Uma mulher negra coberta de panos amarelos sentada num banco de madeira pintado de verde,
no jardim.
No banco ao lado, um sr. negro de camisa e calças vermelhas-encarnadas, sentado num banco verde à sombra de uma árvore com folhas tenramente ainda,
no mesmo jardim.
O sino do relógio lá no seu alto, dá 6 badaladas bem compassadas ao ritmo do calor hoje abafado, será que vai chover?
Passam mulheres & mulherzinhas agrupadas, com a bunda arrebitada todas janotas em direção à igreja que já está apinhada de gente para a missa de domingo. Espreito de longe e parece-me haver ali um fervor amornecido a uma qualquer devoção.
No jardim, um casalinho namora espreguiçadamente num outro banco de cimento. Ela deitada sobre o colo do seu amor, ali à mão de semear e ele com as mãos dedilhando o corpo da sua paixão.Vejo a soltarem-se deles, devagarosamente, sombras que estremecem o mundo sem ninguém dar por isso. Evolam-se pelo ar cores vermelhas vivas & azuladasperfumadas de laranjas que até encantam as flores sonolentas à-volta.
Volto a dar 1 passeio pelas ruas centrais do Plateau. E volto ao jardim.
A meu lado está alguém com um ar de quem já não espera nada da vida e também não se rala com isso. Talvez esteja em plena divagação do seu ser, talvez seja o seu modo de passar pelos dias, talvez a luz do seu olhar esteja agora toda estancada no seu pequeno sol de dentro,
mas que me importa?
Passam mais meia-dúzia de moços todos coloridos, alegres, entretidos com eles próprios.
Ouço o barulho bastante de uma moto, que arrasta atrás um gajo de patins a deslizar por ali como gente grande……
lá vai ele a espalhar o seu imenso sorriso branco pela cidade cinzenta adiante…
(Cabo Verde. Ilha de Santiago)
No banco ao lado, um sr. negro de camisa e calças vermelhas-encarnadas, sentado num banco verde à sombra de uma árvore com folhas tenramente ainda,
no mesmo jardim.
O sino do relógio lá no seu alto, dá 6 badaladas bem compassadas ao ritmo do calor hoje abafado, será que vai chover?
Passam mulheres & mulherzinhas agrupadas, com a bunda arrebitada todas janotas em direção à igreja que já está apinhada de gente para a missa de domingo. Espreito de longe e parece-me haver ali um fervor amornecido a uma qualquer devoção.
No jardim, um casalinho namora espreguiçadamente num outro banco de cimento. Ela deitada sobre o colo do seu amor, ali à mão de semear e ele com as mãos dedilhando o corpo da sua paixão.Vejo a soltarem-se deles, devagarosamente, sombras que estremecem o mundo sem ninguém dar por isso. Evolam-se pelo ar cores vermelhas vivas & azuladasperfumadas de laranjas que até encantam as flores sonolentas à-volta.
Volto a dar 1 passeio pelas ruas centrais do Plateau. E volto ao jardim.
A meu lado está alguém com um ar de quem já não espera nada da vida e também não se rala com isso. Talvez esteja em plena divagação do seu ser, talvez seja o seu modo de passar pelos dias, talvez a luz do seu olhar esteja agora toda estancada no seu pequeno sol de dentro,
mas que me importa?
Passam mais meia-dúzia de moços todos coloridos, alegres, entretidos com eles próprios.
Ouço o barulho bastante de uma moto, que arrasta atrás um gajo de patins a deslizar por ali como gente grande……
lá vai ele a espalhar o seu imenso sorriso branco pela cidade cinzenta adiante…
(Cabo Verde. Ilha de Santiago)
Também assim vi o dia entardecendo nesse lugar acolhedor e muito português -- apetecia ali ficar até que o azul da noite pintasse os meus dedos com sombras e sorrisos.
ResponderEliminarjorge velhote