de um mosteiro, poetiza singularmente a
existência.”
(in, “Notas
Contemporâneas”. Eça de Queirós)
27.5.20
23.5.20
20.5.20
como si fuera: Apagando la niebla, en estos días.(extensión de la canción anterior)
15.5.20
Pintura: J. A. M. ~
:http//youtu.be/VOgFZfRVaww |
Largos silêncios rasgados pelas mãos
até
os dedos ficarem esquecidos
abrindo
a vida á boca do espanto.
Portas
para as vozes dos astros
corredores
íngremes
como
os dons do Mundo.
( J. A. M. ~ data: séc. XIX)
10.5.20
série: pequenas sabedorias ~ series: small wisdoms
27 trabalhos da “Série: pequenas
sabedorias”, de dimensões relativamente pequenas realizados recentemente. Esta
Série, foi iniciada em 2017, e neste momento constam cerca de 200 trabalhos
finalizados. Tem – igualmente - o intuito de poderem ser acessíveis a um
público que, embora gostando do meu trabalho artístico, tem um poder de compra
menor.
A técnica utilizada é tinta da
china e tinta acrílica, sobre papel canson. Neles, encontra-se patente o meu “estilo
“e embora sem títulos individuais, versam várias temáticas diferenciadas, que
serão vislumbradas de um modo subjetivo.
Artista Visual: José Alberto Mar
(2020)
~
Twenty-seven works from the
“Series: small wisdoms”, of relatively small dimensions and recently carried
out. This Series, started in 2017, and at this moment there are about 200
works, completed. It is - also - intended to be accessible to an audience that,
although liking my artistic work, has less purchasing power.
The technique used is Chinese ink
and acrylic ink, on canson paper. In them, my “style” can be seen and although
without individual titles, they deal with several different themes, which will
be glimpsed in a subjective way.
Visual Artist: José Alberto Mar
(2020)
7.5.20
3.5.20
1.5.20
27.4.20
26.4.20
Covid 19
Trabalho Visual: J. A. M. - Maio -2020 |
Por aqui, há um indeterminado peso nos
dias que levanta suspeitas. Para além, das divulgadas que, ao fim e ao
cabo, acabam por se interrogar a si próprias, para além das dúvidas que sustêm.
Agora é noite. Mas é o mesmo silêncio à
volta, um mutismo novo que se prolonga até às minhas plantas na varanda à
espera da Primavera que tarda. Enquanto lá por dentro, as futuras flores
continuam a inventar-se.
(Março - 2020)
24.4.20
é o tempo para construirmos pontes ~ It is time to build bridges
19.4.20
11.4.20
Os 3 Planos
Pintura: J. A. M. - 2020 |
As
semelhanças não são aparências, são estrelas que agora se unem.
-
e, depois vem esta espera, o tempo instalado na esfera indecisa dos
nossos gestos, dos nossos olhares.
Há
uma outra luz que nos faz acordar em nós.
Enquanto
ainda dormimos, sem o sabermos, há esperanças vivas nesta escuridão.
( J. A. M. - 04-04-2020)
20.3.20
Novos Tempos
Título: O 3º Olho. Autor: J.A.M. - 2020 |
As imagens tocam-me mas não sei
se vejouço ou então
só em parte estarei vivo.
O ar habita-nos por dentro e por
fora.
Ao sabor de fronteiras incertas. Às
vezes
outro sol nasce em nós. O tempo
separa as escolhas.
E então lembro-me:
as flores em Maio dão-me para olhar.
28.2.20
19.2.20
16.2.20
~ 7º pedaço de mais um diário perdido ~
Desenho. Autor: J. A. M. - Anos 80 |
O agora, estanca, parte-se, abre-se como um fruto a seu tempo, para que o tempo seja outro e haja uma viagem à-volta.
Regressarei.
Entretanto: vivi com tribos e tribos, muitos nomes e culturas, deixei-me atravessar por N mundos diferentes, vi o geral e o particular nos pormenores e em nenhum lugar fui estrangeiro.
- Há em nós algo de tudo.
( África. Senegal.2019)
13.2.20
retrospetivas
Pintura: J. A. M. |
1
Por vezes, alguém põe 1 dedo na ferida.
Quero dizer - alguém acorda a sombra geral
dos seus nomes
e os nomes mergulham nos ritmos do sangue
e logo as mãos crescem para os lugares
e os lugares crescem com elas
e depois, fica tudo mais Alto.
Há quem passe, olhe de lado e continue a sua
vida.
Outros há que passam e se detêm
por um pormenor mais chamativo.
2
Claro que todos os lados, todos os nomes
são pretextos. E os lugares também.
Nascemos e morremos por uma graça indomável
perdida no tempo. Andamos às voltas disto tudo
enquanto por dentro acordam & adormecem
as sementes povoadas pelos estranhos frutos
de uma sede sem fim.
3
Vozes e vozes que cantam a Vida e
o exemplo de milhares de sóis
mesmo sabendo-se que para outros olhares
há um abismo memorial nas cabeças
uma outra idade outra boca menos cercada
pelos dons dos dias na transformação dos corpos.
- J. A. M. in, “A Primeira Imagem”, Ed. Sol XXI,
Lisboa, 1998 -
10.2.20
4.2.20
Comunicación general del site Arteinformada (España) 4-02-2020.
2.2.20
cem título(s)
Trabalho-visual. Autor: J. A. M. |
Sei como os universos estão cheios de estrelas
de ouro
breve nas suas viagens
e um
coração de ouro nunca tem preço
(eu sei)
como o teu sol também é o meu
também sei
que por onde caminhas
é o
(mesmo) lado só teu
do lado
que também é o meu.
Mindelo. Ilha de São Vicente. Cabo Verde. 11-12-2019
25.1.20
22.1.20
~ 6º pedaço de mais um diário perdido ~
da Ciência legalizada dos Quadrados. Obra de: J. A. M. |
Como se se tratasse de um curioso olho sem
alguma função à vista desarmada, ou o eventual início de uma espiral galáctica
ou qualquer outro inopinável círculo vulgar, como se houvesse algo
que pudesse ser vulgar nesta Vida...
Nestas vãs deambulações, encontro paredes
pedras real+mente duras & a minha picareta é sempre tão frágil tão frágeis
estas mãos sementes de asas, mas às vezes como que por acaso
surgem horizontes desamparados, e dou por mim
noutra linha do tempo, isto é, re/paro que o desamparo é apenas meu e digamos
assim, para finalizar por repentina preguiça este desabafo, creio bem que há
coisinhas inverbais. Como se a língua, se enrolasse para dentro em onda repentinamente
rebelde e ficasse ofuscada perante um inesperado diamante em visita, vindo
sabe-se lá de onde? Cada vez que o vislumbro fico tão deslumbrado que,,,isto é,
apago-me e demoro acender-me.
- Conhece as ciências
do fogo? Desse lamento do seu ser profundo, esse queixume pleno de liberdade, que
o convida a morrer-se e a procurar-se de novo?
(1) “(…) o mais conhecido
romance do escritor russo Ivan
Goncharov, publicado pela primeira vez em 1859.(…) Oblomov é um jovem e generoso
nobre incapaz de tomar decisões importantes ou empreender quaisquer ações
significativa(…)” - in, Wikipédia -
(…)
J.A.M.
Data:?
Rascunho Nº 59
19.1.20
MORABEZA (*)
+ uma vez aconteceram-me as estrelas
a descerem sobre algo que não sei em mim
mas sei que são os meus olhos
que as chamaram sem eu dar portal
pois o que sinto é sempre maior
daquilo que sou:
Gaiola aberta à luz.
Felizmente 1 dia, deixei voar toda a minha passarada
e hoje, eles lá de longe sei lá de onde
não esqueceram o meu gesto
que afinal não foi só meu.
Mindelo (Ilha de São Vicente. Cabo Verde)18-12-2019.
* Significa «amabilidade; afabilidade» [Dicionário da Língua Portuguesa 2008, da Porto Editora].
O Dicionário Eletrônico Houaiss também regista morabeza e diz que este substantivo feminino é um regionalismo de Cabo Verde (ilha Brava), tratando-se de «qualidade ou característica de quem é amável, atencioso, delicado; afabilidade, gentileza», a exemplo de «m[orabeza] nas relações interpessoais».
Nota: Poema dedicado ao pintor Alex da Silva , falecido a 30-12-2019, Mindelo, Cabo Verde; Gedicht opgedragen aan de schilder Alex da Silva, die stierf op 30-12-2019, Mindelo (Cape Green).
18.1.20
~ 5º pedaço de mais um diário perdido ~
Obra visual. J. A.M. |
(…) aconteceu-me algures, num país distante, sem tempos nem espaços uma luz 1ª, e sem dar tempo ao tempo muitas luzes explodiram em uníssono e só não caí ali redondo talvez por um acaso que julgo agora ter sido fortuito.
Era a simples beleza de
um areal prateado sem fim, ao lado o mar evidentemente, e eu ou alguém na
altura por mim (dado que cada um de nós é sempre muitos), passeava sem qualquer
destino entre os despojos das ondas à frente dos olhos e o soletrar dos seus
sons quando se fingiam enfim de mortas. Deambulava por ali ciente da
íntima felicidade que vivia sem dar por
tal e a incerta altura, o sol que me acompanhava desde o início desbotou-se
pareceu retirar-se e eu senti-me sozinho sem
e foi então, regressando
aos milagres da luz (pois hoje sei que tudo é Luz), que
olhei mui convictamente para o céu no lugar onde o sol se tinha ausentado
e pedi convictamente que voltasse para a companhia que me
faltava. Repentinamente surgiu invadindo-me de calor, das raízes dos cabelos
até às plantas dos pés e … fiquei repentinamente surpreendido pelo meu próprio
espanto!
e foi a partir deste
momento que nunca mais duvidei de Deus. Um deus, muito longe de todas as cruéis
religiões que andam por aí a fazerem dos homens escravos.
Data = ?
Rascunho nº 58
16.1.20
13.1.20
Mundos Quânticos
Trabalho-Visual baseado no Experimento Científico da “ Dupla Fenda” ( partícula e onda), realizado por Thomas Young. 100X100 cm. Autor: J.
A. M. ( 2017)
~~~
|
12.1.20
~ 4º pedaço de mais um diário perdido ~
Trabalho visual. J. A. M. |
Olho-te
agora de longe. O teu rosto enaltece a luz que ainda cai entre os muitos ramos
das enormes árvores à-volta e ao mesmo tempo é uma luz que se procura saída de
dentro de ti. Com um sorriso, ao de leve apenas, como 1 pássaro suave que já
passou. Entre ti & o momento, entre ti e a tua discreta doação ao que no
fundo já sabes ser, reparei agora nesse momento fugaz entre o marulhar dos
peixes na água e os teus pés à-beira descalços e acesos no meio da fogueira que
por ora quero imaginar.
Por
detrás de ti havia plantas e flores despidas ao sol com aromas em brandas
chamas, havia borboletas amarillas lúcidas e loucas sem dono agrupadas às
voltas, e foi então que eu vi que eras uma pequena deusa ali descida, sem
testemunhas, e prometi voltar sem o saber.
( Rascunho Nº 38)
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